Capítulo 40

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Christian Charles:

Quase não consigo acreditar que Violeta está aqui nos meus braços. Meu corpo inclinado sobre o seu. As lembranças de antes dela perder a memória e agora inundam meus pensamentos, e me sinto indigno e sujo por estar beijando-a. Mesmo assim, não consigo parar. A vontade de tê-la perto é maior do que não estar com ela, por isso não consigo manter o controle.

Charles... — ela sussura, parando o beijo.

— O que foi?

— Melhor entrarmos. Acho que vai chover.

Olho para cima e as nuvens estão cinzentas e carregadas. Baixo o olhar e começa a pingar.

Cacete.

— A mulher do tempo tem mais informações? Temperatura abaixo de zero?

— Não fique tão preocupado. A temperatura não vai baixar tanto. — ela sorri com sarcasmo e se apoia em meus ombros, descendo do capô.    

A chuva engrossa e Violeta solta um gritinho, correndo para dentro de casa. Decido deixar o carro lá mesmo e entro também.

— Onde paramos? — sorrio maliciosamente, mas ela não parece escutar. Está admirando a água caindo.

— Por que não tomamos banho?

Solto um gemido.

— Nem pensar.

Violeta coloca seu pé para fora e grunhe, tirando-o rapidamente.

— Está um gelo. Não vai? — pergunta com a testa franzida e eu nego com a cabeça.

— Então vou sozinha. — porra. Não acredito que ela vai fazer isso.

Violeta tira o cordão que ela comprara mais cedo e o deixa em cima do sofá. Antes que eu diga algo ela sai em disparada para fora e seu corpo congela quando a água a deixa encharcada no mesmo segundo. Enquanto ela está de costas, contemplo a visão de sua...

— Charles! — ela exclama meu nome, me tirando da torrente de pensamentos pervertidos que estou tendo. Porra. Não acredito que só um beijo está fazendo isso comigo.

— O quê?

— Pode pegar uma toalha?

— Por que você não entra? Está branca feito neve.

— Vai. — choraminga. — Por favorzinho...

Com ela falando desse jeito qual a porra de homem que não tem pensamentos descarados?

— Tá. — suspiro, me rendendo. — Só um minuto.

Quando já estou de volta com uma toalha limpa e seca, Violeta não está mais lá. Olho ao redor e tudo o que vejo são as árvores balançando por causa do vento.

Porra. Porra. Porra. Mil vezes porra!

Tê-la feito sofrer do modo que fiz corroía cada maldita célula minha, e meu coração parecia doer só de pensar que Violeta pudesse me odiar como antes.

As coisas não podem voltar ao normal, não depois de ter matado seus amigos e tê-la trago apagada para minha casa naquela maldita noite, não depois dela não lembrar do monstro que sou, do que fizemos juntos, do nosso beijo... Puta merda, ainda não acredito que a beijei.

Violeta (Completo/Revisado)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora