Guardiã de Ganthá

Capítulo 35

Nos dias seguintes ao rompante de Aryen, Astaroth sentou com os três, repassou a gravação da simulação dela e lhes explicou porque ela usou cada golpe, mostrando a eficiência alcançada e finalmente lhes contando que ela estava acostumada a lidar com mais de três centenas dessas criaturas em cada incursão que se fazia necessária.

— Por que essas incursões são necessárias? – perguntou Melok.

— Como lhes contei em seu primeiro dia aqui, essas criaturas estão se deslocando de um quadrante ao qual eu não tinha acesso antes, mas agora que tenho precisamos mapeá-lo e levantar o número de criaturas que existem para que esta guerra não seja a primeira de muitas.

"Acontece que o número é muito maior do que esperávamos e cada vez que eles se mudam para outro planeta o destroem. Não queremos que isso aconteça, então agimos nos casos em que estão prontos para se mudar e deixamos as que estão ainda longe disso para depois. Nesses casos, ela cuida disso, quando posso me junto a ela e a ajudo, mas ela nunca me avisa. Foi assim que ficou tão boa com eles".

— Por que ela me desafiou? – perguntou Darwil aborrecido – ela parecia me odiar.

— Ela não o odeia príncipe, ela não gosta de ser subestimada. Sabe que você acha que ela precisa de proteção, de ajuda, isso a irrita profundamente. Você, mais de uma vez, deixou transparecer que se preocupa com ela, julgando sua capacidade bélica superior à dela. Francamente a afastou de si por isso, ela não é inferior a absolutamente nenhum guerreiro desta galáxia. Ela não precisa ser protegida e ela não precisa de ajuda.

— Vai mudar de ideia quando tiver de buscar o corpo sem vida dela, porque deixou que se arriscasse sozinha. – Darwil respondeu bravo.

— Você realmente acredita nisso. Interessante. – foi tudo que Astaroth lhe disse. Então mudou de assunto – Mas não estamos aqui para discutir meus escrúpulos ou as atribuições de Aryen, estamos aqui para discutir a evolução quase inexistente de vocês com este inimigo em específico.

Assim a reunião continuou com eles expondo, agora verbalmente, tudo que Aryen já havia dito que pensavam.

— Se são tão bons técnicos, como sabem que o uso do explosivo que Aryen criou não será mais prejudicial do que benéfico em terra?

— Não entendi? – perguntou Melok.

— Segundo o que soube, esse dispositivo foi criado por ela e o imperador Yan e ambos concordaram que não era seguro. Seus testes foram realizados no espaço. A reação causada por ele é de consumir matéria. Nem eles sabem se o contato com muita matéria não tornaria o efeito incontrolável, portanto não acredito que Yan, tendo sido coautor do equipamento, permita que seu teste seja feito no planeta dele. Ele conhece os riscos. – esclareceu Astaroth jogando um balde de água gelada na cabeça dura dos três.

— Ferrou! – disse Ayron.

— O que sugere? – perguntou Darwil suspirando derrotado.

— Sugiro que esqueçam que existem outras pessoas para pensar por vocês e façam melhor uso de seus cérebros. Se não forem capazes, criem perguntas completas e metodicamente analisadas e procurem técnicos específicos da área para que possam ajudá-los. E a partir de hoje vão começar o treinamento mais cedo. Ao por do sol os quero aquecidos e prontos para embate. Já que não adianta mandá-los para simulações com vários oponentes vou colocá-los para lutar com um por vez, mas vão repetir a luta até que o tenham matado de todas as formas que forem possíveis. E não se preocupem eu sei todas as formas de matá-los.