Rose Decisão.

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Ana Clara

Acordei na manha seguinte sentindo um certo frio. Olho ao redor e não vejo Vitória no nosso pequeno forte mas vejo ao pé da cama, um moletom. Vesti ele já que não ia sair andando pela casa dela nua, mesmo que ela já tivesse me visto assim.

- Vitória? - Pergunto ao sair do quarto e nenhuma respostas.

Passo por um banheiro e resolvo entrar antes de continuar minha busca por Vitória, só para dar um tapa no cabelo e procurar uma pasta de dente. Depois de usar o banheiro volta a procura dela. Ao passar pela pequena salinha vejo ela, através dos vidros, sentada em uma cadeira verde combinada com uma mesinha redonda no meio das plantas e flores, com uma xícara do que presumo ser café. Vitória estava tão concentrada olhando para o nada que nem notou eu me aproximando.

- Oi. - Digo após limpar a garganta.

Seu olhar atinge o meu mas parece que ela demora mais alguns segundos para me perceber de fato, e então sorri.

- Tudo bem? - Me aproximo dela.

- Tudo.

Vitória deixa a xícara sobre a mesinha e me olha. Ela estende a mão para mim, a qual eu logo pego e então passa seu braço em volta da minha cintura fazendo-me sentar no seu colo. Deixo meus braços ao redor do seu pescoço.

- Tudo mesmo? - Ela assenti.

- E você, dormiu bem? - Pergunta enquanto seus dedos acariciam minha coxa descoberta.

- Muito. - Ela sorri.

- Que bom.

Olho ao redor e presto atenção nas flores, nas plantas. Tudo parecia tão vivo e cuidado, perfeitamente pensado assim como o resto todo de seu apartamento. É tudo muito aconchegante mas é tão grande, me pergunto como ela não se sente sozinha aqui. Meu apartamento é menor que esse e eu me sinto sozinha as vezes mesmo tendo uma melhor amiga invasiva como a Bárbara que está sempre lá.

- Isso aqui é tão lindo. - Digo enquanto Vitória tem sua cabeça em meu ombro e eu olho ao redor.

- Obrigada. - Ela está meio vaga.

Será que Vitória quer que eu vá embora? Bem, ela não me conta nada sobre si normalmente e agora me trouxe no seu apartamento. Talvez ela esteja se sentindo invadida, não sei.

- Vitória?

- Hum? - Murmura.

- Você quer que eu vá embora?

- Quê? - Ela me olha. - Porque tá perguntando isso?

- Ah sei lá, a gente não conversa muito sobre você e agora eu estou aqui no seu apartamento. - Digo sem graça. - E você está estranha... - Ela respira fundo. - Se você quiser que eu vá não tem problema, é só dizer.

- Não! - Diz firme. - Não quero que vá embora.

- Certeza? - Vitória pega minha mão esquerda que estava em seu ombro e deixa um beijo.

- Tenho certeza. - Sorri.

- Que bom, - Digo sorrindo. - porque eu não queria ter que ir.

- É bom ouvir isso. - Ela diz roçando seus lábios nos meus.

Iniciamos um beijo calmo, lento de apenas um toque de lábios. Minhas mãos ao redor de seu rosto a puxando pra mim e seus braços ao redor minha cintura. É incrível como eu adoro o gosto dos seus lábios. Terminamos o beijo com alguns selinhos então Vitória dá duas batidinhas em minha coxa mostrando que quer se levantar.

- Vem, - Pega minha mão. - vamos inventar um café.

••

- Vitória! - Digo rindo ao ser puxada. Vitória me puxa pela mão fazendo-me escorregar e sentar ao seu lado, no chão, apoiada no balcão da pia.

Suas FloresOnde histórias criam vida. Descubra agora