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Ele suspirou.

— Você vai voltar para casa ou não? — Tae olhou-me entediado. — Estou quase indo sem você.

— Não vá...

— Eu tenho que ir.

— Por quê?

Meu primo se encolheu em resposta.

— Hoje é um dia especial. Eu não posso ficar com você. — acrescentou.

Suspiro e confirmo com a cabeça.

— Tudo bem.

Acenei após ganhar um abraço apertado do meu hyung, que murmurou muitos pedidos de desculpas. Deu para entender que ele iria ficar com o Hoseok pela forma como ficava olhando para trás ao ir embora, acenando hesitante para mim. Quando ele me deixava por causa do Jung, costumava se sentir muito culpado, como se estivesse me traindo, sendo ruim ou coisa do tipo; acabando por clamar desculpas que nem um pateta. Chegava a ser engraçado, porque eu realmente não ligava ou ficava triste com isso, era bobagem dele. Mas eu até que entendia como ele via as coisas. Acho que qualquer um pode entender se pensar um pouco sobre.

Suspirei e decidi desistir de ficar naquela ventania um pouco abafada demais. Segurei minha mochila antes jogada no banco, ajeitando-a nos meus ombros enquanto jogava a lata de refrigerante vazia no lixo, entrando na escola. Passei correndo pela diretoria — apenas para não ser visto pelo diretor —, entrando no colégio após ficar um bom tempo do lado de fora. Minhas aulas acabaram mais cedo que o esperado e por isso Taehyung estava lá fora comigo. Ele é liberado primeiro do que eu no começo da semana.

— Jimin hyung está?

As pessoas me olharam como se eu fosse um alienígena.

Acho que foi porque apareci do nada, não os cumprimentei, não acenei, não fiz nada; apenas gritei a pergunta.

Foi em um impulso, admito. Estava impaciente. Não. Acho que eu estava ansioso demais, e por isso, quase corri para ver o Park na sala de dança, na qual, agora, após observar um pouco, ele não estava.

— Jeongguk, você de novo? — Minji olhou-me com seu collant de bailarina.

— Sim...

Ela sinalizou algo para as meninas, vindo até mim.

— Ele ainda não voltou. — ela disse-me, parecia triste por me ver ali, ainda mais com aquele bico gigante que brotou nos meus lábios. — Eu não sabia que você era amigo do Jimin. Se você é e não sabe do paradeiro dele, imagina eu, que mal o conheço.

Eu mal o conheço também...

— Tudo bem, pensei que ele tivesse aparecido hoje.

Ela balançou com a cabeça, negando.

— Desculpe. — disse após ver como eu abaixei o olhar. — Olha... Você sabe onde ele mora?

Olhei-a surpreso.

— Como você sabe? — ela riu, juntando as sobrancelhas e estranhando.

— Eu não sei. Foi uma pergunta. — disse risonha, vendo como fiquei encabulado depois.

Por um momento, pensei que ela soubesse sobre como cuidei de Jimin e por isso tive uma reação exagerada.

Porque eu não contei sobre aquilo a ninguém.

— Ah, sim... — ri sem graça, coçando a nuca. — Eu sei sim.

Então ela suspirou alto, rindo alegre.

Meu amigo não tão imaginário {jikook} EM REVISÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora