Alabama Song ➳ Larry version

Capítulo Um.

Pra quem não conhece, o artista que vai fazer parte da fanfic: Boris Vian na mídia. Comentem muuito, se possível e votem também :)
  
 

 
   
Louis estacionou o carro, à tempo de ver seu avô gritando com a vizinha.

- Eu vou chamar a polícia! - O velho gritou - Acha mesmo que eu vou ficar calado. Leon, corra lá para casa!

- O filho é meu e sendo meu, não vai virar um afeminado feito seu neto, Keith! - A mulher gritou e estava prestes a bater em Keith, quando Louis entrou na frente e segurou a mão dela.

- Não ouse agredir meu avô, sua descontrolada - Louis a empurrou - Bater em um senhor de idade é um crime.

- É um crime ver um viado como você influenciar meu filho. Ainda bem que estão se mudando dessa merda de lugar. Vamos Leon, volte para casa.

- Eu não vou voltar - O garoto de pouco mais de dezesseis anos a olhou - Eu vou ficar com o vovô Tomlinson.

- Moleque ingrato - Ela cuspiu - Que a fúria de Deus o condene ao inferno se for assim.

- Amor cristão - O velho zombou - Deus não escutaria as preces de uma vagabunda feito você.

- Cala a sua boca, seu desgraçado - Ela ainda gritava - Leon, está expulso de casa! Não quero lhe ver mais aqui! Não é meu filho mais! Não criarei viados, e nem afeminados. Que Deus me condene, mas não o quero mais aqui!

A mulher deu meia volta e bateu a porta na cara dos três.

Assustado, o garoto correu até os braços de Louis. Apertou o tronco do mais velho e começou a chorar.

Keith olhou para o neto. Os olhos azuis em uma tristeza rotineira, de ver um garoto que, por amar outro, sofre com o preconceito e com a intolerância.

A mochila de Leon estava na soleira da porta. Louis notou que o garoto já havia sido alertado pela mãe.

- Venha, entre em casa - Louis alisou os cabelos do garoto - Vamos comer algo.

O garoto fungou e obedeceu. Mas antes de entrar, o velho barrou a entrada do neto com a bengala.

- Me desculpe, mas ela estava batendo ele com um cinto de couro - Ele começou - Não pude ficar calado em tamanha violência.

- Eu só fico preocupado que o senhor se meta nessas brigas sozinho. Não tem mais idade para ficar procurando encrenca.

- Ela iria matar ele de tanto bater. Louis, você não pode deixar esse garoto desamparado.

- Eu sei que não posso - Louis tirou o telefone do bolso - Darei um jeito.

- Ele me lembra você, naquela noite de chuva - O velho viu o garoto sentar na bancada da cozinha, olhando o bosque do fundo do jardim - Poderíamos levar ele para Londres.

- Não vou procurar briga com a mãe dele, mas conheço alguém que pode ajudar - Louis ligava para alguém - Liam? Sua mãe ainda acolhe aquelas crianças?

A casa de Keith Tomlinson era de madeira lascada e de cor cinza. Um jardim cuidado por Louis ficava na frente e no quintal, uma cadeira de balanço e uma árvore.

As caixas da mudança estavam espalhadas pela casa, notando que Louis estava terminando de encaixotar as coisas para se mudar para Londres. Doncaster não tinha mais nada para ele, que não fosse tristeza e um passado pesaroso de ser expulso de casa por ser homossexual.

Seu pai não ligava para ele, e sua mãe era proibida de procurá-lo, por seu pai. Suas irmãs, todas elas ainda eram suas amigas, mas às escondidas. Mark não imaginava que as filhas ainda davam apoio ao filho, coisa que ele abominava.