Capítulo 3

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Christian estava no escritório de seu pai, Carrick, ouvindo seu discurso de bom marido, sobre como ele teria responsabilidades a mais a partir daquele dia, que ele teria que cuidar da garota com a própria vida, que teria que sempre respeitá-la e blá blá blá. O homem já não aguentava mais ouvir o pai, e se dissessem que ele parou de ouvir no "respeitá-la", não estariam enganados.

Levou um susto e pensou realmente em apenas desaparecer do mapa há uma semana, quando recebeu uma ligação de sua mãe lhe informando que Anastacia Steele faria dezoito anos em alguns dias. Ele sabia que aquilo aconteceria, era o acordo, afinal. Mas a ideia do casamento arranjado fora sempre algo abstrato em sua vida, de alguma forma ele sentia que poderia fugir daquilo.

Não foi bem o caso.

Seu pai logo intimou que ele se preparasse.

O preparo foi intenso. Não era fácil fazer a si mesmo aceitar que se casaria com uma mulher que nem ao menos conhecia, e ainda por cima teria que morar com ela.

Aquela provavelmente era a pior parte.

Ele aceitaria numa boa apenas passar por toda aquela palhaçada de terno e alianças, mas morar com uma pessoa que você nunca viu na vida era outros quinhentos.

E eles tinham que ter realmente um casamento... Consumado! Não seria bem aceito eles não terem pelo menos um filho.

Outra coisa que ele nem ao menos se permitia pensar: filhos.

Ele não gostava muito de crianças, seria pior ainda ter de conviver com uma.

— Eu quero que seja gentil, um cavalheiro como criamos você para ser - seu pai dizia.

— Tudo bem... - resmungou, olhando para a tela do celular em sua mão.

— Christian, você pode parar de olhar para essa droga de aparelho por alguns minutos? Isso é importante.

— Pai, eu estou te ouvindo.

— Quero que preste atenção.

— Toda.

— Christian Grey!

— O quê?

O mais novo revirou os olhos e colocou o aparelho em cima da mesa, suspirando de irritação.

— Na noite de núpcias, eu quero que seja gentil, atencioso...

— Pai, não vamos conversar sobre isso...

— Ela será sua esposa, não uma qualquer que você fica por aí. Quero que trate-a com respeito e dignidade, mesmo que não à ame. Sempre diga a verdade, sempre faça a coisa certa.

— Entendi.

— Você já é um homem, não acho que preciso explicar mais do que isso.

— Não mesmo.

— Filho, eu sei que não acredita em nossas tradições, em nossas culturas...

— Nem um pouco - rebateu.

— Eu só quero que entenda que essa é a sua cultura também.

— Não acredito nisso, não é minha cultura. Mas tudo bem, eu estou fazendo o que você quer, não é? Foi o nosso acordo, eu vou cumprir: vou me casar com a garota.

— Não quero que ache que estou fazendo isso para o seu mal.

— Eu entendo, pai, relaxa. Agora eu vou me arrumar, não vai ser legal chegar atrasado para o meu noivado.

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