Capítulo 51

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Ana fez força pela última vez, mesmo já não aguentando mais nem ao menos respirar, tendo Sawyer atrás de si, ajudando-a

O segurança que mesmo machucado, estava ali com ela, cuidando.

E ela sentiu, sentiu tudo. O bebê estando pronto, saindo, entrando no mundo.

O choro foi alto, estridente.

Era vida.

Pura vida.

Ana soltou o ar aliviada automaticamente, cansada, se sentindo satisfeita.

Tudo ficou em silêncio, apenas o som do bebê chorando era audível e a respiração alta de Ana.

Ela ficou perdida naquele som. Era a sinfonia mais perfeita, uma sinfonia de um só instrumento, um instrumento mais profundo que qualquer outro criado pelo homem: o choro do seu bebê.

Vivo.

Perfeito.

Taylor cortou o cordão umbilical com a tesoura banhada em álcool, havia sido o melhor que conseguira.

O bebê ainda chorava e Ana admirava Christian segurando o pequeno enquanto o segurança lhe entregava o próprio paletó para embrulhá-lo. Ela baixou os olhos e encarou o bebê, completamente encantada, tendo seu coração querendo explodir de amor.

Logo se tornou um pequeno e frágil choro, totalmente tímido e assustado, bem baixo, quase ilusório para Ana.

_ Ele é tão perfeito - sussurrou com dificuldade, as lágrimas de emoção já escorrendo pelo rosto.

Christian finalmente tirou os olhos do bebê e a encarou, sorrindo.

Ela tentou sorrir, tentou falar algo, tentou escutar as coisas ao redor, tentou sentir o próprio corpo, mas nada funcionou. Ela queria ficar, queria ver seu filho mais de perto, queria segurá-lo em seus braços - Deus, como ela queria -, ela queria dizer à Christian que o amava, queria tentar convencê-lo a não trabalhar todas as manhãs, queria dizer ao seu filho que o amava também - era importante que ele soubesse daquilo todos os dias de sua vida -, queria ele dormindo em sua cama, queria ficar até tarde acordada olhando-o dormir, queria passar a madrugada acordada porque ele não dormiu... Ela queria tudo, mas no fim, não teve nada além de escuridão.

Do lado de dentro, ela sentia tudo. Era como se a vida estivesse sendo perdida ao mesmo tempo que havia acabado de ser ganhada. Porém, já era difícil distinguir a realidade da escuridão. A realidade era algo importante, era algo que ela queria também... Porém, a realidade chegou tarde demais.

Nem mesmo as sirenes da ambulância ela conseguiu ouvir antes de apagar.

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Ô, denguinho, faz isso com nós não!! Volta aqui, bb, acorda! 🙈🙊🙉😰😦 gente, segura o coração pelo amor, não tenho dinheiro para lista de cardiologia que vcs querem pôr na minha conta!!! #retafinal

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