5. Jardim Encantado

467 40 6
                                    

Sentiu mãos quentes a balançando, mas se recusou a acordar. Seu corpo estava pesado, cansado e necessitado de mais algumas horas de sono. Por que estavam a importunando?

- Vamos prostituta! – ela ouviu uma voz. -  Você precisa ir embora, isso aqui é um castelo não seu quarto da estalagem!

Camila abriu os olhos, vendo uma sombra preta em frente à luz do sol que entrava pela janela. Piscou algumas vezes para se acostumar e viu que era Normani.

Mas que porra? Pensou.

- Fiz como prometi à Rainha, não pode me deixar dormir por mais algumas horas? – perguntou sonolenta.

- Não. – a negra colocou suas mãos na cintura. – Vai por bem ou por mal? Não vou me incomodar em chamar guardar para te arrastarem daqui. – seu tom era duro e sem qualquer gentileza. Camila revirou os olhos.

Forçou suas pernas a se mexerem e ignorou completamente sua nudez. Normani, ao contrário do que Camila esperava, não desviou o olhar um momento sequer.

A prostituta não sabia, mas assim como a Rainha, Normani estava curiosa de saber como era o conjunto de dois gêneros em um só corpo. E bem... Parecia estranhamente normal para ela.

Camila se vestiu e perguntou se precisaria colocar novamente a capa, a dama de companhia negou e juntas, ambas voltaram para a sala que tinha o alçapão.

Quando passou pela porta de seu quarto viu que Dinah ainda dormia, presumiu então que não era tão tarde quanto parecia, a cidade ainda estava calma lá fora e não havia movimento na estalagem.

Ela olhou para a banheira e percebeu que a mesma estava coberta. Puxou o pano e viu a água limpa que quase transbordava, Camila sorriu.

A loira a conhecia bem, na verdade, era a única que a conhecia. Sempre que Camila fazia trabalhos a noite, gostava de tomar um banho frio quando chegava. Então, era tarefa de Dinah pedir a água antes que a madrugada chegasse e tampasse para que quando Camila chegasse, estivesse limpa.

Nua, ela deslizou para dentro da banheira, tendo cuidado para não deixar a água transbordar. A temperatura fria a relaxou tanto que Camila encostou sua cabeça na borda e apagou.

- Não sei como você consegue dormir nessa posição. – a voz de Dinah a despertou. – Essa banheira é muito pequena, você fica toda encolhida ali dentro.

- Olha quem fala. – ela revirou os olhos. – Você mesma já esteve nessa mesma situação. – ela se levantou e colocou um vestido amarelo de pano leve. Mesmo depois de sair do banho sentia calor. – Aqui é muito quente. – ela se abanou.

- O estalajadeiro disse que estamos entrando no final da época de verão, por isso tão abafado. – Dinah bateu palminhas. – Logo estará nevando! Faz anos que eu não vejo neve.

Camila assentiu.

- Desde a nossa parada em Vrako, não é? – perguntou enquanto passava uma escova em seus fios de cabelos. Os nós ali eram grandes, ela deu um sorrisinho lembrando quão gostosa era a sensação da Rainha puxando os seus cabelos.

- Isso mesmo. Mas chega disso, me conte de sua noite! – ela sentou na cama e puxou Camila para a mesma.

- Não posso comer antes? – perguntou. Dinah apontou para a mesa e ela viu uma cesta pequena com pães, uma tigela com ovos mexidos e vinho. Camila levantou, pegou tudo e voltou para cama. – Tudo bem, o que quer saber primeiro?

- Ela tem alguma coisa de diferente?

- Hum... – ela mordeu um pedaço de pão. – Ela é sofisticada, bastante entregue e tem uma pele suave. Com certeza deve ter acesso a todos os tipos de ervas aromáticas porque ela é muito cheirosa.

A Concubina RealWhere stories live. Discover now