Sussurros do Destino: Capítulo 1

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Gabriela

Tudo bem, vamos lá, Gabriela, o mais difícil você já fez! Só mais alguns passos e você consegue! Respiro fundo e dou os primeiros passos, meus pais já foram embora, então não tem mais como voltar. Olho para trás, vejo um casal se despedindo, aparentemente. O rapaz é negro, um pouco mais alto que eu, com os cabelos lisos até um pouco abaixo da linha do queixo, ele estava bem arrumado e parecia confiante. Ela, é uma japonesa com um corpo belo, o beijo deles é rápido, mas até uma reclusa como eu sabia que havia amor naquele pequeno gesto.

Opa, desculpem, não me apresentei ainda. Meu nome é Gabriela Santana, tenho 17 anos... E há um bom tempo eu não saio de casa porque depois de um certo acontecimento, eu passei a ter medo do mundo. Esquisito? Talvez para você. E quando eu digo bom tempo, não são semanas, ou mesmo meses, mas sim ANOS. Tenho estudado com professores particulares, mas após muita, mas MUITA insistência dos meus pais, eu acabei concordando em vir para este colégio no bairro da Gávea e aqui estava eu, uma reclusa no meio de um monte de desconhecidos e se controlando muito pra não me esconder.

A cada passo que eu dava, eu sentia minhas pernas tremerem e para evitar de olhar pros outros, caminho olhando pro chão. Isso! Um passo depois do outro, você consegue! Após talvez um ou dois minutos, não sei, sinto um esbarrão forte em mim e começo a cair pra trás, mas antes que eu consiga gritar, um braço não muito forte me impede de cair no chão. É quando abro os olhos e o vejo.

Com olhos puxados e escuros, cabelo até os ombros, a expressão dele denota preocupação. Eu gostaria de descrever o resto do corpo dele, mas o rosto me fascinou de tal forma que não consigo lembrar os detalhes.

-Epa! - Ele me puxa para que eu fique de pé, recuperando o equilíbrio. - Você está bem?

-S... Sim... Obrigado. - É tudo o que consigo dizer.

-Desculpe, eu estava com pressa e quase te derrubei... - Ele pede desculpas. - Bem, tenha um bom dia...

-V-você também... - Murmuro, ainda que audível.

Com um sorriso e um tchauzinho, o homem, que aparentava ter talvez 23, 24 anos, entra no prédio principal do Colégio Altavista. Eu faço o mesmo, ainda que de maneira mais lenta, pois é difícil pra mim andar tranquilamente com toda essa gente. Mas bem, era hora de começar o ano letivo. E quem sabe mudar a minha maneira de ser, ao menos um pouco. Eu já consegui manter uma conversa com alguém além de meus pais e professores particulares (que eu não conversava realmene, era só solução de duvidas.), ainda que tenha sido uma conversa curta.

Caminhando lentamente pelos corredores, consigo chegar até a sala do segundo piso que meus pais indicaram que era a da minha turma. Lá, diversas carteiras estão dispostas de maneira individual, eu encontro um local próximo da janela no meio da sala e me dirijo até lá. Alguns alunos já aguardavam o início das aulas, e felizmente ninguém prestou atenção o suficiente em mim para dar mais do que uma olhada.

Uma das coisas que reparei também, é que a imensa maioria dos alunos parecia se conhecer, com a exceção de um aqui e outro ali, que soavam tão deslocados quanto eu, todos falavam com uma certa familiaridade. E conforme mais alunos entravam na sala, mais tensa eu ficava. E se algum deles... Engulo em seco, tentando não pensar no pior.

Quando dá por volta de oito horas da manhã, a professora do primeiro turno entra... E é a japonesa que eu havia visto trocando um beijo com um garoto mais cedo. Ela tem cabelos longos e castanhos, além de olhos na mesma cor e um corpo de dar inveja a qualquer modelo. O rosto, por outro lado, expressava uma inocência incomparável. Contrastante, eu diria. Eu também diria que MUITOS alunos e algumas alunas ficaram atraídos de cara pela aparência da professora.

Paixão Destinada (Versão Revisada e estendida)Onde histórias criam vida. Descubra agora