Violeta:
No dia seguinte, ignorei Charles por toda manhã. Quando ele dizia alguma coisa ou fazia algo para chamar minha atenção, eu simplesmente ignorava. Acho que ele desistiu de tentar, pois o silêncio de sua voz estava reinando a mais de duas horas.
E agora ele estava sentado no sofá mexendo em seu celular e eu deitada no outro, assistindo um documentário sobre o quanto preservar a natureza é importante. Ele deixa seu celular de mão e bufa quando volta sua atenção para o programa.
— Sério? Muda isso.
Decido rebater.
— Não. É interessante.
Ele dá um suspiro.
— Olha, eu sei que está assim por causa de ontem. Mas... Será que dá pra entender?
Como ele pode me perguntar uma coisa dessas? Seu sobrenome é Cínico agora.
— Tudo bem. Eu entendo. — respondo com sinceridade. — E não quero que chegue mais perto de mim. Não alimente esperanças no meu coração de novo.
— Você já me desculpou?
— Não. Agora fique quieto, preciso assistir.
— Por que precisa? — sua testa se franze.
Reviro os olhos.
— Porque sim! É um assunto de extrema importância. Você também deveria.
Charles se levanta e se espreguiça.
— Posso te levar para conhecer um pouco do Canadá? — meu cérebro processa o que ele acabou de dizer. É uma proposta tentadora. Estou sem fazer nada o dia todo.
— Não. — falo, por fim. Claro que não aceito logo de início. Só vai demonstrar meu desespero para sair com ele. Quero dizer, sair do tédio.
— Posso te mostrar melhor a cidade. Depois podemos... Hm... Tomar um sorvete. — céus! Quem é que recusa um passeio com sorvete?
— Está tentando me comprar? — retruco e ele se estressa.
— Porra, Violeta! Como você é difícil! É claro que não! Aceite isso como mais um pedido de desculpas.
O deixo na expectativa.
— Eu vou só por que aqui não tem nada para fazer. — ele me dá um sorriso sarcástico e some da minha linha de visão.
Quando volta, está com uma bermuda rasgada caramelo, tênis, óculos escuros em cima da cabeça e uma camiseta branca que realça seus músculos. Céus, seus braços são tão fortes. Queria tanto tocar e...
Balanço a cabeça para afastar os pensamentos nada legais e me repreendo mentalmente.
— Você vai se trocar? — ele pergunta.
— Hm... Não faz tanto tempo que tomei banho. Acha que essa roupa está... — penso em dizer "boa", mas lembro do que ele disse na noite passada e busco outra palavra. — Legal? — provoco ele me virando e depois passando a mão pelo short jeans, depois passo de leve sobre minha barriga que a blusa deixa descoberta. Não consigo resistir, dá uma sensação indescritível provocá-lo dessa maneira.
Sorrio. Ele está com os punhos fechados e, se não me engano, suas pupilas estão dilatadas. Seu corpo inteiro está tenso.
— Então? — pergunto.
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Violeta (Completo/Revisado)
RomanceVioleta Harvey, uma garota de dezesseis anos, quando pequena foi abandonada por seus pais em um orfanato. A única coisa que ela considerava boa naquele péssimo lugar eram seus dois amigos: Bryan e Derick. No entando, na infância, eles cometem um pe...