Louis cresceu com seu avô. Keith sempre foi muito presente na vida dos netos que teve, mas seu maior apego era Louis.
Quando criança, Louis se debruçava na mesa da cozinha, vendo o avô ler o jornal pela manhã e brigar com a avó em árabe. Sua avó, Najila, não era muito amorosa com Keith. Eles brigavam a maior parte do tempo, mas pelas tradições, ela não se separava dele.
Keith odiava a religião, mas Najila era fiel. Ela que criou Mark e os outros filhos, sem deixar que Keith intrometesse na criação. Quando os netos nasceram, ela não era tão forte quanto jovem, para arrastar as crianças.
Mas Louis não se importava com a religião. Ele gostava mais do avô do que um tempo dentro de algum lugar.
Aos domingos que passava com ele, Louis acordava pela manhã e escutava a vitrola de seu avô. Ele era apegado aos anos 50, de uma maneira tão especial que Louis perguntava o porquê. Logo depois, eles tomavam café e iam para o jardim, onde Keith cuidava as flores e ensinava Louis a cuidar e zelar elas. Najila ficava calada na cozinha, sempre desdenhando a forma que Keith agia.
Louis nunca entendeu o ódio da avó pelo avô.
Ela morreu quando ele tinha quatorze anos. Louis se lembraria de sua avó como uma mulher silenciosa e dedicada á religião e aos filhos, mas nunca pelo marido.
Era em um domingo pela tarde. Os jardins do fundo tinham uma jarra de limonada rosa e alguns copos já sujos pela bebida.
Nos fundos, Liam tentava fazer o jardim suspenso de Keith. Niall consertava o irrigador de jardim, e Keith supervisionava.
Louis estava descalço e segurava uma caneca de chá. Pelo visto, Keith e Liam ficariam em uma discussão por um tempo.
- A flor não é aqui.
- Keith, já é a terceira vez que você muda essa merda de lugar - Liam irritou-se - Ou decide onde isso vai ficar ou ela vai aprender a voar.
- Não pense em jogar isso fora - Ele deu com a bengala no pé de Liam - Esse jasmim custa mais do que esses seus sapatos horrorosos.
Louis riu e voltou para dentro. Quem sabe, ligaria o IPod e escutaria algumas músicas.
Ele atravessou a sala para seu quarto, quando seu pé deu em um móvel. Ele urrou de dor e caiu no chão. A caneca caiu de lado, derramando o líquido.
- Merda, caralho - Ele xingou, apertando o dedo mindinho do pé, que acabou sangrando um pouco.
Olhando, Louis foi até a cozinha, mancando. Pegou o pano de limpar e passou no chá derramado e por fim, pegou a caneca.
O móvel que ele havia tropeçado era o pequeno baú de madeira de seu avô.
Louis certamente notou que ele fora esquecido atrás do sofá na mudança. E precisava devolver isso ao quarto de Keith.
Ele passou os dedos pela madeira descascada e pelas iniciais ali, contidas. Era uma caixa de madeira de orvalho, resistente. As iniciais "KT" estavam talhadas.
Era a caixa do avô que ele era proibido de mexer desde criança. Essa caixa ocupava um canto especial da sala, onde Keith passava tardes lendo os papéis que ali continham. Louis nunca abriu a caixinha.
Ele falava que aquela era a caixa dele, seu diário vital, seu momento perfeito em lembranças de sua juventude.
Até agora.
Ele abriu a tranca e encontrou um pacote de cartas, enrolados em uma linha de sisal. Havia carimbos de diversas partes do mundo, como Japão, Alemanha, Brasil, México e Argentina. Um delas listava até mesmo a Antártida.
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Alabama Song ➳ Larry version
FanfictionNa década de 50, na idade do ouro no cinema e Elvis reinava na terra da música, o jazz ainda tocava nas ruas de Paris, Frederick Styles tomava conhaque no Le Trous, e Keith Tomlinson era um aspirante à escritor que amava a vida. O caminho dos dois f...