Capítulo 19

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Violeta:

Fiquei olhando-o sem saber o que dizer. O que eu poderia fazer? Inventar outra coisa que nem chegava perto de ser uma mentira? Vi o ponto de interrogação estampado em sua testa e abri a boca para falar, mas nada veio, então a fechei de novo, olhando para qualquer coisa que não fosse para ele.

— Bobinha — falou. — Eu tinha pensado em prolongar mais isso, mas... sua mentira me deixou extremamente decepcionado. — baixou a cabeça, parecendo estar magoado. Cretino. — Por isso, vamos resolver isso agora. — e, antes que eu processasse direito a informação, ele desceu para onde os Kelly e os garotos estavam.

Pensa. Pensa. O que eu posso fazer? O que eu posso fazer? Sem pânico. Direcionei meus olhos até sua poltrona e vi que ele tinha deixado sua jaqueta lá. Encaminhei-me correndo e a peguei, procurei nos bolsos e achei uma pequena chave cor prata.

Céus, que esta seja a chave. Torci com todas as minhas e coloquei-a no meu bolso. Rapidamente espiei para ver se ele vinha e ajeitei de novo sua jaqueta no mesmo lugar.

Alguns segundos se passaram até ele estar vindo de volta, trazendo Derick, Bryan e Kelly algemados. Talvez ele descobrisse tudo. Talvez tivéssemos uma chance de sair. Céus!

Ele os colocou sentados no meio de sua sala, em seguida se retirou. Corri até eles.

— Tenho a chave — minha respiração estava tão irregular que meu sussurro quase não saiu. — Acho que não é disso — apontei para as algemas de Kelly. — Espero... — parei para tomar fôlego. — Espero que esta seja a chave que destranque esta porta. — apontei para a saída.

Kelly soluçou e eu segurei em sua mão.

— Calma — falei.

Balançei a cabeça para Bryan e Derick, que também assentiram. Um gesto de também estamos prontos.

Me apressei, indo até a porta. Coloquei a chave lá e, como num passe de mágica, ela se abriu. Eu nem conseguia acreditar que tinha dado certo. Vi as árvores balançarem por causa do vento gelado que passou. Faltava tão pouco, tão pouco...

— Estou ansioso por sua resposta! — fechei-a imediatamente. Por sorte, ele não viu. Vinha trazendo Bruna, também algemada.

Ele a pôs sentada junto do grupo, e vi os olhos de Derick brilharem de alívio por ela ainda estar bem.

— Vejam só... Todos reunidos — ele andou de um lado pro outro, observando cada um, enquanto eu me mantinha mais afastada, imóvel. —Vamos acabar logo com isso. Então, Violeta, qual dos dos quatro vai morrer primeiro? — encostou uma faca enorme na garganta de Bryan.

Acho que meu coração parou de bater por um segundo.

— Não precisa ser assim... — balbuciou Bruna.

— Cale-se. Então? Estou esperando, não tenho a noite toda.

Eu... Eu... — minha boca estava seca e meus lábios tremiam.

— Diz logo, droga! — gritou comigo. Eu não sabia o que dizer ou muito menos como agir.

— Por favor, não me obrigue a fazer isso... — pedi, minha voz até embargou. Logo agora que tinha que sair firme.

— Escolha! — olhei para os quatro ali no chão. Eu não podia. Não podia.

— Escolha! — gritou mais alto.

— Amo cada um de vocês. Sempre irei amar.

— Te amamos também, Vivi. — Derick falou por todos. Seus olhos também estavam inundados. Olhei para todos e vi a mesma coisa.

— Escolha — vociferou tão baixo que não aguentei.

— Eu não escolho ninguém! — gritei.  Cada parte minha tremeu quando o vi se afastar e sacar uma arma da cintura, então aquele som terrível inundou meus ouvidos. Olhei para Bryan sangrando, depois outro disparo, e mais outro.

Abri a porta e sai correndo, mas fui interrompida quando esbarrei num homem, mal o enxerguei por causa das lágrimas, mas escutei quando ele disse:

— Oi. Quem é você?

Corri para a floresta a minha frente, quase sem forças para continuar.

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Capítulo revisado. ✔


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