Capítulo Dois.

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Original por: @Roselle_Rose.

  

  

Louis olhava para a rua quando a caminhonete de Liam estacionou ao lado da cerca da casa.

Saltando do carro com suas calças rasgadas e camisa florida, Liam estava de cabelos curtos e usava um RayBan. O relógio no pulso e a pele tatuada, eram sua marca original.

— Pronto para uma nova vida longe de pais homofóbicos e vizinhos loucos? — Foi a primeira frase de Liam ao ver Louis. O menor apagou o cigarro na cerca e jogou a bituca dentro da caixa de cigarros — Minha mãe mandou lhe avisar que Leon está com ela e nada mais deve se preocupar com o garoto.

— Só esperando o caminhão chegar. E fico feliz com a notícia.

— Londres vai fazer bem para você. Já falei para Niall arrumar uma recepção calorosa em algum clube de dança.

— Prefiro passar as primeiras semanas com meu avô.

— Levamos o vovô junto — Liam olhou para a silhueta do velho na janela, limpando os vinis da estante e colocando nas últimas caixas — Como ele tá?

— O médico disse que ele está bem, uma saúde de ferro incrível, mesmo fumando um maço de cigarro por dia quando jovem. Mas nada mais que isso.

— Acha que Londres vai fazer bem para ele?

— Não vou embora de Doncaster e deixar meu avô, Liam. Ele me acolheu quando eu mais precisava, e agora, é minha hora de retribuir.

— Não estou te pedindo para deixar o velho, mas só fico preocupado.

— Ele vai ficar bem. Só levar a vitrola dele e um pouco de xerez.

— Se você diz — Liam olhou para o caminhão virando a rua — Venderam essa casa para comprar aquela né?

— A rua que vamos morar nem é movimentada. Fica perto de alguns bares de música e de restaurantes.

— Vai trabalhar de quê por lá?

— Fui contratado para dar aulas de literatura para uma turma de colegial — Louis deu sinal para o caminhão — Que Deus me ajude a lidar com adolescentes.

— Ele vai te abandonar quando ver hormônios demais reunidos em um só lugar — Liam zombou — Vou tratar de buscar as primeiras caixas.

   

   

   

   

  

Durante a viagem de ida, Keith apenas adormeceu no banco de passageiro, enquanto Louis era obrigado a escutar Django. Se desligasse o rádio, o velho acordava. Louis olhava para a sombra de Doncaster desaparecer e sentiu seu coração ficar por lá.

Seu pai nem sequer havia mandado uma mensagem, nem uma ligação. Ele havia enviado uma mensagem para Lottie, pedindo para que ela avisasse á mãe e as irmãs. Depois disso, ele entrou no carro com o avô e seguiu o caminhão.

Django cantava alguma letra sobre amor.

“Eu não posso te dar nada além de amor baby...”

Era isso que Louis queria.

Ter amor.

Quando a música acabou, Keith abriu os olhos e bocejou.

— Estamos chegando?

— Mal começamos na estrada. Temos mais três horas de viagem ainda.

— Achaque minha vitrola está bem lá dentro daquele caminhão velho e enferrujado feito eu?

Alabama Song ➳ Larry versionOnde histórias criam vida. Descubra agora