Prólogo |⛅| Julgamento

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Aliza's Point Of View

- Era bonito. Ganhei ele da minha mãe. Aí quando ela...

- Próximo. - Uma voz feminina suave soou me dando um susto.

- Droga. Nem deu de eu ouvir a história de vocês. - reclamei e atravessei a porta na minha frente.

Era tudo bem claro e era muito desconfortável caminhar sem enxergar o chão. Sem enxergar nada além da cor branca.

- Você sabe onde está? - Alguém surgiu do nada.

Eu não conseguia enxergar o rosto dele, mas senti que exalava uma presença enorme e esmagadora.

- Kami-sama?! Não acredito! - falei, desacreditada.

- Eu não...

- Não pode ser! Kami-sama?!

- Como assim?

Minhas duas novas amigas entraram no lugar claro antes do figurão terminar a frase dele.

- Não sou Ele. Sou um anjo.

- Anjo? Anjo tipo anjo ou anjo tipo "ah eu sou um anjo."? - perguntei, curiosa.

- O que quer dizer com isso? E quem deixou vocês duas entrarem aqui? Somente é permitida a entrada de uma pessoa por vez. - O ser com grande presença falou com a voz meio alterada.

- A porta estava aberta. - A maior das duas se pronunciou.

- Não é uma porta. É uma passagem. - Ele a corrigiu.

- Passagem para o que? Onde exatamente estamos? - perguntei.

- No purgatório. Aqui as almas são julgadas para descobrirmos se devem ter paz no céu, desgraça no inferno ou um digno recomeço.

- Ah! - Nós três olhamos uma para a outra.

- Estamos mortas. - falei, sorrindo. - Estamos mortas?! Como assim?!

- ESTAMOS MORTAS?! EU MORRI VIRGEM?!

- E eu que pensei que ia ficar rica antes de morrer.

- Nem me fale! Nem sequer terminei de aprender a coreografia de ... Qual era mesmo o nome daquela música? - As duas me olharam confusas.

- Céus... - O anjo falou. - Me ajudem.

Outros anjos, eu acho que são anjos, apareceram e nos cercaram.

- Levem essas duas para fora daqui e não deixem que elas voltem.

Assim que o anjo-senpai ordenou os outros o fizeram.

- Não! Eu quero meu advogado! - A ruiva gritava, enquanto cinco anjos arrastavam ela para a passagem.

- Vamos voltar ao seu julgamento. Quando as pessoas morrem e chegam até aqui, geralmente se arrependem dos seus pecados. Presumo que você tenha se arrependido dos seus. - Ele ficou em silêncio.

Acho que preciso falar algo.

- Eu não acredito que eu morri! Logo depois de ter conseguido ... huh ... eu não lembro o que eu consegui, mas sei que era importante.

- Não lembra? - Ele me perguntou, confuso.

- Eu também não lembro de muita coisa. Tipo, eu não lembro se eu morri virgem ou não. - A ruiva surgiu do nada ao meu lado.

- Tirem ela daqui!

- AAAAH!

- Continuando... Mesmo não lembrando de algumas coisas, você ainda deve ter os pecados dos quais se arrepende e esse é o momento para confessá-los.

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