2- melhoras

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"E é esse cara tatuado e vagabundo, que o mauricinho não esquece nem um segundo"

Thiago Brava

Sabe qual é a pior merda? Se apaixonar por alguém que te faz mal, porque a maioria das pessoas não entendem, algumas pessoas não denunciam por medo, mas eu nunca senti medo do William, eu não o denunciava, porque eu o amava, eu adorava seus braços fortes me envolvendo a noite, adorava que toda noite, automatícamente eu colocava a mão em seu membro, um ato de carinho que ele amava, adorava como ele ás vezes me fazia chorar de dor e de tristeza, mas na maioria, me fazia chorar de emoção por poucos atos e declarações de amor que ele me fazia, tão poucos que podia contar nos dedos de uma mão

Eu nunca mais vi o Fernando, até que não era tão raro vê-lo quando eu disse que estava namorando, mas quando soube quem era meu namorado, ele começou a se afastar até me bloquear em todas as redes

Quando ele me bateu a primeira vez, o amor sumiu, e eu passei apenas a admirar seu corpo perfeito, mesmo sabendo que por dentro, ele era seco, frio e sem um pingo de sentimentos

Na segunda vez que ele me bateu, sua aparencia parecia a de qualquer pedaço de merda no chão, passei a sentir um profundo nojo de William, tão profundo e tão intenso, que tinha medo de que quando fosse tomar banho com ele, vomitasse ao ve-lo nu

                        ____

Abri os olhos lentamente, tudo estava claro, minha visão estava turva, minha respiração levemente ofegante, quando recuperei a visão, vi que o quarto era muito luxuoso, a cama era extremamente confortavel e os lençóis de ceda, minha cabeça doía muito, olhei para o lado, uma parede inteira de vidro, dava uma visão privilegiada de um lugar que era o último em que gostaria de estar: morro da rocinha, uma das maiores favelas do rio

- finalmente, baixinho - ele entrou, não acredito, ELE me ajudou?? -

me sentei na cama, encolhendo as pernas para me afastar o maximo possível dele

- não fica com medo, eu te ajudei, aqueles caras iam te matar - disse medo sorrindo -

Ele foi até uma estante e pegou uma vasilha de metal com agua e um paninho dentro

- deita aí e abaixa a cabeça - olhei desconfiado enquanto me deitava lentamente - deita porra

Ele deu um leve enpurrão na minha testa e eu deitei, pegou o pano e o espremeu com força, passando na minha testa logo depois

- quem é você?

- não mete essa, eu sei que você sabe bem quem sou eu

- "medo"?? - perguntei, o fazendo sorrir -

- você pode me chamar de William

- ta bom, a quanto tempo eu estou aqui?

- algumas horas, eu encontrei você todo pocado na rua ontem, ainda dói?

- um pouco, mas por quê não me levou pro hospital?

- acha mesmo que com a cara em tudo que é jornal, eu vou aparecer em um lugar desse e sair de boa?

Fazia sentido

Passou um tempo em silencio, ele passou o pano perto da minha boca, bem no canto, enquanto fazia isso, encarava o local, oque me fez corar

- me diz - digo, finalmente - como alguém....como você

-Com "alguém como você" quer dizer um traficante? - ele sorriu diabólicamente

- Bem...sim, como você sabe cuidar de pessoas tão bem?

- 1: Ja deixei muita gente hospitalizada. 2: minha mãe era enfermeira. 3: ja cuidei de muito parça baleado

- hum, olha, eu agradeço, mas tenho muita coisa pra fazer, eu vou perder a aula da faculdade, tenho que ir

- faculdade porra nenhuma, você ainda ta machucado, aquieta esse teu cu aí - estupido -

- mas eu...

- mas nada, caralho que moleque teimoso você é

Revirei os olhos e deitei, ele se levantou e foi até a porta

- cala essa boca, deita aí e fica quieto, vou buscar algo pra comer...

Ele sai do quarto levando de volta o que trouxe. Aquele lugar era puro luxo, e eu mal podia acreditar que estava ali, na cama dele, sendo tratado por ele...que dia maluco..

Enquanto estou sentado, uma mulher passa no corredor, usava sutiã e short curto, tinha o cabelo bem longo e preto

Depois de passar na frente da porta do quarto, ela voltou um pouco, me encarando desconfiada

- É...oi! - Digo pra ela, que não me responde -

- Oi...você é algum amigo do Medo? - Ela perguntou -

- Não, ele me ajudou na noite passada, só isso

- O Medo, te ajudou? - Perguntou como se eu estivesse mentindo, em tom debochado? -

- É isso mesmo

Ela riu debochada, seguindo seu caminho

...

Eu odeio te amarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora