Capitulo Doze - Parte Um

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 – Jante comigo. – O ouvi dizer, enquanto estava com meus olhos fechados, apreciando o toque leve de seus dedos que iam do meu pescoço até meu rosto, me fazendo ter leves tremores pelo meu corpo.

 Abro meus olhos e o encaro. – Jantar com você? – Não, Melissa, ele pediu para plantar uma árvore com o Ricky Martin. Dã.

 – Na minha casa, hoje à noite, quero conhecê-la por completo, muito mais... – Responde, substituindo o toque dos seus dedos pelos seus lábios, fazendo o mesmo caminho. Suspiro.

 Ia aceitar, juro que ia, como recusar um pedido desses? Ainda mais eu sentindo seus lábios pelo meu pescoço e eles se aproximando, perigosamente, dos meus lábios? Mas lembrei-me de que teria que ir com a Maitê para a academia ter a tal aula de Pole Dance, que segundo ela, seria ótimo para mim. E eu concordava plenamente. Bosta, tinha que ser hoje?

 Me afasto um pouco dele. – Desculpa, Jonathan. – Chamo-o pelo nome, já que não estamos em modo de “Chefe e Secretária”. – Eu não posso, tenho outro compromisso...

 – Outro compromisso? Por acaso é com o cara do buquê? – Pergunta com a voz baixa e ríspida.

 Desde quando ele me viu com as flores e me fez as perguntas antes de sair para o almoço com Bruno, percebi o quanto ficou incomodado e diria até irritado, por causa do buquê. Claro que quando cheirei as rosas e li o cartão na frente dele com meu melhor sorriso, era para provocá-lo. Me senti até um pouco infantil pela minha atitude, mas prometi para mim mesma que enlouqueceria esse homem da mesma forma que ele me enlouquecia.        

 – Claro que não! Eu vou à academia com minha melhor amiga.

 – Academia? – Levanta as sobrancelhas, parecendo surpreso.

 – Exatamente. Eu... danço.

 Sua expressão é de uma pessoa que parece que viu uma nave espacial aterrissar em uma plantação. Mordo meus lábios, contendo meu riso. Até que seus olhos escurecem e fico inquieta, até um pouco envergonhada, pelo jeito que me encara.

 – Me passe o endereço de sua academia, meu motorista irá buscá-la. Não aceitarei um não como resposta, Melissa. Não discuta. Não teime, não dessa vez.

 Olho-o perplexa. Como é que é? Sério isso, produção? O que deu nele? Sua expressão é séria e sei que não tenho nenhuma alternativa, além de dizer sim.

 – Tudo bem... – Digo desconfiada e com uma pontada de raiva. Mas não seria idiota a ponto de negar um jantar com o meu eterno estranho gostoso. Meu Deus... Ele disse na casa dele... Um jantar na casa dele. NA-CASA-DELE. Só de pensar em um jantar onde esteja só eu e ele, no território daquele predador, uma movimentação estranha acontece em meu estomago e em outros órgãos de meu corpo.

 Sem escolhas, passo o endereço da academia e ele dá a ordem – Sim, esse homem não sabia pedir, só dar ordens – para esperar pelo seu motorista ás oito e meia, já que eu iria para academia às sete e meia e minha aula terminaria às oito e quinze. – E claro, omiti que faria Pole Dance.

 Sai de sua sala e voltamos ao trabalho. Fiz o mesmo de ontem: Atendi ligações, consultei as novas propostas para o Sr. Altherr, preenchi sua agenda de reuniões e mais reuniões e claro, dei uma saidinha rápida para uma loja que tinha perto da empresa e comprei um vaso para colocar as flores que Bruno havia me mandado. No bilhete que mandou junto às rosas havia um pedido de desculpas por não ter me desejado boa sorte em meu primeiro dia e um convite para o almoço e o endereço do restaurante Japonês.

 Ah... O almoço... Podia jurar que o Jonathan, ops, Sr. Altherr – estava em modo secretária – havia me seguido até lá e esperado a chegada do Bruno. E o que foi aquilo? Fiquei extremamente irritada com ele. Era totalmente paranóico, nem nos conhecíamos direito e ele já achava que podia mandar ordens em mim e saber de tudo da minha vida pessoal. Mas lá no fundo – bem no fundo mesmo – gostava de todo aquele jogo e atenção que me dava.

Uma Gota De VinhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora