XXIII

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Finalmente, saiu! Que capítulo intenso, preparem os corações!

No escritório de Edmond, o conde abria algumas cartas que precisavam de resposta visto a sua estadia no Brasil em lua de mel com a amada esposa.

Algumas cartas eram de negócios, outras de convites, outras de felicitações e desejos positivos em torno da união matrimonial entre os Hughes e os York.

Algumas cartas eram inclusive mais ousadas perguntando quando poderiam ter filhos saudáveis e fortes. Podia parecer chato e inconveniente, mas a pressão em torno de um jovem casal para produzir herdeiros era massiva e muito pretenciosa.

Alguns rezavam para que Edmond tivesse herdeiros... outras partes da família (parentes interesseiros e com poucos recursos) esperavam que Edmond nunca tivesse filhos e que a fortuna mudasse de sucessão para uma outra pessoa.

O jogo de interesses entre as famílias inglesas estava por todas as partes, motivo pelo qual Isabelle sabia que devia esconder a complicação de saúde do filho. Com a medicina tão falha na época, era quase impossível saber se o filho poderia morrer ou não, mesmo que o problema não fosse tão grave.

De qualquer forma Isabelle se agarrava ao fato de que o filho era um rapaz extremamente forte e uma vez que estava com Tayla, lutaria bravamente para não deixar a vida lhe passar ou ser consumida.

Por suas narinas sensíveis, Edmond sente um cheiro estranho passando entre a porta meio aberta.

Um cheiro desagradável, parecendo algo queimado, cinzas que incomodavam muito. Ele decide ignorar por alguns minutos, mas logo o cheiro se torna insuportável.

Ele chama um criado, que diz a ele para não se preocupar pois alguém devia estar queimando madeira para as lareiras e o cheiro logo iria passar. Tranquilo, ele se senta novamente.

- Edmond! – Isabelle grita logo que o filho se senta na cadeira. – Tem algo errado com a ala norte da mansão, aquela que está em construção... eu sinto que você deve ir até lá para conferir... não está sentindo algum cheiro de cinzas ou algo queimando?

- Eu estava, mas o criado me garantiu que não havia com que me preocupar. – Edmond falou, porém, em seu coração algo dizia para escutar sua mãe. Como algum sentimento ruim, que o dilacerava e o fazia querer ir mesmo até lá.

- Então tome por ordem se não vai por conselho. Vá até a ala norte da mansão agora! – Isabelle ordena. – Se esse cheiro de fogo for desta casa, você pode perder a estrutura...

- Irei para satisfazê-la para ficar mais tranquila. Antes, passarei em meu quarto. Minha querida senhora Hughes pode querer ver a ala norte da mansão, acredito que ela ainda não conhece.

Isabelle apenas concorda enquanto observa o filho sair do escritório e subir as escadas rumo ao seu quarto.

No caminho, ele sente seu coração se encher de alegria pois seria a primeira noite em que passariam em casa, como marido e mulher, sob o mesmo teto.

Seu coração estava preenchido com uma felicidade inexplicável e ele sentia um nó na garganta de tanta ansiedade. Minutos examinando as cartas longe de Tayla pareciam uma eternidade.

Na ala norte da mansão, o fogo destrói tudo o que encontra pela frente... como um trovão, ele chega sem aviso, faz um barulho e uma bagunça que arranca medo até dos mais corajosos.

Ao se alastrar pelo local, ele impregna um pouco perto demais do vestido da jovem Tayla que permanece sonolenta.

Ao sentir um calor tão próximo, Tayla ousa abrir os olhos, achando a situação muito estranha. Ao se observar, ela olha para os lados e pensa que morreu, mas não foi para o céu como diz em sua bíblia.

Quando Um Conde Se ApaixonaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora