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Por Miranda

Quis dar meia volta no carro e dirigir até esquecer de tudo, mais infelizmente não era possível, como Marlon tinha dito não posso adiar o inevitável, acaricio minha barriga em busca de algum sinal de vida vinda dos bebês, e como sempre.

Não houve nada, nem um chute fraquinho; ou um sinal que eles estavam se mexendo.

Se não fosse pelas ultrassonografia que eu fazia fielmente e escutasse os batimentos dos seus coraçãozinhos eu não teria certeza se eles estavam vivos dentro de mim, embora o obstetra Joseph tenha dito que apenas no quarto ao quinto mês que eu poderia sentir os bebês se mexendo, eu não deixava de ter esperanças de quê ocorresse agora, E sim; eu sei que tem dois bebês dentro de mim, as pontadas em minha lomba, minha barriga do tamanho de um melão grande que muitas vezes não permitia encontrar A Posição para dormir e claro também para o sexo - e meus seios maiores e sensíveis deixavam óbvios minha gestação mas custava pelo menos para ter um sinal de vez em quando quê não estava sozinha ? Tipo como agora enquanto estava indo para conversar com meu pai e minha irmã que aquela Manuela que tinha nós abandonado  estaria no jantar em família na mansão Wenecker para a festa do dia das mães que fomos convidados, e se eles poderiam não surta e fingir que não a conhecia ?

Ok, sem pressão eu só devia operar um milagre, vai ser mole mole como gelatina.

Parei enfrente à casa do meu pai, minha irmã estava ajoelhada em frente ao jardim arrancando ervas daninhas e colocando no balde, doutora Blum saia equilibrando uma bandeja com uma jarra e copos de limonadas, meu pai estava do lado de fora próximo a Amanda consertando algo em sua camionete.

Uma imagem tranquila e normal. Uma que não merecia ser estragada jogando uma bomba catastrófica como aquela noticia, pus minha mão em cima do freio de mão pronta para partir dali.

E eu teria conseguido se Fury não tivesse latido e corrido até a porta do meu carro chamando à atenção do povo que olharam em minha direção como um bando de suricatos.

Maldito. Amado. E. Cachorro.

Sai sem graça.

—Mira!.- disse meu pai sorridente, ele pegou sua flanela e limpou uma faixa de óleo de sua testa; Amanda se levantou tirou suas luvas e bateu em sua bunda antes de caminhar a passos apressados até mim, ela segurou minha barriga e fez voz de bebê .

—Como meus sobrinhos favoritos estão? .- ela perguntou olhando para mim expectante

–Ãh .. bem.- murmuro olhando feio para Fury que nem ligou e lambeu meus dedos em saudações.

Aí eu te pergunto, como odiar esse cachorro ?

—Oi.- falei olhando para doutora Blum que sorriu amável me oferecendo uma limonada.

Meu pai se aproximou, e franziu os lábios brevemente olhando para meu curativo em meu braço; simplesmente assim fui cercada, minha família me encararam embora surpresos e felizes por eu estar ali, estavam esperando pare eu dizer o que vim fazer ali.

Limpei a garganta repentinamente seca, um peso cresceu em meu peito mas duvido que seja leite materno.

Fui salva do momento constrangedor quando doutora Blum limpou a garganta e disse em sua voz suave.

—Eu acabei de fazer um bolo de cenoura, o que acha de entramos e o comer ?

Primeiro.  Oba fui salva! Pelo menos por enquanto...

Segundo, nunca é uma hora ruim para comida, principalmente para bolo de cenoura!

[…]

—Você tem que me passar essa receita.- falei de boca cheia comendo meu terceiro pedaço de bolo de cenoura com cobertura de chocolate.

—Ha mais não fiz nada demais…- disse modesta à Estela/ doutora Blum para logo em seguida escutar todos negando "seu nada demais ".

Estela sorriu recatada pelos elogios, mas orgulhosa de seu feito, todos adoraram o bolo não tinha dúvidas, Amanda juntava as migalhas do que um dia havia sido seu bolo e levava a boca gemendo baixinho de prazer, meu pai comia seu sexto pedaço em silêncio.

Tá vendo aí depois eu sou a comilona! 

Estava tudo indo bem, todos estavam satisfeito, de barriga cheia, era o fim de tarde de um domingo, estávamos em família.

Eu, Estela e Amanda nos juntamos para limpar as louças, Amanda lavava eu enxugava e Estela guardava, meu pai foi colocar comida para o Fury e trocar sua água, o rádio estava ligado em uma estação qualquer mas a música era suave e dava uma serenidade.

Estava tudo indo perfeitamente bem o serviço havia acabado, e fui forçada a lembrar o motivo de estar ali quando meu pai apareceu com sua garrafa de cerveja em mão e o cabelo úmido após o banho  perguntando.

—Então filha o que veio fazer aqui ?.

—Ricardo.- repreendeu Estela

—O quê? Eu amo quando minhas filhas estão aqui chocolate, mas você tem algo a nós dizer não docinho? .- perguntou dando um gole em sua cerveja.

Entrelacei os dedos para disfarçar que estavam trêmulos, olhei para Amanda que me olhava curiosa, encarei Estela a nova integrante de nossa família, titubei se deveria dizer algo com ela aqui, acabei decidindo por sim.

Se existia alguém de aplacar a fúria, ou a explosão do meu pai seria ela.

—Acredito que meu sogro tenha os convidados para a festa do dia das mães na mansão Wenecker.

Meu pai grunhiu como se eu houvesse dito que ele não poderia mais comer bolo de cenoura, vejo ele ingerir um gole emburrado, não entendi do porque ele está assim até Amanda ri e dizer.

—O papai foi comprar um terno e ao vê os preços ele está planejando o que fazer para não envergonhar você no meio dos ricos.

Arregalei meus olhos horrizada.

—Pai você nunca me envergonharia se fosse com suas roupas de flanela!

Ricardo resmungou algo inteligível, vejo Estela franzi o cenho, meu pai olhou para ela como se soubesse o que sua chocolate estava pensando.

—Eu vou ir em um terno e ponto final.- murmurou teimoso

—Sim, mais não acho que precise fazer um empréstimo para comprar um terno.- resmungou Estela cruzando os braços.

Espere empréstimo?  Olhei para Amanda por ela não ter me contando aquela parte, mas ao vê  ela parecia mais perdida que gringo em um  diferente.

–Pai você sabe que não precisa comprar um terno para se ter um né? .- disse Amanda .- Da pra alugar um.

Meu pai franziu a testa surpreso.

—É tem como alugar um ?

—Claro, até é mais barato.- falei prendendo a vontade de rir da ignorância de meu pai.

Não era culpa de meu pai não saber dessas coisas se ele nunca precisou de um terno, até mesmo no casamento dele o terno que usou era de meu falecido avô. Em minha formatura e de Amanda ele foi com suas roupas novas e definitivamente não social, e nunca pareceu se importar com isso, mas acredito que ter visto meu sogro vestido elegantemente em um terno tweed como se aquilo fosse apenas uma simples roupa de sair…

—Pois amanhã mesmo vamos em uma loja para alugar um....- disse ele terminando de resmungar "embora quisesse ter comprado".- Enfim, porque esse assunto tem te atormentado?

Engoli em seco, era agora a hora da verdade.

Sorri sem jeito antes de dizer.

—É porque à mãe de Emile e atual esposa do senhor Wenecker é a Manuela.

.....

Já já eu posto o quarto 😍😛

MEU CHEFE DEVASSO ( Em Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora