Capítulo 18 - Martin

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" Estar aqui seria errado, se você está longe, pois meu coração sempre pertenceu a uma unica pessoa, e essa pessoa era você"

Entrar para o corpo de bombeiro tinha sido a melhor e a pior coisa do mundo.

Estava finalmente fazendo algo que me fazia quase completo, amava poder ajudar, ser útil, me sentir mais vivo com o que era capaz de fazer. Mas a coisa a qual ainda não tinha, era simplesmente a que ainda estava no meu pensamento. Blanca.

Não sou um fraco, se é isso que esta pensando. Mas após aquele dia do afogamento do Emerson, resolvi que precisava fazer duas coisas, a primeira era mudar a minha vida, e a segunda era tirar ela da minha cabeça.

E a pior merda que fiz foi achar que repetindo “figurinhas”, eu ia conseguir isso.

- Nadja não crie expectativas. – falei bravo.

Há quase seis meses após ter visto ela naquele aniversário e ter levado ela para casa, notei que existem erros que não merecem ser cometidos novamente.

- Mas Tito... Eu... – começou e eu me irritei só com a menção do meu apelido, não éramos tão íntimos para isso.

- Não me chame assim! Olha, eu te disse desde aquele dia, que iríamos apenas sair, sem compromisso. E foi isso. Acabou. – odeio ser ruim, mas ela parece adorar se fazer de desentendida.

- Achei que estávamos nos dando bem, e que estava gostando da minha companhia... – droga, isso está cada vez pior, ainda mais por telefone.

- O que te disse quando te chamei naquele dia Nadja? – vamos lá, tentar desenhar para ela entender.

- Que iríamos nos divertir e que você não estava pronto para um relacionamento. – respondeu com a voz baixa – Mas...

-Mas não Nadja! E o que mais eu falei, quando lhe perguntei se você topava?

Os caras do batalhão passavam por mim e riam, ela já havia aparecida e feito seu “showzinho” de ex-namorada dispensada há alguns dias.

- Que se eu não quisesse nesses termos, que não iria me levar para casa. – mas antes que argumentasse voltei a falar.

- Exato! – suspirei arrumando o cabelo em um tique nervoso – Nadja, olha, sei que não estou sendo o melhor dos cavaleiros, nem o menos cafajeste. Mas já fizemos isso e sabemos que não damos certo, eu...

Ela estava fungando do outro lado, e sei que estava partindo seu coração, sou um bosta mesmo. Mas não posso ficar com ela, não por pena.

Eu podia ser um fudido, mas não era um escroto, e não ficaria com ela apenas para satisfação e prazer.

- Nadja, eu... Eu preciso ir, mas nos falamos mais tarde, ok? – finalmente disse cansado.

- Ok, Martin! – disse triste.

- Olha, eu... Eu passo na sua casa pode ser? Conversamos melhor. – falei, sabendo que não seria mais fácil, mais seria mais digno.

Após o episódio drama com Nadja era hora de trabalhar, e neste lado profissional não podia reclamar mais, estava abraçando a causa, a cada ocorrência que ia prontamente atender, ia de corpo e alma.

Cada criança, cada idoso, ou cada situação, com pessoas desesperada, e seus suspiros de dor e medo, a cada incêndio, cada afogamento ou situação de risco, era um motivo a mais para me sentir mais viva. Cada dia que passava me sentia mais e mais perto de cada historia, e mais dentro do que fazia.

Eu era realmente bom, eficiente, era atencioso, era certo que tinha nascido para aquilo, ajudar os demais para continuar a historia que queriam viver.

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