Capítulo 38

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Violeta:

No dia seguinte, ignorei Charles por toda manhã. Quando ele dizia alguma coisa ou fazia algo para chamar minha atenção, eu simplesmente ignorava. Acho que ele desistiu de tentar, pois o silêncio de sua voz estava reinando a mais de duas horas.

E agora ele estava sentado no sofá mexendo em seu celular e eu deitada no outro, assistindo um documentário sobre o quanto preservar a natureza é importante. Ele deixa seu celular de mão e bufa quando volta sua atenção para o programa.

Sério? Muda isso.

Decido rebater.

Não. É interessante.

Ele dá um suspiro.

— Olha, eu sei que está assim por causa de ontem. Mas... Será que dá pra entender?

Como ele pode me perguntar uma coisa dessas? Seu sobrenome é Cínico agora.

— Tudo bem. Eu entendo. — respondo com sinceridade. — E não quero que chegue mais perto de mim. Não alimente esperanças no meu coração de novo.

— Você já me desculpou?

— Não. Agora fique quieto, preciso assistir.

— Por que precisa? — sua testa se franze.

Reviro os olhos.

— Porque sim! É um assunto de extrema importância. Você também deveria.

Charles se levanta e se espreguiça.

— Posso te levar para conhecer um pouco do Canadá? — meu cérebro processa o que ele acabou de dizer. É uma proposta tentadora. Estou sem fazer nada o dia todo. 

— Não. — falo, por fim. Claro que não aceito logo de início. Só vai demonstrar meu desespero para sair com ele. Quero dizer, sair do tédio.

— Posso te mostrar melhor a cidade. Depois podemos... Hm... Tomar um sorvete. — céus! Quem é que recusa um passeio com sorvete?

— Está tentando me comprar? — retruco e ele se estressa.

— Porra, Violeta! Como você é difícil! É claro que não! Aceite isso como mais um pedido de desculpas.

O deixo na expectativa.

— Eu vou só por que aqui não tem nada para fazer. — ele me dá um sorriso sarcástico e some da minha linha de visão.

Quando volta, está com uma bermuda rasgada caramelo, tênis, óculos escuros em cima da cabeça e uma camiseta branca que realça seus músculos. Céus, seus braços são tão fortes. Queria tanto tocar e...

Balanço a cabeça para afastar os pensamentos nada legais e me repreendo mentalmente.

— Você vai se trocar? — ele pergunta.

— Hm... Não faz tanto tempo que tomei banho. Acha que essa roupa está... — penso em dizer "boa", mas lembro do que ele disse na noite passada e busco outra palavra. — Legal? — provoco ele me virando e depois passando a mão pelo short jeans, depois passo de leve sobre minha barriga que a blusa deixa descoberta. Não consigo resistir, dá uma sensação indescritível provocá-lo dessa maneira.

Sorrio. Ele está com os punhos fechados e, se não me engano, suas pupilas estão dilatadas. Seu corpo inteiro está tenso.

— Então? — pergunto.

Violeta (Completo/Revisado)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora