Capítulo 18

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Ana não se demorou em tomar um banho e se deitar. A garota acabou dormindo, e acordando com Christian a chamando para jantar.

Ela parecia ter sido atropelada por um trator, e não que havia dormido por quatro horas.

Depois do jantar, a qual Elena não estava - para a felicidade de Ana - a morena resolveu que apenas iria dormir novamente, e foi o que fez, nem percebendo quando Christian se deitou também.

No outro dia, no café da manhã muito farto - em que Ana apostava que Gail apenas não soubesse o que ela gostava - Ana e Christian estavam claramente tentando ser o mais natural um com outro, mas a sombra de Elena ainda estava na cabeça de Ana. E o maldito Christian Grey começou a falar sobre a loira quando a garota perguntou sobre o dia do outro.

_ Vou almoçar com a Elena - informou ele. - Você poderia ir também, eu peço ao Sawyer para te levar.

Havia sido uma proposta, claramente uma proposta, então ela tinha escolha.

A garota repousou a colher que usava para comer cereal dentro da tigela e o encarou.

_ Não, obrigada. Na verdade, eu não gostei dela - declarou direta.

Christian a encarou surpreso, baixando o jornal do Seattle Times.

_ Você ainda não a conhece - disse ele.

_ Não preciso conhecer para saber que ela também não gostou de mim.

_ Ela também não te conhece - rebateu ele.

_ Ela claramente morre de ciúmes de você.

_ Somos amigos, Anastacia - disse ele num tom firme e controlado, dobrando o jornal e o colocando na mesa.

_ Não disse que não são - defendeu-se a garota.

_ Mas está insinuando que somos mais do que isso.

_ Insinuando? Você é que parece na defensiva de repente.

Ele bufou.

_ Quer saber? Eu tenho que trabalhar, não tenho tempo para essas discussões bobas de casal - ele se levantou, jogou o guardanapo na mesa pegou seu celular.

Ana revirou os olhos.

Ela não havia feito nada demais, qual é? Christian sempre estava irritado com ela.

_ Discussões bobas de casal? Não sei se você esqueceu, mas somos casados - disse a morena.

_ Acredite, não tem como esquecer.

A garota cruzou os braços, desviou o olhar e pressionou os lábios um no outro.

Ouviu o outro suspirando alto e então se aproximando.

_ Me desculpa, eu... Droga! Me desculpa, okay? Eu realmente tenho que aprender a lidar com isso, com você me questionando.

_ Deixa para lá - ela murmurou, e se levantou, saindo de pressa e subindo direto para o quarto.

Deus, era tão difícil tudo aquilo, e era apenas o segundo dia.

Ana bateu a porta do quarto e se sentou na cama já arrumada por Gail.

A garota fungou, odiando a onda de raiva misturada com mais raiva dentro de si.

Seus olhos ardiam com as lágrimas que se formavam.

Não era nada justo. Nem um pouco. Ela com certeza não merecia aquilo. Christian era tão sem coração.

Ela limpou com as costas das mãos duas malditas lágrimas que caíram, assim que a porta foi aberta.

_ Ana - o outro a chamou.

A garota o encarou, os olhos vermelhos junto da ponta do nariz.

Seria uma imagem fofa se não fosse de cortar o coração.

Mas como Ana pensou: Christian Grey não tinha coração.

A garota o encarou com o queixo empinada, os olhos pegando fogo.

Ela odiava mais do que tudo quando a faziam chorar, e pior ainda quando a faziam chorar de raiva.

E ela estava com muito raiva. Raiva de seus pais por arrumarem um marido daqueles para ela, raiva de Elena que ser tão bonita, raiva de Christian por ser um ogro, raiva de si mesma por ser tão sensível e estar ali chorando na frente dele.

_ Eu já pedi desculpas, por que você está chorando? - ele questionou.

Ela queria apenas arremessar qualquer coisa em cima dele, um travesseiro talvez, a cama, uma faca...

Mas a garota apenas desviou o olhar com petulância.

_ Você não tem que trabalhar? - disse ela.

Ele suspirou e se aproximou, ajoelhando-se a sua frente.

_ Fui bem insensível lá embaixo, eu sei.

A garota mordeu o lado interior da bochecha e tirou o cabelo do ombro.

_ Ana, é meio difícil para mim ter que dar satisfações para alguém, ou aceitar outra opinião que não seja a minha na minha vida. A Elena faz parte da minha vida, e seria muito mais fácil para mim se vocês se dessem bem.

A garota o mirou, semicerrando os olhos.

_ Okay, eu não posso te obrigar a nada - ele se rendeu, levantando-se, puxando a garota da cama. - Só... Me desculpa, okay? - falou gentilmente, tocando seu queixo.

Ela mordeu o lábio inferior, ele trancou o maxilar.

_ Tudo bem - ela sussurrou.

Bom, tinha que estar tudo bem, não é?

Christian lhe sorriu minimamente e tocou os lábios nos seus.

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