Prefácio

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As pessoas costumam dizer que o tempo cura feridas. Mas penso que se a ferida for muito profunda, o processo de cura dela é muito longo, e talvez, se a pessoa não ajudar pra que esse processo se conclua, as feridas podem nunca ser curadas.
  Qualquer ser humano tem suas fases ruins na vida, onde tira proveito disso para poder amadurecer e entender as coisas de uma forma completamente diferente. As pessoas mudam com o tempo, algumas para melhor e outras para pior. Todos sabem que nada dura para sempre, e a mudança é inevitável.
  Um dia você vai precisar tomar decisões, vai ter que tirar certas conclusões, e vai ter que arcar com as consequências das suas escolhas. Talvez você se arrependa e aí será tarde demais, pois a “coisa toda” já foi feita. Ou talvez você fique satisfeito com o que fez, e pense que sua escolha era a melhor opção no momento, mesmo tendo que fazer sacrifícios por um bem maior. Isso foi o que passou pela cabeça da menina Poliana.
   Por muitos dias ela chorou, sofreu, sentiu saudades e não conseguiu sorrir por um tempo. Mas como eu disse, o tempo cura feridas. Não que Poliana não sinta mais saudades, ou já não chore mais por conta de suas escolhas feitas, mas ela aprendeu a conviver com a dor de perder alguém que ela gostava tanto. Afinal, já sabia como era essa sensação, quando perdeu seus pais. Mas era tudo uma questão de tempo.

   Mas ainda temos o João. Por muito tempo ele se sentiu culpado por perder Poliana. Achou que tudo era por sua causa e isso assombrou sua mente. Até que percebeu que não importava o que ele fizesse, e as tentativas de pedir perdão não valiam de nada, pois ele nunca recebeu perdão e nunca foi escutado. Poliana tinha apagado ele de sua história, como se os dois nunca tivessem significado nada. Nem nos momentos em que estavam gostando um do outro, e pior, nem sua amizade! Que era tão pura e sincera.
  “Como ela pode ter mudado tanto?” ele sempre pensava. Achava que Poliana já não era mais a mesma pessoa, pois a menina que era sua melhor amiga era gentil, bondosa, perdoava e pedia perdão. Era meiga e sempre buscava ver o lado bom da vida, mesmo estando nos piores momentos dela.
  João e Poliana se afastaram de tal forma, que nem podiam imaginar que ainda poderiam ter suas vidas ligadas novamente.

joliana vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora