Capítulo 45

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Dias depois.

Violeta:

Tomei um gole do meu suco de laranja e coloquei o copo no chão ao lado da cadeira. Não voltei a ler nem uma frase completa do meu livro quando fui interrompida por Charles.

— Não escutei direito. Pode repetir de novo? — do vão da porta, ele revira os olhos.

— Perguntei se gostaria de ir tomar banho comigo.

— Eu e você? Tipo... nós dois juntos? É realmente o que estou pensando?

Ele dá uma risada, balançando a cabeça.

— Qual a graça, Charles? — pergunto irritada. — Você nunca quis ultrapassar os limites entre nós e agora me chama para ir tomar banho com você. Por que está fazendo isso agora? 

— Tomar banho no lago.

Solto um "Ah" e sinto meu rosto corar. Seu sorriso sacana só aumenta com meu constrangimento.

— Não quero. — afirmo secamente e coloco o livro sobre o rosto, impedindo minha visão de ficar olhando para ele só de short e seus músculos definidos.

— Por que não quer?

— Estou querendo ler nesse momento. — faço uma pausa e falo bem devagar para entrar na sua cabeça: — Só ler.

Ele me observa por alguns segundos.

— Posso ver esse livro? — diz se aproximando.

— Claro.

Ele olha sua capa, o folheia e solta um "Hum".

— Que foi?

— Nada. É sobre o quê?

— Fantasia.

Ele me entrega de volta e se afasta. Decido não não fazer nenhuma pergunta e procuro a linha onde parei. Quando a encontro, Charles liga o seu aparelho de som, e após alguns segundos a música se torna agitada e muito mais alta por causa da voz do cantor.

Olho feio para ele, que vem saindo com uma garrafa de cerveja entre os lábios. Quando chega no que suponho ser o refrão, ele faz a garrafa de microfone e começa cantar. Não aguento e começo a rir. Largo o livro quando sua mão se estende diante de mim e me ponho de pé.

— Você me deixa entorpecido. — diz no meu ouvido e eu tiro a cerveja de sua mão e tomo um gole. Charles me olha boquiaberto, mas só ri como reposta, tirando-a de mim gentilmente e murmurando:

— Crianças não bebem.

— Não fode, meu anjo. — imito ele, que franze o cenho e depois faz uma careta.

— Essa frase é minha. Eu te proibo de usá-la contra mim.

— Foda-se. — começo a rir e tomo a cerveja dele de novo, bebendo mais alguns goles.

Ele inclina a cabeça para o lado e me observa sorrindo.

— Tá. — sacode os ombros. — Se você quer beber, beba. Tenha um primeiro porre, garota. Alguns dias depois de eu fugir do orfanato, tive o meu primeiro. A ressaca é péssima, já vou logo te avisando.

Violeta (Completo/Revisado)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora