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Eu dei graças a Deus por, quando o meu celular despertou seis e quarenta da manhã, quem acordou e se levantou primeiro fui eu, e não Jimin.

Na verdade, acordamos de um jeito... Nossa, estávamos uma completa bagunça!

Ele estava deitado de bruços, com a perna direita abraçando totalmente minha barriga e eu estava praticamente inteiro embaixo dele, como se fosse um travesseiro. Acordei um pouco sufocado, com a cara enfiada no pescoço do outro, que respirava baixinho, agarrado a minha cabeça com os braços, e ao meu corpo, com as pernas.

Foi ótimo eu ter despertado primeiro, porque o meu cabelo 'tava totalmente revirado e meu rosto fica inchado quando acordo, fico parecendo uma bolacha. De verdade. E, também, eu bebo muita água antes de dormir, então... É comum acordar daquele jeito por estar muito apertado para fazer xixi.

Que bom que eu acordei primeiro e não tive que lidar com o Park ao meu lado em uma situação assim. Mesmo que seja comum...

Foi difícil sair de onde eu estava. Nós estávamos todos enrolados, um no outro, e o cobertor também envolvia nossos corpos por completo. Parecia que eu estava amarrado a ele. Mas, depois de um tempo, consegui sair das garras de Jimin e levantar-me da cama.

Ele nem se mexeu ou pareceu começar a acordar, mesmo quando eu tive de agarrar e afastar com bastante força seus dois braços para desgrudá-lo de mim. As pernas também. Ele tem um sono pesado...

Depois de ir no banheiro, pentear o cabelo — com muito custo, aquilo virou um ninho de passarinho — e escovar os dentes, eu voltei, vendo que Jimin ao menos se mexeu.

Recolhi sua calça jeans e coloquei-a para lavar. Eu tinha uma camisa dele aqui em casa — sim, aquela da festa, a qual ele quase me matou de susto com aquele nariz sangrento — que nunca tive a atitude de entregá-lo por preguiça e birra, mas até que ela serviria para algo, pois agora ele teria o que vestir para ir ao colégio. Sua calça logo estaria seca, já que coloquei-a na secadora.

Coloquei meias nos meus pés e pantufas, pois estava super frio, ainda mais por estar cedo. A casa virou um gelo. Assim, cobri Jimin com mais cobertas de lã e, em seguida, fui até ele e deixei a mão sobre sua testa. A temperatura dele estava normal. Graças a Deus ele melhorou.

Vou te pôr no porão. Maldita, devolve meu dinheiro... Jisoo. — resmungou e eu quase ri. Estava sonhando?

Depois Jimin se virou totalmente para o outro lado e continuou dormindo.

Ainda era sete horas, então decidi deixá-lo dormindo mais um pouco, já que ele deveria ir para o colégio apenas às nove. Primeiro, eu iria até a padaria — que graças ao meu bom Deus, fica bem do lado do condomínio — comprar guloseimas para fazer um café caprichado. Ah qual é, é o garoto que gosto, claro que vou tentar impressioná-lo!

Já trocado, saí de casa e fui em passos lentos para a padaria. Como era cedo e sábado, não tinha muitas pessoas no estabelecimento, o que era muito bom para mim. Eu queria voltar rápido. Cumprimentei algumas pessoas que já me conheciam por eu simplesmente ir ali desde que me mudei para cá — quase oito anos inteiros — e fui pegar o que queria.

Na verdade, acho que Jimin pode estranhar bastante todos aqueles pãezinhos recheados, croissants de geléia doce e biscoitinhos adocicados logo na hora de acordar. Isso porque nossa cultura costuma não comer nada daquilo de manhã. Na verdade, quase ninguém come de manhã, sempre é como um almoço, mas a primeira refeição na minha casa é completamente diferente da das outras famílias coreanas.

Tudo começou quando minha bisavó se casou com um homem inglês que tinha manias e costumes diferentes. E essas manias foram passando, e passando, e passando.... E acabou que a família inteira foi afetada. Nosso café sempre foi um tanto britânico, e isso pode parecer estranho, mas... Sei lá, 'pra gente, apenas é comum.

Meu amigo não tão imaginário {jikook} EM REVISÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora