Capítulo 39

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Ana tirou os sapatos e se jogou de costas na cama, fechando os olhos com força e tentando acalmar o coração.

O que ela havia feito?

Como acabou deixando Elena tirá-la do sério daquela forma? Ana nunca, nunca havia sido agressiva com ninguém, não sem antes terem sido agressivos com ela antes. Ela nunca havia se deixado levar daquela forma.

O que ela havia se tonado?

Ela não tinha respostas.

Não demorou mais que quarenta minutos para Christian entrar no quarto, já desatando o nó da gravata e então desabotoando o colarinho.

Ana sentou-se na beira da cama, observando o marido fechar a porta atrás de si, a culpa estampada em seu rosto, já esperando pelo pior.

Havia arruinado tudo naquele jantar, ela sabia disso. Quem iria querer trabalhar com alguém com uma esposa doida?

Mas Christian não disse nada e apenas caminhou para o closet.

Aquilo era pior do que ele gritando com ela, de forma que a irritou.

Tudo bem, ela havia estragado tudo, mesmo que Elena estivesse provocando, ela não podia simplesmente ter partido para cima dela no meio de um jantar importante como aquele. Mas Christian também devia tê-la escutado, ela havia avisado um milhão de vezes que não conseguia se controlar perto da loira, que a outra atiçava, e ele apenas não deu ouvidos.

E, qual é, ele ouviu tudo, tudo o que Elena disse, e ainda esperava que Ana ficasse quieta?

A morena suspirou e se levantou, cruzou os braços e o observou da porta.

_ Você está irritado comigo quando foi ela quem começou - acusou a ela.

Christian bufou enquanto desabotoava a blusa de linho branca, balançando a cabeça em descrença.

_ Porra, você brigou com ela com todo mundo aqui - acusou ele de volta. - Você ficou louca? Tem noção do que eu perdi? E ainda da repercussão que isso vai ter?

Ana mordeu o lado inferior da boca e bateu o pé no chão.

_ Ah, me desculpa, querido, eu deveria ter esperado o jantar acabar - ela foi sarcástica.

Christian suspirou alto em derrota.

Ana não entendia. Claro que não entendia, ela não precisava.

A garota mordeu o lábio. Não era hora de brigas e discussões, foi uma noite cheia.

_ Okay, é sério, me desculpa. Eu não deveria ter feito aquilo. Foi errado e eu não pensei em você - rendeu-se ela, voltando a se sentar na beira da cama, perdendo o tom de briga.

Christian a seguiu, encarando-a da porta.

_ Ana, você sabe que eu não tenho mais nada com ela - disse ele, a voz cansada.

Ele já estava realmente cansado daquela discussão, sempre a mesma.

_ Não, eu não sei, Christian. Você não precisa transar com alguém para ter alguma coisa com essa pessoa - ela revirou os olhos. - Deus, você ao menos consegue ficar sem falar com ela! Agora quer me dizer que não existe nada entre vocês. Sabe o que é pior? É que ela tem razão. Eu e você é que não temos nada.

Ele fechou a cara, a irritação subindo de nível.

_ Droga, o que você quer que eu diga para você? - ele se estressou. - Eu já disse que gosto de você, que eu não estou fazendo nada por obrigação, que o nosso casamento não é uma mentira. O que mais você quer? Quer que eu diga que eu estou apaixonado por você? Bom, eu estou, okay? O problema é que eu não sei lidar com isso. Às vezes eu só quero a Elena na minha vida porque ela é constante, ela sempre esteve aqui me ajudando a decidir o que fazer. E agora eu só penso em você. Ana, eu não tenho nada com ela! Ela é rotina na minha vida. E eu preciso disso. Eu não quero fazer besteira, e com certeza não queria ter te magoado, me desculpe.

Os dois se encararam sem desviar o olhar. Cada um com seus sentimentos confusos e profundos, sem a mínima ideia do que fazer com eles.

_ Vamos só parar de discutir, pode ser? Nós brigamos por tudo e o tempo todo - ele suspirou.

Ana ainda tinha o coração acelerado quando Christian se ajoelhou a sua frente.

_ Elena não vai mais ficar entre nós, eu prometo - garantiu ele, pegando suas mãos. - E de agora em diante, vamos ser um casal de verdade.

Não é como se ainda tivessem coisas para negar.

Ana encarou as mãos deles juntas, e ele as apertou minimamente.

_ Eu quero fazer isso dar certo, e eu sei que você também - completou ele.

A morena concordou, a briga já esquecida, até mesmo os acontecimentos com Elena. Era tão rápido, às vezes ela se perdia, mas Christian tinha aquela coisa de sempre fazê-la esquecer do mundo.

Ele a levantou, puxando-a pelas mãos e a tocou em seu rosto, a outra mão em sua cintura, abraçando-a.

_ Estar com você não é uma recompensa, é um privilégio - declarou ele. - Eu não quero ficar com você porque você é gostosa. Também, é claro. Mas não é isso que me fez perceber que eu não quero saber como é ficar sem você, é algo muito maior. É esse seu jeito, a sua gentileza, a forma como você sempre tem uma solução para tudo e como está sempre sendo incrível de forma natural, sem se esforçar.

Ana mordeu o lábio inferior, o coração já não sabendo mais o que é batimentos regulares.

Christian tocou os lábios nos dela delicadamente, e então passou o polegar por seu lábio inferior, admirando-a.

_ É estranho, é como se eu precisasse de você - sussurrou, ela sorriu. - Nunca imaginei que me apaixonaria por alguém assim como estou apaixonado por você. Nem mesmo você brigando com a Elena num jantar realmente importante para mim importa.

Ela deu uma risadinha enquanto passava os braços por sua cintura e repousava o rosto em seu peito.

_ Eu achei que você estava bravo e aí eu fiquei brava por isso - sussurrou ela.

Ele riu.

_ Está difícil ficar bravo com você nos últimos dias - ele murmurou.

_ Mesmo quando eu tento arrancar o cabelo horrível de Elena Lincoln? - ela questionou, o queixo em seu peito, olhando-o de baixo.

Ele riu novamente.

_ Sim, mesmo quando você faz isso.

Ele a beijou, a mão em sua nuca puxando-a para si. Quando o beijo se intensificou mais e Ana sentiu Christian descer a mão por seu vestido, pronto para levantá-lo, a Ana se afastou.

_ O que foi? - ele questionou em confusão.

_ É que... Eu estou no pior momento do mês - explicou ela.

_ Ah - compreendeu ele. - Bom, eu não me importo com isso - disse ele, beijando seu pescoço, levantando seu vestido.

Ela o afastou, dando um passo para trás.

Deus, ela com certeza não iria gostar daquilo.

_ Mas eu me importo - impôs rapidamente. - Eu sinto cólicas terríveis e com certeza transar não vai ajudar em nada. Eu tive que tomar quase a cartela inteira de remédio para estar de pé agora - explicou ela. - Então, a única coisa que eu quero nesse momento é tomar um banho e uma mão quentinha na minha barriga - disse sugestivamente.

Christian balançou a cabeça em descrença, puxando-a novamente para seus braços.

_ Será uma honra - disse contra seus lábios.

Ela lhe sorriu, sentindo o coração quase explodir.

A garota se desvencilhou do marido e seguiu para o banheiro, louca por um banho quente para se deitar confortavelmente na cama.

Ela abriu a porta e se virou para Christian, que a encarou, esperando o que ela diria.

_ Só para você saber: também estou apaixonada por você.

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Só queria... Criei o homem dos meus sonhos e dei para Ana, palhaçada!!
Geeeeente, e esse hino da Marília Mendonça????? "Mulher que deixa de ser amiga da outra por causa de macho vale menos que o macho." - Amém Marília Mendonça 🎶
Estou viciada demais!!

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