Capítulo 16

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O vôo foi terrível, a coisa toda foi, na verdade, desde de sair da casa dos pais de Christian à sair do aeroporto nos Estados Unidos.

Ana se arrependia em dizer que concordava, que entendia Christian e queria fazer o melhor.

Foi uma viagem de onze horas, mais uma hora e meia dentro do carro até o Escala, o apartamento de Christian.

Aquele apartamento deu o que falar quando seus pais conversavam sobre o casamento, e ela sabia que logo logo não estaria mais ali, pois os pais deles foram incontestáveis ao que disseram "não tem como criar crianças num apartamento".

Aquela frase ainda retumbava em sua cabeça como uma hélice gigante. De repente, ela não queria ter filhos.

A história com Christian foi complicada desde o começo, e não adiantava o quanto Ana tentasse: ele era bipolar. O cara mudava de humor a cada segundo, uma hora estava próximo, outra distante, uma hora falava sobre ajudá-la e então depois estava irritado por ter sido obrigado a cumprir todo aquele acordo.

A beleza dele não compensava as dores de cabeça que ela tinha toda vez que tentava compreendê-lo.

Eles entraram no elevador sem dizer uma palavra, Christian digitou alguma coisa no painel e então as portas se fecharam.

Ana tirou o cabelo dos olhos e apenas esperou, e esperou, e esperou.

Quantos andares aquele prédio tinha?

Ela não gostava muito de altura.

_ Tudo bem? - Christian perguntou.

Ela se virou para ele, tirando o cabelo do caminho.

Eram como dois estranhos de novo.

Ela queria muito saber o padrão que ele usava, quando ele a tratava com intimidade e quando agia tão formal quanto seu pai falando com o Ministro de Bordonty.

_ Sim - respondeu.

Aquela havia sido a terceira vez daquela conversa naquele dia, se pudesse chamar de conversa, é claro.

O elevador finalmente parou, as portas se abriram e Ana se encantou a vista que logo de cara em vista.

Já era quase noite em Nova York, as luzes da cidade já estavam acesas e o sol estava se pondo em seu final, a janela do hall era do chão ao teto, larga e límpida, mostrando tudo.

Era mais do encantador. Ana que já viajou boa parte do mundo, sempre admirando tudo ao redor, nunca havia visto algo tão real em sua vida.

Ela vivia trancada na mansão, em aviões, em hotéis, e em mais mansões, nunca vendo realmente como o mundo era, e ali, de repente, ela podia dizer que via-o inteiro, via como ele realmente era.

E ela moraria ali, pelos menos por alguns meses.

_ A vista é incrível, não é? - Christian comentou, saindo do elevador.

_ É - Ana sussurrou, já caminhando até a janela. - Como você consegue sair de casa tendo uma vista dessa?

Ele riu.

_ Tem coisas incríveis fora essa janela também - uma outra voz se fez presente, e Ana se virou.

Os passos altos de um salto muito fino ecoou por toda a sala enquanto uma mulher descia as escadas.

Ana engoliu em seco.

Ela era loira platinada, alta e curvilínea, mesmo que detonava uma idade mais velha como trinta e oito ou até mesmo quarenta - Ana arriscava - era muito bonita. E tinha postura. Uma postura que Ana nunca viu numa mulher antes. Ela parecia - para a surpresa e choque total da morena - dominante e superior, como uma coisa que você se sente muito mal em olhar mas se sentiria pior se não olhasse. Ela tinha os lábios vermelhos - como Ana só via em "mulheres da vida" ou em atrizes que interpretavam "mulheres da vida" - mas aquilo a fazia sexy; vestia uma calça de couro preto, blusa vermelha e sapatos da mesma cor, altos demais para Ana sequer pensar em pé sobre eles. E o olhar... O olhar era de uma frieza e autoridade tão grande que a fazia não querer sair do lugar.

_ Elena, o que faz aqui? - Christian perguntou.

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Ôôôxe, a Diaba Loira ta chegando na parada, segurem seus boy pq essa mulher gosta dos homem dos outros!!!

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