Capítulo 28

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Ana estava sentada na ponta da cama de seu quarto, seu nariz vermelho de tanto que ela fungou, os olhos ainda com lágrimas caindo. Ela não se importava com seu pulso marcado, ou com o chupão em seu pescoço. Ela não se importava com o possível trauma que havia ganhado naquela tarde. Apenas uma coisa estava em sua mente: outro homem havia a tocado.

A morena sentiu a presença mais do que ouviu os passos no corredor. E a porta do quarto foi aberta com violência. A expressão de Christian era pura raiva, os olhos ao menos demonstravam o cinzento, tomados pela ira.

Ana sentiu medo dele, pela primeira vez.

Aquele ali era o único homem que ela não poderia rebater, revidar ou gritar.

Era o único homem que decidia tudo sobre ela.

E ela não sabia o que esperar daquela vez.

A morena se levantou, as mãos tremendo, mais lágrimas caindo.

Sentia sua vida aos poucos ser levada de si. Era trágico, um sentimento sufocante.

Christian a olhou de cima a baixo.

— Eu juro, eu juro que não fiz nada - começou ela quase em desespero. - Foi ele, ele quem começou. Eu não fiz nada, não queria que ele fizesse aquilo.

Ela falava atropelando as palavras com a rapidez que as reproduzia, batendo o pé no chão com um mania irritante de quando estava nervosa. Ela falava apenas, nem mesmo percebia tudo ao redor, só precisava que Christian acreditasse nela, apenas isso.

Por que se ele não acreditasse, ela estaria perdida. Tudo estaria.

Ela ao menos percebeu a cortina do quarto se mexendo furiosa com o vento que batia lá fora junto da neve que caía de repente, não percebeu o barulho alto lá embaixo com as buzinas e o trânsito, e muito menos percebeu o suspiro de alívio que Christian deu após olhá-la minuciosamente.

— ...e ele veio para cima de mim quando tentei me afastar - ela continuou, o tom parecia cada vez mais desesperado, e Christian teve medo que a garota tivesse um ataque cardíaco bem ali.

Ana só parou de falar - mais por choque que qualquer outra coisa - quando Christian a abraçou, apertando-a contra si de forma sufocante e protetora.

— Eu fiquei com tanto medo de ele ter te machucado - ele sussurrou contra seu cabelo. - Eu nunca me perdoaria se alguma coisa acontecesse com você.

A garota fechou os olhos com força, timidamente levantando os braços e passando pela cintura do outro, tendo a cabeça apoiada contra seu peito, sentido seu coração batendo forte e acelerado.

— Está tudo bem - garantiu ele.

Christian segurou seu rosto com as duas mãos, olhando-a nos olhos.

— Eu prometo que nada nem ninguém nunca mais vai te machucar - prometeu.

Foi alívio, foi proteção e acima de tudo, foi amor. A sensação extremamente boa de ser amada.

E ela sorriu para ele.

Mesmo com o rosto vermelho, inchado e molhado, foi a coisa mais linda que ele já viu na vida.

Ele beijou o rosto dela, cada bochecha, a ponta do nariz, a testa, o queixo e por um fim selou seus lábios delicadamente, apenas para sentir a maciez, e voltou a abraçá-la, apoiando o queixo no topo de sua cabeça, não tendo a mínima coragem de soltá-la.

Com certeza foi ali, naquele exato segundo, momento, instante, que Ana começou a ter sentimentos certos e com nomes por Christian. Tudo antes era tão confuso, sempre. Ela nunca sabia. Mas naquele abraço ela soube, com aquelas palavras sendo sussurradas para si, ela sentiu a proteção, sentiu o carinho, a gentileza. Sentiu que nada de ruim aconteceria se dependesse de Christian.

Não importava as tradições, os costumes, não importava Elena, Jack Hyde, as brigas, a falta de conhecimento um sobre o outro. Não importava nada. Nada antes era certo. Nem podia ser, não é mesmo?

Se amar fosse um momento, aquele dali foi onde ela amou Christian.

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Aaaaaaai, caralhoooou!! Segura esse casal q agora eu não me seguro não!!!!

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