Christian Charles:
Quase não consigo acreditar que Violeta está aqui nos meus braços. Meu corpo inclinado sobre o seu. As lembranças de antes dela perder a memória e agora inundam meus pensamentos, e me sinto indigno e sujo por estar beijando-a. Mesmo assim, não consigo parar. A vontade de tê-la perto é maior do que não estar com ela, por isso não consigo manter o controle.
— Charles... — ela sussura, parando o beijo.
— O que foi?
— Melhor entrarmos. Acho que vai chover.
Olho para cima e as nuvens estão cinzentas e carregadas. Baixo o olhar e começa a pingar.
Cacete.
— A mulher do tempo tem mais informações? Temperatura abaixo de zero?
— Não fique tão preocupado. A temperatura não vai baixar tanto. — ela sorri com sarcasmo e se apoia em meus ombros, descendo do capô.
A chuva engrossa e Violeta solta um gritinho, correndo para dentro de casa. Decido deixar o carro lá mesmo e entro também.
— Onde paramos? — sorrio maliciosamente, mas ela não parece escutar. Está admirando a água caindo.
— Por que não tomamos banho?
Solto um gemido.
— Nem pensar.
Violeta coloca seu pé para fora e grunhe, tirando-o rapidamente.
— Está um gelo. Não vai? — pergunta com a testa franzida e eu nego com a cabeça.
— Então vou sozinha. — porra. Não acredito que ela vai fazer isso.
Violeta tira o cordão que ela comprara mais cedo e o deixa em cima do sofá. Antes que eu diga algo ela sai em disparada para fora e seu corpo congela quando a água a deixa encharcada no mesmo segundo. Enquanto ela está de costas, contemplo a visão de sua...
— Charles! — ela exclama meu nome, me tirando da torrente de pensamentos pervertidos que estou tendo. Porra. Não acredito que só um beijo está fazendo isso comigo.
— O quê?
— Pode pegar uma toalha?
— Por que você não entra? Está branca feito neve.
— Vai. — choraminga. — Por favorzinho...
Com ela falando desse jeito qual a porra de homem que não tem pensamentos descarados?
— Tá. — suspiro, me rendendo. — Só um minuto.
Quando já estou de volta com uma toalha limpa e seca, Violeta não está mais lá. Olho ao redor e tudo o que vejo são as árvores balançando por causa do vento.
Porra. Porra. Porra. Mil vezes porra!
Tê-la feito sofrer do modo que fiz corroía cada maldita célula minha, e meu coração parecia doer só de pensar que Violeta pudesse me odiar como antes.
As coisas não podem voltar ao normal, não depois de ter matado seus amigos e tê-la trago apagada para minha casa naquela maldita noite, não depois dela não lembrar do monstro que sou, do que fizemos juntos, do nosso beijo... Puta merda, ainda não acredito que a beijei.
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Violeta (Completo/Revisado)
RomanceVioleta Harvey, uma garota de dezesseis anos, quando pequena foi abandonada por seus pais em um orfanato. A única coisa que ela considerava boa naquele péssimo lugar eram seus dois amigos: Bryan e Derick. No entando, na infância, eles cometem um pe...