∿ 𝟒º 𝑪𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 - 𝑽𝒐𝒄𝒆̂ 𝒗𝒂𝒊 𝒔𝒆𝒓 𝒑𝒂𝒑𝒂𝒊

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Eu tinha acabado de chegar na praça. Marquei com o Formiga aqui. Era hora dele saber, já fazia um mês que eu escondia isso dele. Eu tinha medo de sua reação e de sua possível rejeição. Comprei um sorvete pra acalmar os nervos e sentei com pernas de chinês no banco de concreto. A praça era vazia, apesar de ter alguns maconheiros. Já era noite, o relógio marcava 20hs. Formiga apareceu 20h45m eu já estava mais do que nervosa, já tinha tomado quatro sorvetes e minha cabeça latejava. Ele estacionou a moto e sentou ao meu lado, depois de me dar um selinho e acender um cigarro. Respirei fundo e encarei minhas mãos.

Formiga: Qual foi, morena?
Joyce: Preciso te contar uma coisa. - Ele assentiu. Fiquei em silêncio -
Formiga: Fala logo, porra. - Ele me fez encará-lo -
Joyce: Você vai ser papai. - Eu disse baixo e forcei um sorriso tenso. Ele arqueou uma sobrancelha -
Formiga: Como é?
Joyce: Eu estou grávida.
Formiga: De quem? - Eu arregalei os olhos -
Joyce: Como de quem ? De você. - Ele negou com a cabeça e meu coração acelerou, ou parou. Meu mundo começou a desmoronar. Ele não queria. Ele não me queria mais. Ele não nos assumiria -
Formiga: Porra nenhuma.
Joyce: De quem mais eu estaria esperando um filho, Formiga?
Formiga: Eu que te pergunto, deu pra quem? Quem foi o filho da puta que te comeu? - Ele estava irritado e eu mais ainda por ele duvidar de mim -
Joyce: Eu não estou acreditando que você está duvidando de mim, Formiga. Não estou acreditando que você acha que eu te traí.
Formiga: Motivos você tem ,né.
Joyce: Apesar de você ser um filho da puta comigo, eu nunca tive coragem de te trair. - Eu disse, dura - E olha que eu tive muitos motivos e estava no direito se eu fosse fazer. - Eu levantei - Não quer assumir, tudo bem, eu sabia que isso poderia acontecer, só não espalha por aí que me largou de barriga. Se você um dia me amou como disse diversas vezes, se você tem consideração por mim e por tudo que passamos juntos, não espalha isso por aí.

Dei as costas pra ele e comecei a voltar pra casa. Eu respirava fundo, segurando o choro que ameaçava me tomar. Entrei em casa e passei como um furacão, indo direto para o quarto, onde me taquei na cama, coloquei um travesseiro no rosto e dei um grito, logo depois eu deixei o choro tomar conta de mim. Me encolhi na cama e deixei que o choro me dominasse, deixei que a tristeza e a dor no meu peito saísse.

𝑮𝒓𝒂́𝒗𝒊𝒅𝒂 𝒂𝒐𝒔 𝟏𝟔Where stories live. Discover now