XI - Decepções te tornam firmes

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O dia não amanheceu na tranquilidade como esperamos. Já pela manhã, Noah levou algum tempo para conseguir as duas passagens de volta para a nossa cidade, esse é o preço carregado por deixar para última hora.

Arrumamos nossas coisas calmamente enquanto eu me despedia daquela linda vista da sacada. Na hora de ir embora, dei uma última olhada para o quarto e absorvi as lembranças boas que aconteceram nesta viagem.

Quando chegamos ao aeroporto, fizemos as coisas necessárias antes do embarque. Noah ficou o tempo todo segurando a minha mão me passando a confiança de que tudo ira ficar bem, mas eu sabia que talvez nem tudo fosse flores como eu pensei.

Depois de horas pousamos no aeroporto. Não consegui pensar em outra coisa a não ser sobre a mãe do Noah ter roubado a empresa, logo a mãe dele. Embarcamos no carro que deixamos no estacionamento do aeroporto em direção a minha casa em total silêncio. Mandei a mensagem para minha mãe avisando que já tinhamos chegado a cidade, ela respondeu que já nos aguarda em casa.

Estacionamos em frente a minha casa e fiquei raceosa ao descer do automóvel. Olhei para a porta que já está aberta, respirei fundo e devagar, começamos a nos aproximar.

— É agora que tudo pode mudar? — pergunto.

— Seja lá o que acontecer, estamos juntos — afirma.

— Sim — digo baixo.

Assim que entramos em casa, o clima está super pesado. Meus pais estão sentados com os braços entrelaçados enquanto alguns papéis estão espalhados pelo sofá.

Assim que notaram nossa presença, minha mãe veio correndo a minha direção e me abraçou com toda sua força.

— Filha! — exclamou emocionada — Você está bem? Fizeram algo com você?

— Claro que não mãe — afirmo.

— Não confio em certas pessoas — meu pai olha para Noah em desdém.

— Pai, por favor, não comece com seus julgamentos — peço.

— Julgamentos? Você acha certo o furo que fizeram na nossa empresa? — diz rude.

— De maneira alguma, mas entendo a indireta que você quer passar quando se refere ao Noah — digo.

— Não nos leve a mal Isabella, mas a confiança que tivemos se perde para a família também — minha mãe intervém.

— O que? Vocês não podem julgar o livro pela capa — suspiro.

— Não ouviu o ditado que filho de peixe peixinho é? — meu pai diz debochado.

— Mesmo que tudo isso tenha acontecido de uma hora para outra, não tenho culpa alguma do que minha mãe fez. Minha criação foi muito bem concluída e caráter em minha pessoa é o que não falta — Noah se defende.

— Isso qualquer um pode dizer, o que vale é o que se passa aí, dentro de você — aponta o dedo em sua direção.

— Minha boca se abre para falar o que em mim está cheio. O erro de alguém, por mais cruel que seja, merece ter suas consequências, mas não podemos apontar o dedo para outra pessoa do mesmo sangue e dizer que ela também é responsável. Em momento algum passei má impressão a sua família, sempre respeitei sua filha e cuidei da sua mente e do seu físico, algo que faço com muito amor — diz com a voz embargada.

— Talvez estejamos precipitados um pouco, me desculpe — minha mãe diz.

— Desculpas? Essa não é a hora de pedir desculpas. Exijo seu afastamento da nossa filha — se aproxima de nós.

Eu Ainda Pinto Flores Para VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora