• Airport

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Pisquei os olhos algumas vezes até me acostumar com a claridade que invadia o quarto. Me espreguicei, consequentemente batendo o cotovelo em algo. Ouvi um resmungo de Victor e virei na cama, deitando de barriga para baixo e encarando seu rosto. Ele ainda tinha os olhos fechados, mas sabia que já estava acordado por conta do sorriso no canto de sua boca.

Eu poderia ficar horas olhando aquela cena um tanto quanto fofa; Victor com os cabelos bagunçados, bochechas avermelhadas e o rosto inchadinho de sono.

Depositei um beijo rápido em seus lábios, antes de fazer menção de levantar, porém seus braços me impediram.

— Não levanta não. — Resmungou lutando para abrir os olhos. — Deve tá cedo ainda.

Estiquei meu corpo por cima dele para conseguir pegar meu celular que estava no criado-mudo. No visor marcava dez e quarenta e dois. Para ele que foi dormir tarde, realmente estava um pouco cedo, mas para mim que estava acostumada a acordar seis e pouca da manhã, já estava passando da hora. E minha barriga pedia desesperadamente por comida.

— Eu tô com fome. — Choraminguei e ele riu, em seguida concordando.

— Esqueci que você tem um buraco negro na barriga.

Minha mão foi de encontro ao ombro de Victor, que fingiu sentir dor. Revirei os olhos, tentando levantar da cama, mas novamente fui impedida.

— Deixa eu levantar, chato.

— Me dá um beijo então.

— Mas nem a pau. — Respondi escondendo o rosto no travesseiro, ouvindo sua risada. — Nem escovei os dentes.

— Não é como se já não tivéssemos feito coisas além de um beijo durante a manhã, amor. — Deixou um beijo em meu pescoço.

Certeza que minhas bochechas ficaram no mesmo tom que as dele. Poderia ser cara de pau para certas coisas, mas quando se tratava de intimidades ou algo do gênero, era outro caso.

— Para de ser trouxa, Trindade.

Ouvi sua gargalhada enquanto eu pulava da cama, aproveitei para jogar meu travesseiro em sua direção, mas Victor foi mais rápido e conseguiu pegá-lo antes de acertar seu rosto. Estiquei meu dedo meio, recebendo um beijo no ar.

Ignorei seus chamados, indo em direção à minha mochila, onde peguei uma calça jeans de lavagem clara e peças íntimas. Invadi o guarda-roupa de Victor, escolhendo uma de suas diversas camisas.

— Daqui um pouco eu vou ficar sem nada para vestir, você pega tudo. — Comentou se apoiando nos cotovelos para conseguir me enxergar melhor.

— Acho que já chegou a hora de te contar que eu namoro com você só para usar suas camisas. — Respondi ironicamente e ele riu.

Acabei escolhendo uma da Adidas preta e, enfim, fui para o banheiro. Tomei um banho demorado pois acabei lavando os cabelos com o shampoo e condicionador que tinha ali, que por sinal, tinham um cheiro maravilhoso. Já aproveitei para escovar os dentes.

Voltei para o quarto, encontrando Victor agora de pé, enquanto mexia no celular. Fiquei na ponta dos pés, passando meus braços por seu pescoço e beijei sua bochecha. Enxerguei que o mesmo falava com a mãe pelo aplicativo de mensagens, mas logo bloqueou a tela do celular e roubou um selinho.

— Que horas o Viros chega mesmo? — Perguntei sentando na beirada da cama, calçando meu tênis.

— Uma e meia o avião vai estar pousando.

Enquanto Victor ia para o seu banho e, certamente passaria longos minutos no mesmo, enquanto ouvia suas músicas e fazia uma rave no banheiro, decidi ir procurar algo para comer.

Cumprimentei Gabriel que estava na sala, já em seu computador. Desci indo para a cozinha, encontrando, por fim, Filipe na geladeira.

— Me diz que vocês fizeram compras e tem algo para comer agora. — Choraminguei, fazendo Filipe rir e me encarar com uma expressão de decepção.

— Você quer que eu minta ou fale a verdade?

Fechei os olhos, jogando a cabeça para trás e fingindo chorar.

— O amigo de vocês está vindo para cá e ninguém compra comida nessa casa?! Que tipo de amizade é essa? — Questionei arqueando uma sobrancelha. — Pega a chave do carro e vamos no mercado... — Ele continuou parado me encarando enquanto ria. — Anda logo, Filipe. Agora. Um, dois, três... — Imitei minha mãe e foi inevitável não sentir saudades.

O moreno subiu as escadas pulando alguns degraus, ainda rindo. Tomei um copo de suco, esperando Filipe, que não demorou muito para descer.

💛

Chegamos do Walmart já passava das onze e meia. Preparei um almoço rápido, apenas para não sairmos sem algo no estômago. Já no aeroporto, enquanto o vôo de Matheus não pousava, aproveitei para tirar algumas fotos, além de tomar um milkshake e comprar cookies.

— 'Cê não é gorda de ruim, cara. — Gabriel afirmou, mas pegava um biscoito dentro do saco de papel.

— Eu sou feliz, me deixa.

Ele deitou a cabeça em meu ombro e ficou brincando com as pontas do meu cabelo. Filipe e Victor estavam mais distantes, ambos mexendo nos celulares.

— Por que a Gabi não veio? — Gabriel perguntou como quem não quer nada e eu prendi o riso.

— Ela tinha ido passar uns dias na casa da avó dela, mas disse que hoje já está de volta.

Ele apenas concordou e voltou a dedicar sua atenção na tentativa de fazer uma trança, na verdade estava apenas criando nós em meu cabelo, mas me mantive quieta.

— O avião dele já está no pátio. — Victor comentou vindo em nossa direção. — Mas o que é isso? Tá roubando minha namorada?

— Longe de mim. Toda sua, priminho.

— E no fim era bom aquele negócio colorido? — perguntou meu namorado notando o copo vazio em minha mão.

— Era. Mas também era muito doce. — coloquei a língua para fora, fazendo uma careta.

— A gente podia reunir todos os milkshakes considerados bons e outros que a gente nunca tomou na vida, e fazer um vídeo. — Gabriel falou. — Seu cabelo é muito ruim, não dá pra fazer nem uma trança nele.

O encarei fingindo estar indignada, mas a risada escapou em poucos segundos.

— Você que é um péssimo cabeleireiro. — concluí antes de os meninos saírem de perto de mim, só então notei que Matheus já estava no saguão e cumprimentava Filipe.

Hey, galeris! Tudo bom?

Eu sei que fiquei muuuito tempo sem atualizar, mas estou estudando para o Vestibular e o ENEM, então minha cabeça fica totalmente cheia com esses assuntos.

Eu ia postar Domingo, mas por conta do temporal que aconteceu aqui no Rio Grande do Sul, muitos bairros, incluindo o meu, ficaram sem luz. Apenas hoje, na Segunda-feira que vieram arrumar. Então culpem o pessoal da luz hahahah.

Infelizmente, não poderei prometer capítulos grandes ou em todas semanas. Mas tenham certeza que não irei abandonar com feito antes.

Enfim, por hoje é só. Um capítulo sem grandes acontecimentos, apenas para avisar que o Virote chegou na fanfic e ele vai causar um tiquin.

Um beijo e falou!

Flashlight | Eagle TrindadeOnde histórias criam vida. Descubra agora