Capítulo 13 - Camilo - Definitivamente, minha vida virou um inferno.

234 11 0
                                    

Finalmente terrei a oportunidade de encontrar com a Marina. Longe do trabalho, longe da Sara, longe de tudo. Apenas eu e ela, ela e eu.

Tenho me questionado muito sobre esse sentimento que tenho tido pela Marina, a primeira coisa que me pergunto é se realmente é sentimento do tipo amor, paixão ou se tudo isso é uma atração física louca, uma obsessão. A Marina é uma mulher de posicionamento, que se impõe e que não deixa nenhum homem fazer dela o que quer. Talvez isso seja o que falta na Sara, uma determinação maior no nosso relacionamento, apesar de que agora ela está diferente e por isso esses dias fiquei mais sossegado e curtimos muitos momentos juntos, até o sexo voltou, ficou melhor. Gosto da Sara, mas essa minha necessidade em ter a Marina está me deixando totalmente louco.

Estamos no restaurante e eu sinto uma urgência em dizer as coisas para a Marina, mas aí o meu telefone toca e quando dou uma olhada no visor é a Sara, preciso realmente atender, ela está tão bem e feliz, não quero aborrecê-la. Peço licença a Marina e atendo:

- Oi, querida. Aconteceu alguma coisa?

- Não, Camilo. Onde você está? Fiquei preocupada...

- Tivemos muitas mudanças no trabalho hoje, recebi um grande desafio, estamos aqui concluindo algumas coisas, devo chegar um pouco mais tarde.

- Tudo bem então, estou em casa te esperando. Um beijo!

Desligo a ligação e retorno para a mesa dando a desculpa de que era do trabalho, tudo relacionado aos novos desafios que a Marina lançou, ela acredita e me diz que espera que tudo saia perfeito. E eu só digo uma coisa a ela:

- A única coisa que eu desejo com perfeição – faço uma pausa e abaixo o tom de voz – é esse seu corpo nu na minha cama novamente. Você não sabe o quanto tem me deixado louco nesses últimos dias, Marina. Eu tenho pensado em você constantemente. Sei que está com tantos problemas e tão atarefada, mas será que não tem um tempinho pequeno pra mim. – e lanço minha cara de cachorro pidão.

A Marina como sempre usa o seu bom humor e meio que me convida, pelo menos acho que é um convite, para nos encontrarmos no arquivo. Estou tão desesperado que faço a Marina confessar que amou estar comigo, na minha cama, nos meus braços e não resisto, preciso tocá-la. Aproximo a minha cadeira da dela e começo a massagear os seus ombros e quando vejo está saindo mil coisas da minha boca.

- Você é tão linda, Marina... Humm, e cheirosa também. Que deliciosa que é você, não consegui esquecer do seu cheiro e do seu sabor. – disse tudo isso dando beijos em seu ombro.

Quando está tudo no melhor clima possível, eu escuto uma voz, mas sinceramente não consigo acreditar no que meus ouvidos escutam e muito menos no que estou vendo. Já não basta ter que aturar esse Bundão no trabalho, agora ele precisa invadir meu espaço, meu envolvimento com a Marina. Minha vontade é de arrebentar a sua cara, mas se eu fizer isso perco a Marina de vez, pois eles são amigos.

Ele quis dar uma de machão, mas sei muito bem qual a fama dele na empresa, além de Bundão, também é gay. Esse aí não me faz correr risco algum, mas detesto de qualquer forma o fato dele ser próximo demais da Marina e ela vê-lo como alguém importante. Não confio nele, sei que tem coisa estranha nesse cara. Ele ainda teve a audácia de me mandar pagar a conta, mas nem perdi tempo dando resposta, afinal faria isso de qualquer forma. O que me irrita mesmo é saber que a Marina pediu para que ele fosse buscá-la, mas para que isso? Eu a levaria em qualquer lugar, a qualquer hora. Numa de cão louco, chamei a Marina de “Minha Mulher”, de onde tirei isso? Acho que estou descontrolado e indo longe demais, mas o melhor foi à resposta da Marina, ela se aproximou, deu-me um beijo no rosto e sussurrou em meu ouvido:

- Tenho que ir realmente, Camilo. Ah, e por favor, acalme-se não sou sua mulher... Ainda!

Esse “ainda” fodeu com minha mente, fiquei totalmente sem reação, não consegui nem dar tchau. Fiquei lá em pé, com cara de idiota. Quando resolvo olhar para  Marina de novo, o Bundão estava com a mão na sua cintura e ela dava o sorriso mais lindo possível para ele. Aquilo me enfureceu, porque há muito tempo ela não sorri mais para mim, não daquele jeito, não transbordando alegria daquela forma. Tento me controlar, a Marina me disse “ainda”, isso me garante que ela me quer... E muito.

Sigilo EmocionalOnde as histórias ganham vida. Descobre agora