Playing With Pleasure

Regret

Do lado de fora, havia algumas poucas pessoas rondando por ali, então imaginei que ninguém pudesse ter ouvido nossos gemidos. Fui direto para minha mesa, Ivy não estava ali. Abaixei a cabeça e fui praticamente correndo para o banheiro, limpei minha boca e depois retoquei minuciosamente o batom. Sorri com satisfação e fui até o garçom pegar uma taça de champanhe. Olhei ao redor e encontrei Ivy conversando com um cara estranho encostada numa parede, ela parecia feliz e relaxada, o que me deixou mais calma também. Caminhei até a recepcionista responsável pelos cheques e pagamentos das obras, assinei um cheque e ela me informou que a Sra Lincoln fazia questão de me entregar pessoalmente, dei de ombros – O poder do meu sobrenome causava esse tipo de reação. Despedi-me e Ivy e me dirigi até a porta, antes de sair, varri o salão com os olhos. Nenhum sinal de Noah.

O domingo passou voando, não tive noticias de Ivy, o que me deixou inquieta. Resolvi cozinhar para esquecer um pouco aquela sensação quente que ainda pairava em minha pele e por mais que eu tomasse banho, o cheiro de Noah não saia do meu corpo. Levei algumas roupas até a lavanderia, voltei para casa e nada, nenhum sinal de Ivy. Liguei para Teddy e depois de um sermão estressante e detalhado sobre como eu deveria me importar com os meus pais e eu me desculpar pelo menos três vezes, eu desliguei. Fiquei jogando o celular de uma mão para outra, até decidir ir pessoalmente a seu apartamento, era quase três horas da tarde já, ela provavelmente já estava acordada. Toquei a campainha e fiquei aguardando pacientemente. Ela atendeu a porta ainda de pijama e com o cabelo todo desgrenhado. Quando viu que era eu, me puxou para dentro e fechou a porta de pressa, olhei-a assustada

– Ivy, esta tudo bem? – Olhei em volta, estava tudo normal, a não ser por um vestido jogado no chão no canto.

– Tudo... É só que tem um cara na minha cama dormindo – Ela deu um risinho cúmplice e eu entendi imediatamente o motivo dela não ter retornado minhas ligações, enrubesci.

– Ai, Ivy! Desculpa, eu não sabia. Eu vou embora, ta? Mais tarde você me liga. – Fiz um sinal dispensando uma xícara de café e fui andando para a porta

– Ah, para Phoebe! Volta aqui e venha tomar café comigo, você tem que me contar as “novidades” – Ela se sentou ao balcão e continuou com a xícara erguida, soltei a maçaneta e sentei-me ao seu lado.

– Fiquei com Noah de novo. – Abaixei os olhos e dei um gole no meu café

– Eu imaginei... Não que eu possa falar algo, mas você sabe que sou contra isso.

– Porque você não quer que eu me envolta com Noah, Ivy? – Olhei-a e ela fez o mesmo comigo.

– Não é que eu não queira que você se envolva com ele, Phoebe. Até porque eu não tenho que querer nada, mas ele é seu chefe, se der alguma merda, você vai ser a prejudicada e se levarmos em conta a descrição que você fez do sexo dele, você vai se apaixonar, isso é fato.

Fiquei refletindo suas palavras. Sinceramente, o sexo dele é maravilhoso, mas eu não sabia nada sobre o cara ao ponto de me apaixonar e outra, eu não poderia nem me dar esse luxo, já que ele era o meu chefe. Seria tão mais simples se ele ficasse comigo e depois fosse embora... Ah é, ele faz isso. Encolhi os ombros e a fitei novamente.

– Tudo bem, Ivy... Pode deixar que eu não irei me apaixonar por ele tão facilmente, eu sou durona nesse quesito. – Bati meu ombro no dela devagar e rimos.

– Esse é o problema, você está usando a expressão “tão facilmente” quando deveria usar “nunca vou”

Percebi o erro das minhas palavras e me corrigi rapidamente falando “não vou” umas três vezes seguidas, o que não me deu credibilidade alguma. Enquanto conversávamos animadamente sobre o leilão, um homem alto, loiro e com cara de anjo andou até nós distraidamente coçando a cabeça com uma toalha ao redor na cintura, levantei uma sobrancelha para Ivy que deu um risinho encabulado. Ele levantou os olhos e deu de cara com nós duas o olhando da cabeça os pés, ele apressou as desculpas e voltou voando para o quarto de Ivy. O risada dela era igual a de uma adolescente que acabou de fazer algo errado.