Violeta (Completo/Revisado)

Capítulo 46

Christian Charles:

Uma mistura de surpresa e raiva me inundam. Mário sorri como um idiota. Ele nunca pediu para apanhar, mas agora estava fazendo exatamente isso.

— Oi, Charles. — diz animado e se vira para a mulher ruiva e de olhos grandes claros. — Este é o Charles, minha rainha. Se vocês dois jogarem uma partida de sinuca um dia, me desculpe, mas eu aposto nele. — ela lhe dá um soco no braço e estende a mão para mim.

— É um prazer finalmente conhecê-lo, Charles. Sou a Karin. — fuzilo Mário com o olhar e, relutante, estendo a minha também.

Mário olha por cima do meu ombro e passa me empurrando com o seu. Karin o segue sem hesitar.

— Que diabos! — resmungo.

— Esta é a Violeta. Como vai, princesa?

— Estou ótima.

— Oi, Vivi. — ela lhe abraça, elogiando seu cabelo logo em seguida. Mário ri das duas dando de ombros, murmurando: "Mulheres!"

— Ah, trouxemos pizza! — diz ele. —  Já volto, deixamos lá no carro. 

Seguro-o pelo braço, impedindo-o de continuar com aquela palhaçada.

— Você me deve boas explicações, Mário Patterson! — ele se vira para olhar para as duas. Sem querer, olho também. Se eu não estivesse vivendo tudo isso, diria até que parecem amigas há muito tempo. Ele se volta para mim, inclinando a cabeça.

— Não na frente delas.

Suspiro e o empurro até o lado de fora.

— Aqui está bom. Diga que merda é essa.

— Bem, a gente se conheceu num bar. Jogamos sinuca e foi nessa parte que contei de você para ela. Depois conversamos sobre apostas e aí ela me deu seu número para marcarmos um dia...

Solto uma risada nervosa e enfio as mãos nos bolsos para não voarem até seu pescoço.

— É uma péssima hora para querer tirar uma com a minha cara.

Mário se afasta, suspirando.

— O que quer saber? A gente está ficando, Charles. Decidi trazê-la até aqui por que achei que seria legal.

— Por acaso você está chapado? — grunho. — Você trás uma desconhecida até minha casa por que achou que seria legal?!

Ele coça a cabeça e desvia o olhar, tentando não sorrir.

— Mário! — exclamo. — Eu vou matar você.

— Eu a conheço, Charles. E já investiguei também. Ela não está envolvida com o Rodrigo, se é isso que está pensando.

Agarro seus ombros.

— Se você tem certeza de que ela é inofensiva, sabe que está colocando sua segurança em perigo, né?

Seu rosto se contrai e, por um segundo, Mário empalidece.

Xingo.