Capítulo 47

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Quando dei de cara com Edu eu perdi meu chão, não como das outras vezes, dessa vez o motivo foi vergonha. Sim, vergonha.
Olho naqueles lindos olhos azuis e me perco e esqueço todos ao meu redor, mas rapidamente minha ficha caí e me dou conta da péssima namorada que fui para ele, que não acreditei em seu amor, que não ouvi o que ele tinha a dizer.
A pessoa que certamente destruiu seu coração com suas desconfianças, com sua imaturidade e infantilidade.
Eu errei, eu sei, e hoje percebo isso.

Bastava um diálogo para que nada disso estivesse acontecido, porém, eu não dei a ele a chance que ele merecia.
Como eu fui burra e inconsequente.

Mia, eu sinto muito sua avó, meus pêsames. -Disse Eduardo melancólico.

As palavras não saem para se quer agradecer suas palavras de conforto. A vergonha que estou sentindo é tanta que minha única vontade é de sumir daqui, fugir como tanta outras vezes já fiz.
Não sou digna de Edu, não sou digna de carinho, amor, e entre tantas outras coisas boas que ele é capaz de oferecer.

Não sinta, está tudo bem Edu... Eduardo. Não tinha muito o que sentir. -Disse a de Mia cabeça baixa

Tentei chegar aqui assim que Crhis me avisou, mas infelizmente houve um acidente no caminho e acabou gerando um congestionamento.

Tudo bem. A gente está de saída também.

— Mia será que a gente pode... -Foi interrompida por Mia.

Olha Edu, hoje o dia foi tenso e não estou com ânimo para conversar, então a gente vai indo.

Mas uma vez fui covarde sem ter coragem de bater de frente com meus problemas. Mas dessa vez o motivo não é fraqueza, e sim vergonha.

Mia, não foge de mim de mim denovo não, por favor.  Não dessa vez.-Disse segurando seu braço.

Edu eu não tenho coragem de te encarar, não tenho forças para olhar em sua face.

Não se sinta assim. -Disse Eduardo colocando a mãe em seu queixo para que ela a olhasse. -Vamos conversar? Por favor, precisamos disso.

Tudo bem, a realidade é que precisamos disso mais que tudo. -Respondeu Mia.

Finalmente, não aguentava mais fazer papel de cupido. -Rebateu Crhis, e ambos a olharam.

Vamos comigo até um restaurante e conversamos.

Sim, vamos.

Posso estar sendo mesquinha ou até mesmo egoísta, não sei. Mas a idéia de entrar novamente em um carro com um homem mesmo esse homem sendo Edu me assusta.
Lembro que esse foi o primeiro passo que dei para acabar com minha vida e um grande calafrio toma conta de todo meu corpo.
Eu sei perfeitamente que Edu jamais, em hipótese alguma, nunca, faria algo contra mim mesmo depois de tudo que o fiz. Por que ele é o homem mais incrível que conheci em toda minha vida, uma pena que eu o tenha perdido por minha imaturidade.

CORES DO DESTINO (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora