Capítulo 4

10.9K 885 360
                                    

O dia amanheceu nublado, completamente cinza. Me levantei e abri a janela e um vento muito frio fez meus cabelos voarem para trás, peguei minhas coisas e fui para o banheiro tomar um longo banho.

Estava pensando no sorriso do príncipe e em seu perfume, um cheiro refrescante com um leve toque amadeirado, estava me perguntando se ele se lembraria de mim.

Desliguei o chuveiro e vesti meu conjunto de moletom um pouco folgado demais, escovei os dentes e fiz um coque frouxo, meu cabelo anda meio rebelde comigo ultimamente. Sai do banheiro e voltei para o quarto, Lena ainda esta dormindo.

É bem engraçado vê-la dormir suas posições variam em pernas na parede, dormir do outro lado, e teve uma vez na qual a vi com a cabeça para fora da cama, tive que levantar e a deitar certo se não era capaz dela cair.

Fui arrumar minha cama e como Lena não fez o menor sinal de que iria acordar, comecei a chama-la e cutuca-la e como sempre nada adiantou, então a peguei pelos ombros e dei leves chacoalhões, ela lentamente abriu os olhos e me olhou com uma cara feia.

— Não se pode nem dormir em paz por aqui? - ela disse jogando uma almofada em forma de coruja que estava ao seu lado em cima de mim.

— Vamos já é quase meio dia! - é dez e meia ainda, mas se tivesse dito isso ela ia ficar resmungando sem parar que ela podia ter dormido até as onze... O dragão, digo minha irmã, levantou com um olhar mortal pegou suas coisas e foi para o banheiro.

Eu fiquei aqui sozinha no quarto olhando pela janela, observando a natureza, tudo é tão belo, estamos na primavera e eu amo ver a cidade cheia de cor, minhas irmãs e eu gostavamos de pegar flores para enfeitar nossos quartos, não fazemos isso a alguns anos e senti um pouco de saudade.

Meu pensamentos foram interrompidos por um grito de desespero. Sai correndo para ver o que era e segui o som que parecia ter vindo da sala, cheguei lá com o coração na boca, olhei para todos os lados em busca de um meliante, mas apenas encontrei Anne em cima do sofá olhando para um canto da sala com muito medo, me aproximei para ver porque ela esta assim.

Fiquei sem reação ao descobrir a causa do seu desespero.

— Para que esse escândalo Anne?- Ela esta quase chorando. 

— Ela vai me matar! Allice me ajude!

— Para com isso Anne é só uma barata, ela não vai te engolir! - Eu saí e peguei o veneno para matar o suposto meliante, eu não sou a pessoa mais corajosa do mundo, mas baratas não me dão medo o que eu sinto por elas é nojo, a menos que ela comece a voar, aí a história muda.

Voltei para sala, e Anne protegia o corpo com um monte de almofadas, revirei os olhos e fui atrás do tal possível "assassino" passei o veneno nela e a mesma começou a se mexer, joguei mais um pouco e ela morreu, olhei para Anne e disse.

— Pronto donzela, você está segura agora. - sai rindo da situação, Anne morre de medo de baratas e aranhas, já eu tenho um sério problema com os que voam.

                            *****

Já passa das duas horas da tarde, as seções de fotos começarão as três e meia, mas a excelentíssima senhora nossa mãe disse que devemos chegar lá mais cedo, por isso já saímos de casa, apenas eu e Lena iremos tirar as fotos, Anne e Ana são muito novas e ficaram um tanto decepcionadas por isso.

Eu não queria muito ir, afinal mais de uma hora e meia na fila não me pareceu nada divertido. Eu escolhi uma roupa mais quente, está meio friozinho então optei por uma calça legging preta, uma blusa regata branca e um moletom mais comprido em um tom de azul bebê, deixei o cabelo solto e passei um gloss, por pura pressão de minha mãe.

Princesa?Eu?Onde as histórias ganham vida. Descobre agora