Capítulo 12

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Robocop

Acordo com meu radio tocando.É o Menor chamando,será que tem problema na boca? Melhor atender logo.

-Fala aí Menor!Espero que seja muito importante caralho.

-Já é patrão,a filha da dona Marta ta aqui na boca procurando tu.

Ouço mais não acredito,o que essa mina quer comigo?Dei a ordem pessoalmente pra vazar do meu morro,porra,to sentindo cheiro de problema.Foda -se não quero falar com essa vadia.

-Menor,manda ela vazar,não to pra papo com ela não,já joguei a real,não tem choro.- não vou deixar essa mina achar que ta podendo alguma coisa aqui no meu morro.

-Então patrão,não to querendo me meter nos seus problemas não chefe,mas é que acho que poderia ouvir ela,pela dona Marta,tu tem mó consideração pela coroa,sempre correu com nós no desespero,mas é tu que manda,é essa a ordem mesmo?-ele diz e espera minha confirmação.

Porra,aí o Menor me quebra caralho,devo muito pra velha,vou ouvir essa cadela,mas se me peitar de novo,eu mesmo jogo ela no asfalto.

-Caralho,eu tenho que resolver tudo sozinho mesmo,cade o Raposão?Ele tem moral pra ouvir essa merda.- digo logo querendo me livrar de olhar naqueles olhos outra vez.

-Raposão ta no asfalto fazendo cobrança,chefe!- la se vai meu sossego.

-Traz a vadia aqui!- digo sem ter outra saída.

Levanto e vou ao banheiro,faço minha higiene ,visto uma bermuda e desço,da sala já ouço a moto do Menor,ele entra e avisa que ela ta la fora,mando ele por ela aqui dentro e vazar,vou dar só uma chance de ouvir o que ela quer,mas qualquer bronca esqueço de quem ela é filha e passo essa vadia.Ouço bater na porta,solto logo.

-Entra logo porra!-e sento no sofá acendendo um cigarro.A porta se abre e vejo aqueles olhos brilhantes me encararem e em seguida ela abaixa a cabeça.

-Com licença Robocop,poderia me ouvir uns minutos? -ela fala sem olhar pra mim,hum,to gostando de ver ela assim,parece que ta morrendo de medo.

-Aí vadia,tenho que confessar que tu é mesmo corajosa,depois de tudo que falei ainda acha que pode vir aqui falar o que?Espero que não seja nenhuma bobagem,fala logo que to sem tempo.-mando logo essa pra intimidar mesmo.

Ela começa me dizendo como foi a consulta da mãe dela e tudo que o médico disse,no meio do papo ela cai num choro desesperado,porra,e agora? Faço o que?Fiquei abalado com a situação da dona Marta,mas eu não posso mudar isso,deixo ela ali chorando de soluçar e grito pra tia Jô trazer um copo de água - Tia Jô trabalha comigo ha anos,mulher forte e guerreira,ta sempre do meu lado-logo ela traz a água e diz pra morena beber,tia tira os cabelos do rosto dela e diz pra se acalmar,ela toma a água,limpa os olhos e continua.

-Então Robocop,diante desta situação,vim te implorar que me deixe aqui pra cuidar da minha mãe,não será muito tempo,não tenho pra onde leva la agora,debilitada como esta tenho medo que ela piore muito rápido,sei que tem carinho por ela..eu interrompo.

-Que porra de carinho,só uma leve consideração por tudo que já fez aqui no morro.Num sou viado pra ficar sentindo carinho,caralho.É isso que tu quer? Ficar no morro pra cuidar da velha?Certo!

Ela abre o sorriso e começa a agradecer ...interrompo de novo,não será tão simples,claro que quero algo em troca.

-Pois tu conseguiu o queria,agora vamos tratar do que eu quero! -vejo o olhar dela mudar completamente.Jogo logo a real porque não sou de ficar de mimimi.

_Eu quero transar com tu,e vai dormir aqui todos os dias enquanto estiver no morro,depois do sufoco com sua mãe vejo o que vai ser de tu.Essa é a condição. -ta achando que aqui tem otário?Vou mostrar meu lado filho da puta e garanto que ela não vai gostar.


Destinos traçados no morro- CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora