Playing With Pleasure

Welcome to Chicago

Sou acordada pela aeromoça informando que já íamos pousar, espreguiço-me sonolenta e tenho certeza que meu cabelo está todo bagunçado, meu rosto amassado, olho as horas – cinco e quarenta e dois da tarde – pelos meus cálculos, se eu não pegar transito, vou chegar ao meu novo apartamento um pouco antes das sete da noite. Chicago vibrava abaixo de mim em toda sua glória, meus pensamentos estavam tão positivos que nem se o avião caísse, eu teria palavras negativas para alguém, sorrio novamente.

O avião pousa delicadamente, taxia alguns minutos e para. Pego minha bolsa e em poucos minutos estou saindo do aeroporto, pego um táxi e tempos depois estou parada diante de um edifício de pelo menos trinta e cinco andares, o meu é o trigésimo primeiro, pego as chaves dentro da bolsa, vou para o elevador, espero alguns segundos e quando finalmente chega, dou de cara com uma figura alta e esguia, usando shorts e uma blusa que ressaltava os seus cabelos loiros iguais ouro. Entro e lhe dirijo um sorriso delicado.

– Boa noite – Ela diz olhando para o relógio e sorrindo para mim – Você é daqui? – Nossa, que pergunta estranha para se fazer em um primeiro contato.

– Boa noite, acabei de me mudar, sou de Seattle. – Educada e direta.

– Seattle? Adoro Seattle, tem ótimas boates por lá. – Ela pisca e sorri abertamente agora – Ah, meu nome é Ivy e o seu?

– Phoebe, já esteve em Seattle então, Ivy? – Sorrio abertamente também, é importante fazer amizade, já que não conheço ninguém, o elevador sobe a todo vapor, fazendo apenas um chiado.

– Já sim, eu adoro viajar, conhecer lugares e principalmente baladas e olha, eu conheço umas bem interessantes aqui em Chicago, se você quiser conhecer, é só me falar, eu moro no vigésimo primeiro andar. – Ivy procura algo dentro da bolsa e logo puxa o celular.

É claro que quero conhecer várias “baladas bem interessantes” em Chicago, já que em Seattle, eu até ia, mas era frustrante no meio de uma dança sensual com algum homem relativamente bonito, ser puxada pelo cotovelo por Taylor ou Sawyer. Na verdade, não era frustrante, era assustador até.

– Claro que quero, Ivy! É só marcar algo que eu vou sem sombra de dúvida – testei um tom amigável, afinal... Eu queria mesmo sair com alguma amiga, beber algo e depois voltar anestesiada para casa, dormir até o corpo doer e acordar com toda disposição do mundo para ir trabalhar na segunda, ainda era sábado, então tempo para isso não ia faltar.

– Olha, eu estou combinando de sair com uns amigos hoje, se você quiser vir com a gente, eles vão adorar te conhecer. Tem uma boate aqui perto, a Poison, que ela é bem legal, tem uns DJ’s bem gatinhos também. Me dá seu telefone que eu te ligo – Ela anotou meu telefone, o elevador parou, nos despedimos com dois beijinhos no rosto e ela sumiu no seu andar, em menos de um minuto eu estava respirando fundo quando enfiava a chave na porta do meu novo apartamento. Abri a porta e meu queixo caiu, meu corpo gelou e o sangue fugiu do meu cérebro.

Meu pai já havia mandado mobiliar tudo e por incrível que pareça, ficou do jeito que eu queria. Entrei e deixei a bolsa em cima do sofá na sala.

Meu apartamento era bem iluminado, com janelas do chão ao teto, sofás de couro preto, lareira em uma parede, um tapete bem felpudo no chão – Merda, eu vou trepar nesse tapete. – Testei a teoria que meu pai era o homem mais controlador do planeta, fui até a geladeira e ela já estava abastecida com tudo que existe na face da terra, peguei um suco de laranja, copo... Aonde tem copo? Precisei abrir três armários para encontrar os copos, enchi e fui andando pelo apartamento absorvendo cada parte que era descoberta. Havia três quartos, o meu era o maior no final do corredor, meu closet já estava arrumado, era só eu pegar e vestir. Terminei de tomar o suco, coloquei no criado mudo e me joguei na cama, o que eu não deveria ter feito, já que eu só senti um pacote gigante e duro quando ele acertou minhas costas, escorreguei até o chão e respirei fundo algumas vezes para a dor minimizar.