Capítulo 23

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Christian Charles:

Escuto o celular tocando e saio do box, capturando o celular que estava em cima da pia.

— Fala, caralho. — atendo o número desconhecido. Tinha quase certeza de que sabia exatamente quem estava do outro lado da linha.

— Olá, sr. Christian. Quem fala é o John.

— Passe para o filho da puta do seu chefe! — disparo imediatamente. Não queria falar com ele, queria falar com o Rodrigo.

— Ele está muito ocupado e pediu para que eu mesmo falasse com o senhor.

— Não tenho nada pra falar com você, meus assuntos são com ele! — rosno.

— Um momento. Vou p-pedir para ele te ligar daqui a cinco minutos. Pode ser? — sua voz vacilou por um instante.

— Faça isso. — ele ia dizer algo mais, só que desliguei na sua cara.

Que mania feia eu tinha.

Terminei e me vesti para sair. Fui para perto da cama de Violeta e observei sua respiração lenta. Pela primeira vez senti um desconforto por vê-la ligada a tantas coisas, lutando para sobreviver. Não cheguei a imaginar que a pancada em sua cabeça causaria tanto estrago.

Mário estava vindo com frequência aqui todos os dias. O que era bom.

Observei-a pela última vez e saí.

Estava a uns dez metros de distância de um estabelecimento que ficava no sul, onde eu sempre comprava comidas e bebidas. Por mais que o lugar fosse bom, não era tão frequentando, e era o mais próximo. Entrei, vendo logo que a mulher do caixa discutia discretamente com um cara.

Quando terminei de comprar tudo o que precisava e mais um pouco (não queria nem tão cedo voltar a comprar. Era tedioso.) Exagerei principalmente na parte das bebidas.

Ia me aproximando do caixa com a porra do carrinho e parei para que eles parassem de discutir e ela passasse o que comprei.

— Henry, pode me dar licença? Estou no meio do trabalho, caso não tenha percebido. — ela respirou fundo. — Conversamos outra hora, está bem? — se virou para mim, me lançando um sorriso constrangido.

— Não. — ele balançou a cabeça, me ignorando completamente. — Vamos resolver isso agora. Agora, entendeu? — ele chegou bem perto dela e apontou o dedo em sua cara.

Mas que porra era aquela?!

— Quero que me explique por que anda recusando minhas chamadas. E por que postou fotos com aquele cara.

— Eu já disse que não quero nada com você! — ela se empertigou, o que fez com que seus cachos balançassem. — Já tivemos antes essa conversa. Acabou, Henry!

— Não acabou pra mim! — falou grosso. Essa foi a minha deixa.

— Cai fora. — minha voz saiu firme e fria. Pela primeira vez esse tal de Henry fingiu me notar.

— Não se meta.

Fiquei de frente para ele, pelo visto éramos da mesma altura. Repeti:

— Cai. Fora.

Pelo canto do olho, vi o olhos verdes da garota cravados na gente.

— Cai fora você! — então ele me empurrou. No mesmo instante, desferi um soco em sua cara, que fez seu nariz jorrar sangue. Como o derrubei, fui para cima dele e continuei.

Acho que ele não esperava que eu fosse tão rápido. O cretino nem conseguiu mais me acertar.

Só parei quando os gritos da mulher me deram nos nervos, então dei um chute em seu estômago, só para ele saber com quem estava se metendo. Por pouco não tirei a faca da cintura e o matei. Por pouco. Eu não podia me arriscar assim.

— Vamos resolver essa porra lá fora! — esbravejei, levantando-o pela gola da camisa. Quando o joguei contra a parede, dei minha última cartada: — Você tem sorte de ter câmeras e testemunhas por aqui! Não a procure mais, está entendendo? — falei bem perto de seu rosto. — Vou ficar de olho em você. Se isso acontecer novamente com ela ou com qualquer outra, vai se ver comigo. Entendeu?!

Ele assentiu, larguei-o e o vi cuspir sangue. Por um minuto, achei que fosse desmaiar, mas então o filho da puta saiu correndo.

Como conseguia correr depois de uma surra dessa? Me perguntei. Não consegui não rir.

Quando entrei de novo, as demais pessoas que com certeza não pararam de olhar para o ocorrido, agora olhavam sem jeito para qualquer canto, menos pra mim.

Tinha uma mulher tranquilizando a atendente, ela lhe entregou um copo de água e se afastou.

— Cadê ele? — perguntou.

— Saiu correndo.

Ela respirou fundo e arregalou os olhos quando notou alguma coisa na minha camisa.

— T-tem sangue. — apontou.

— Não se preocupa — dei de ombros.— Não é  meu. — sorri, como percebi que isso não ajudou, perguntei: — Ele era seu namorado?

— Ficamos algumas vezes. Quando percebi que ele era assim, cai fora.

Quando ela terminou de passar as compras, paguei em dinheiro e segurei algumas sacolas para levar até o carro. Ela se ofereceu para ajudar, porém antes que eu recusasse ela já estava me seguindo, segurando algumas também.

Quando estava tudo pronto, ela falou, meio constrangida:

— Er... Obrigada...? — deixou a pergunta no ar. Captei a mensagem.

— Chris.

— Obrigada, Chris. Não sei o que teria acontecido se você não estivesse aqui. Algumas pessoas fingem nem ver.

— Tenho certeza de que ele não vai mais incomodar você. — garanti. — Você tem uma caneta? — confusa, ela tirou uma caneta do bolso do vestido e me entregou. Anotei o número de um dos nossos homens em sua mão.

— Ligue para este número se ele te procurar de novo. Conte a situação e forneça os dados que pedirem. Diga que foi eu quem lhe passou.

Fui até o carro e entrei. Ela veio atrás e se colocou na janela do meu carro.

— Você é da polícia?

Bufei.

— Você não chegou nem perto, gata. — pisquei para ela e dei a partida.

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Votem e comentem!! 💕

Sério, me acabo de rir com seus comentários. 😂😂

Capítulo revisado. Hehe. ✔

Violeta (Completo/Revisado)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora