Capítulo 27

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Violeta:

Me ponho sentada de pernas cruzadas quando Charles e seu amigo, Mário, entram.

— Como a princesa está se sentindo? — ele pergunta, com um sotaque diferente quando pronuncia "princesa".

— Estou bem. — falo. — Quero sair daqui. — gesticulo com o olhar e cruzo os braços. Ele não queria me deixar sair da cama.

— Você sentiu febre hoje mais cedo. — diz num tom suave, o que não combina com sua cara que está bastante séria.

— Mas já passou! Charles, diz pra ele que estou melhor, diz! — os dois trocam olhares sugestivos por alguns segundos, até Charles dizer que tem que conversar a sós com o doutor.

Charles:

— Mário, desde ontem que ela está  enfurnada neste maldito quarto! O que mais você quer? — perguntei impaciente. Ela já disse repetidas vezes que queria sair, e eu falei falei que era melhor, para o bem dela, ainda ficar deitada e não fazer movimentos bruscos.

— Charles, ela teve febre não está nem com três horas, e do nada passou. Isso não é comum no caso dela. Acho que tenho que fazer mais alguns exames...

— Chega! Libere ela agora antes que eu perca o controle. — quase gritei. Torci para que ela não tivesse escutado.

— Tudo bem. — ele dá de ombros, e quando dou um suspiro irritado, diz:
— Pra quem perde a cabeça fácil... Vai ter que segurar sua onda agora. Isso é só o começo. — ele aponta com o queixo para o quarto e dá um sorriso sacana.

— O quê? Começo de quê?

— Ela perdeu a memória. Não lembra de absolutamente nada.

— E? — retruquei, arqueando as sobrancelhas.

— Ora, Charles! Aquela garota que se comportava como um animalzinho indefeso e com medo não existe mais!

Ele tinha razão.

Quando Mário abriu a boca para falar de novo, escutamos um grito agudo dela. Corremos para ver o que tinha acontecido e quando abro a porta, sua mão está coberta de sangue. Não é muito, para falar a verdade.

— Ah, qual é! Tudo isso só por que a agulha do soro saiu de sua mão? — resmungo.

— Limpa isso, doutor. Quero dizer, Mário. — fungou, estendendo sua mão na direção dele.

— Calma, princesa. Vamos dar um jeito nisso agora mesmo. — Mário a tranquiliza. — Você não gosta de ver sangue? — ela respira fundo e balança a cabeça de forma negativa.

— Tá explicado. Se você parar de chorar, prometo que te dou um pirulito.

— Mas que porra Mário Patterson! Um pirulito?!

— Certo. Eu quero o pirulito. — ela disse enxugando as lágrimas com o dorso da mão livre, e é claro que Mário estava rindo de minha cara.

— Está doendo? — perguntou ele quando colocou o soro novamente.

— Não. Por que tenho que tomar isso?

— Para hidratar. Charles me disse que você tomou pouca água desde a hora que acordou. E para garantir que a febre não volte.

— Ah. Tá perto?

Sorri com sua impaciência, e Mário também.

— Claro. Vou te dá alta hoje.

— Sério? — ela arregala os olhos e sorri. — Já estava na hora mesmo.

— Se você não desse alta, eu mesmo ia dar. — falei.

— Venha aqui. — Violeta gesticula para que Mário se aproxime, ele me lança um olhar despreocupado e dá de ombros. Então, ela lhe dá um abraço. Quando o solta, diz: — Obrigada por cuidar de mim.

Ah, não. Essa não.

— Já chega! Venha comigo "doutor", quero ter uma conversa séria com você!

— Fique aqui e se comporte, ok? — quase o arrasto para fora do quarto.

— Ela não pode ficar assim! — exclamei.

— Assim como? — ele riu, se fazendo de desentendido.

— Mas que merda! Não me enrole e responda. — fiz minha cara de quem não está pra brincadeira e ele engoliu em seco.

— Ela está assim porque não lembra, é claro! O que eu posso fazer?

— Não sei! — rosno. — Você que é o médico aqui! Dá uma injeção, faz algum exercício mental! Sei lá se isso existe! Passa algum remédio que faça ela recuperar a memória! Qualquer coisa!

— Você e eu sabemos muito bem que isso é impossível. Não é assim tão fácil.

Ao ouvir essas palavras, senti uma grande vontade de socá-lo.

— Só quero dizer uma coisa.

— O quê?!

— Se prepara...




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Capítulo revisado. ✔

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