Letters&Love (AU!Ziam)

Capítulo Vinte e Cinco - Surpresa.

Quando um trovão estravou-se no céu, eles não se importaram.

Louis ficou na ponta dos pés para enlaçar seus braços no pescoço de Harry, enquanto as mãos grandes dele passavam de sua cintura para seus quadris.

Não eram mais magros, nem cintura fina. Louis havia carregado uma criança ali, eram normal ainda estarem um pouco largos, mas isso não o tornava feio. Harry o achava cada vez mais lindo. Preferiria um Louis "gordinho", pois imaginava que ele se sentia melhor assim.

Um estalo escutado fez com que eles gemessem e Harry o puxasse mais, sentindo o gosto de Louis. Aqueles beijos trocados em mero prazer, agora eram mais maduros e cheios de desejo. As línguas trocavam carícias sensuais, enquanto os cabelos já grandes de Harry, eram puxados pelos dedos finos de Louis.

Ficaram ali por minutos, até que Harry suspirou ao sentir a sua ereção apertar-se em sua calça e se separou. Suas bocas estavam tão vermelhas e a respiração entrecortada de Louis denunciava que o beijo era tudo o que eles mais queriam.

— Louis...

— Não deveríamos ter feito isso... — Louis passou os dedos pela boca, sentindo a pressão dos lábios de Harry — Você tem uma noiva e eu tenho um namorado... Eu me sinto...

— Você quis isso, Louis. Você me quis, admita.

— Não tenho nada a admitir. Eu não posso deixar de acreditar que eu voltei a te beijar e que você está ainda por cima, noivo... 

— Louis...

— Me deixei levar pelo sentimento. Não poderia tê-lo feito.

— Louis...

— Você a ama, Harry? Ama Kendall? Ama ela como me amou naquela noite do bar, que nos declaramos? Ama ela como aquela noite que me pediu em namoro e quando fizemos amor? A ama como você já me amou?

Harry engoliu seco.

— Louis...

— Se não souber falar outra coisa que não seja meu nome, sugiro repensar-se sobre isso. 

— Você ama Bruce?

— Ele estava comigo na mesa de operações. Ele segurou minha mão quando comecei a chorar e ele me ajudou a ressurgir das cinzas que você me deixou.

— Então isso seria um sim? Seria, Louis?

— Talvez.

Isso fez Harry sentir raiva.

— Mas sou eu que você ama! — Ele disse alto — Sou eu que você acabou de beijar!

— Sim, eu te amo — Louis confessou — Mas não sei se é isso que eu quero. Você me deixou, Harry. Eu teria contado para você, mas no fundo eu sabia que você não ficaria feliz em deixar seu sonho por um filho não planejado. Não trocaria desfiles para me ajudar a sobreviver nas madrugadas de vômitos e choros. Eu precisa me proteger e proteger Danny, por favor, entenda. Mas também, protegi você.

— Me protegeu de quê?

— De uma vida sem sonhos que você não desejava ter — Louis abaixou a cabeça.

O silêncio veio e tomou espaço, de maneira tristonha. A chuva ainda estava batendo na vidraça da janela, as árvores sacudiam-se. Ouvia os carros passando, mas estavam presos naquele pensamento.

Harry suspirou. Louis parecia distante naquele momento. Sentia saudades do sorriso, das ruguinhas dos olhos e principalmente do perfume. Seu garoto não era mais apenas um jornalista recém-formado de faculdade.