Capítulo 3 - Ele voltou

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PoV. Dipper On

Ao chegarmos na cabana praticamente saltamos do carro e corremos para dentro. As luzes estavam oscilando, então Ford desligou a energia da casa para não queimar nada ou dar um curto circuito; Soos terminava de fechar as janelas da cozinha, o vento forte estava fazendo elas baterem sem parar.

- Agora tá tudo certo senhor Pines - disse Soos acenando como um soldado.

- Ótimo. Bem pessoal vamos ficar sem luz até essa tempestade passar, não deve demorar - Ford nos tranquiliza.

- Ok, eu e a Mabel vamos subir pra dormir um pouco, ainda estamos meio cansados da viagem.

- Claro podem ir, boa noite crianças - sorrio doce nos dando um afago na cabeça.

Mabel e eu fomos para o nosso quarto, estava um pouco escuro e a única iluminação vinha da janela fechada. Me aproximei da mesma e me sentei na "bancada" próxima à ela, me encostei na parede e admirei a chuva cair. Eu sempre gostei de ver a chuva cair (menos forte, é claro), gostava de sentir aquele cheiro de terra molhada e olhar as nuvens cinzas no céu, tudo ficava bucólico e me trazia uma sensação de paz.

- Eu vou dar uma cochilada, até depois - nem se passou um minuto e já se ouvia os roncos de Mabel, acabei rindo levemente com o fato.

Sem que eu me dê-se conta, adormeci com a cabeça apoiada no vidro.

B&D

Acordei de supetão quando minha cabeça caiu para o lado, eu limpei um pouco de baba no canto da boca e encarei a janela. Eram quatro da tarde e a chuva finalmente havia parado, dando lugar para um céu alaranjado. Fui até Mabel e a acordei, provavelmente estaria com fome assim como eu.

- Hey Mabel, acorda, a chuva parou e eu quero um sanduíche - ela pode ser doidinha, mas sabe fazer um lanche delicioso.

- Ok ok, já vou ... - levantou-se lentamente e se espreguiçou.

Descemos as escadas com uma preguiça na alma notável, me sentei à mesa e Mabel foi até a geladeira pegar as coisas para os sanduíches. Me debrucei sobre a mesa ainda com um pouco de sono, logo noto que não havia ninguém na cabana além de nós dois. Onde será que eles foram?

- Ei o que foi - perguntou colocando o sanduíche na minha frente.

Eu estava com tanta fome que, antes de respondê-la, abocanhei minha refeição; sério esses lanches que a Mabel faz são uma delícia! Espero que ela não tenha colocado purpurina neles. Soltei um suspiro de alívio e a respondi - eu estava pensando, onde será que está todo mundo? - a encarei esperando que ela soubesse a resposta.

- Ah eu acho que eles estão lá fora, eu ouvi o tivô Stan reclamando - começou a rir.

- Vamos lá ver o que eles estão fazendo - disse puxando-a em direção à porta.

Quando saímos nos deparamos com a seguinte cena : Soos, Wendy e Stanley estavam empurrando um tronco de árvore caído enquanto Stanford, em uma caminhonete, acelerava tentando puxar o tronco amarrado a uma corda. Havia muitas poças de lama e água, o que provavelmente dificultava a retirada do tronco atolado.

- Vamos ajudar eles! - disse Mabel já se aproximando deles - podemos ajudar?

- Claro, vamos empurrar essa porcaria pra longe! - disse Wendy com um ódio palpável pelo pedaço de madeira que se recusava a sair.

Me coloquei ao lado dela e Mabel logo em seguida, eu quase parei de prestar atenção no que estava fazendo só pelo fato de estarmos lado a lado. Droga, você superou Dipper, pare de ser idiota!

- Prontos? - perguntou Ford de dentro da caminhonete. Acenamos "sim" com a cabeça - um...dois... EMPURREM !

Tivô Ford acelerou o veículo enquanto nós fazíamos força atrás, empurrávamos e empurrávamos, e quando achamos que ele não sairia dali, finalmente começou a se mover.

- Vamos lá pessoal, tamo quase lá! - Disse a ruiva, nos incentivando.

Depois de alguns segundos, Ford já conseguia puxar o tronco sozinho, levou para longe da lama. Como a caminhonete é da Wendy, ela disse que levaria a madeira para cortar lenha e vender, já que esse era o ramo em que ela estava agora.

- Até mais pessoal - acenou para nós indo em bora.

- Tchau Wendy - gritei para ela (um pouco exaltado e sorridente de mais, eu diria) e tanto Mabel quanto Soos me lançaram aquele olhar de "tá apaixonado".

- Ok pessoal vamos começar a limpar essa bagunça! - disse Stanley, rabugento como sempre.

Bem menos animados, começamos a recolher varios galhos, lixos e coisas do tipo que estavam em torno do terreno da cabana. Devo confessar ... perdi totalmente a vontade de fazer a limpeza depois que a Wendy foi embora, eu sei bem idiota isso, mas fazer o que? Não consigo controlar meus sentimentos. Fui um pouco mais à dentro da floresta, tinha muito lixo ali, me lembrou daquela vez que demos uma festa e acabou com um monte de zumbis atrás de nós! Depois daquilo ficou cheio de lixo por aqui.

Eu estava terminando de recolher essas porcarias quando me sinto estranho, paro por um instante e me vem um calafrio nas costas, era como se eu estivesse sendo observado. Eu rapidamente corro os olhos pelo local, minha respiração acelerou e milhares de possibilidades passaram pela minha cabeça. Será que é invisível? Se camufla? Eu não sei, mas eu não vi nada!

Suspiro aliviado e sigo caminho de volta para a cabana, mas algo na escuridão me chama a atenção, um barulho de galhos sendo quebrados. Devagar, me aproximei dos arbustos e olhei mais a fundo ... o que eu vi me deixou em choque total.


Um olho gigante olhando diretamente pra mim!


Eu fiquei pálido e senti um nó gigante na garganta, eu tremia igual um chihuahua e a única coisa que eu consegui pensar no momento era em correr e não olhar para trás. E foi exatamente o que fiz.

- T-TIVÔ FORD ! - gritei e corri como se minha vida dependesse disso ... e dependia.

- O QUE FOI DIPPER? - berrou Stanley fazendo pouco caso.

- CORRAM ... É O BILL !

Aquilo foi o suficiente para todos entrarem em choque. Eu estava quase chegando quando escuto ...

- Stanley e Stanford Pines ... SEUS MALDITOS !

Fui olhar para trás, péssima ideia, tropecei e cai com tudo no chão, a adrenalina em mim me impedia de sentir a dor momentânea. Me virei sentado e me deparei com o ser triangular furioso, o demônio dos sonhos ...

Bill cipher ...

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