Sweaty

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Com toda certeza Ivy estava se sentindo em casa, ela pousava para as fotos graciosamente, se deleitando por ser o centro das atenções, tive que rir dessa cena tão encantadora.

O salão do Four Seasons estava decorado com flores brancas e tinha alguns detalhes em dourado, as mesas tinham lugares para até seis pessoas, todos os lugares reservados, fiquei pensando no trabalho que Ivy teve em arranjar um lugar para mim de última hora. Ivy me explicou que primeiro o mestre de cerimônia iria apresentar a instituição de caridade que iria ser beneficiada com o valor arrecadado no leilão, logo em seguida a entrada, o jantar e a sobremesa e depois nós seriamos prestigiados com uma banda de blues de Chicago mesmo. Ela não precisava me explicar como funcionaria, mas não a interrompi, apenas acenei com a cabeça e concordei, apreciando os detalhes minuciosos que ela acrescentou.

Durante o jantar, a Sra Lincoln que era a organizadora do evento, veio nos cumprimentar, detendo-se numa conversa informal com Trevor, um dos homens sentados em nossa mesa. Olhei em volta e reparei que só tinha mais uma mulher conosco, o que me pareceu estranho. Pela segunda vez no dia, tive a sensação que Ivy estava querendo me fazer esquecer Noah.

Depois que a sobremesa foi servida, resolvi ligar meu celular que já estava desligado desde sexta feira de manhã para ver as mensagens. Não me surpreendi em encontrar seis mensagens de Charlie, uma de Teddy e uma do meu pai me perguntando se já tinha resolvido se ia para Seattle, era sexta de tarde quando ele mandou a mensagem. Bufei e me puni mentalmente por ter me esquecido dele. No Whatsapp havia mais de quarenta mensagens só de Charlie. A maioria de ontem e algumas tristonhas de hoje. Enviei uma mensagem rápida para o meu pai e tornei a desligar o celular quando ele começou a vibrar em minha mão indicando que Charlie tornou a ligar. Que saco!

O leilão no hotel Four Seasons era destinado a uma instituição que ajudava mulheres que haviam sofrido abuso sexual ou tinham apanhado de seus companheiros ou parentes. A causa era nobre, já que hoje em dia esse tipo de situação era bem mais comum do que todos imaginávamos. Estavam sendo leiloados basicamente quadros, esculturas, viagens e dias em SPA. Os pais de Ivy estavam leiloando uma semana em Paris em um dos hotéis do Sr. Cross, o que me soou muito romântico. Levantei a mão algumas vezes oferecendo alguns lances e Ivy fazia o mesmo. Por fim eu tinha conseguido adquirir uma escultura de uma artista local e Ivy uma semana no SPA da família Turner. Era obvio que eu não sabia quem era, mas pela vibração que ela ficou, eram alguém importante. Ao pouco tempo que convivi com Ivy, percebi que ela gosta de se rodear de pessoas alegres e coisas bonitas, seu humor deixava qualquer um feliz e sua obstinação deixava tudo como ela queria. Sorri enquanto pensava nisso, ela era muito parecida comigo. Mais tarde o grupo Machines Blues começou a cantar, fazendo uma grande quantidade de pessoas irem ao outro salão para dançar e aproveitar o resto da noite.

Eu estava tomando champanhe distraidamente quando Trevor se levantou e ofereceu sua mão para mim, meu olhar foi de sua mão para seu rosto. Ele não era bonito, mas tinha seu charme.

– Me daria à honra de uma dança, Srta Grey? – Ele sorriu de lado, o que o deixou mais charmoso ainda. Deixei minha taça de lado e levantei para acompanhá-lo. O salão já tinha vários casais dançando ao som de Van Morrison. Sorri e Trevor começou a me conduzir devagar, ele dançava relativamente bem.

– Está há muito tempo aqui em Chicago, Srta Grey? – Ele deslizou a mão pela minha cintura, o que me causou certo desconforto.

– Na verdade não, me mudei semana passada e, por favor, me chame de Phoebe. – Tentei um sorriso amigável, mas sua mão acariciando minha cintura estava realmente me incomodando.

– Ah sim, eu percebi que você não conhece muitas pessoas por aqui. Eu ficaria honrado em lhe apresentar.

– Só conheço a Ivy e alguns amigos dela. Eu ficaria muito honrada. – Ele fez uma leve pressão na minha mão e deu algumas voltas pelo salão agarrado na minha cintura.

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