Capítulo 03 - Marina - A melhor ideia dos últimos tempos...

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Todo mundo já passou por isso. O primeiro beijo. Se não passou ainda irá passar... As pernas tremem, os dentes chocam, as cabeças não sabem pra que lado vão. Ai você cresce e aprende com uma laranja, em um copo com gelo ou no peito da mão. Se você nunca fez isso garanto que nunca teve infância. Mas se você está pensando que o meu beijo com Camilo foi essa tragédia toda, sinto muito informar, mas foi completamente o contrário. De certa forma Camilo me consumia com movimentos muito suaves, mas envolventes ao mesmo tempo. Meu corpo estremeceu com o toque da sua boca. Quando senti seu corpo me segurando eu já não me lembrava onde estava, e como posso esquecer teus lábios? Não posso! Como não flutuar sentindo aquela mão apertar minha cintura e a outra puxar meu cabelo enquanto sua língua quente dançava em minha boca. Como deixar de lado o mais sublime dos beijos. Naquele momento me recordo com certa clareza de todas as sensações mais gostosas que alguém pode sentir. Era como se todo o meu sistema nervoso tivesse entrando em choque por conta de seus lábios tocando os teus, minhas mãos em volta do teu corpo,enquanto inalava seu perfume… O mundo simplesmente parou naqueles instantes em que nos beijamos. Mas foi quando me dei conta e acordei para a realidade. Ele ainda tentou me puxar novamente e me enlaçar em seus braços.

- Burra! Burra, burra! – praguejava enquanto esmurrava a parede do banheiro. – pra que eu fui dar aquele tapa na cara dele? Marinaaaaa sua anta!

Eu sei que trabalhamos na mesma empresa e a política de lá não permite nenhum tipo de envolvimento. Claro dentro da empresa, mas não quero confundir as coisas. Camilo só tem uma semana de empresa e já estou na porta do meu apartamento aos beijos com ele.

Sai do chuveiro, e tudo que eu pensava era em deitar e descansar. Mas meu cérebro estava trabalhando a todo vapor assim como uma carvoaria.

- Céus, como eu queria poder desabafar com alguém agora. – foi o tempo de fechar a boca e Abel passar seu corpo felpudo em minha perna miando todo carente.

- Abel, querido, sei que posso contar com você sempre, mas hoje precisava de alguém que me respondesse de verdade, alguém pra dizer o quanto fui idiota hoje.

Depois de ter colocado um pijama, resolvi tomar um leite quente. Quando olhei o relógio da cozinha percebi que não era tão tarde. Corri e peguei meu celular e liguei pra Carla. Quase no último toque ela atende com uma voz sonolenta.

- Carla, sei que te acordei, mas tô precisando de você!

- Acordou nada, estava na balada pegando geral. O que você quer a essa hora, Marina? – Perguntou ela já bocejando.

- Vem aqui pra casa pra gente conversar.

- Conversar...Há essa hora? Fala logo qual foi a furada que você se meteu!

- Anda logo, pega o carro e vem aqui pra casa.

- Tô nem acreditando nisso. Tô levantando, mas juro que se não for algosério eu mato você.

- Beleza... Ahhh Carla, trás chocolate tá?!

Conheço a Carla há alguns anos, ela entrou depois de mim na empresa, mas acabou tornando-se uma boa amiga. Como ela morava há algumas quadras daqui, sempre que uma precisava da outra era fácil de ficar tricotando as madrugadas.

Não demorou muito ela chegou. Com chocolates, pipocas e alguns filmes. Jogamo-nos no sofá enquanto assistíamos ao filme Querido John pela enésima vez!

- Tá, você não me chamou aqui pra engordar mais alguns quilos e ver esse filme. Desembucha logo.

- Beijei o Camilo.

- O que?- Carla deu um grito saltando do sofá – Mulher o que você está me dizendo?

- Ah pelo amor de Deus, não me crucifique amiga, foi mais forte que eu, quando eu vi estava nos braços dele aqui na porta de casa.

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