— Como disse? — Louis se levantou, olhando para as íris de Harry. O mesmo, sentiu sua alma gelar por segundos.
— Eu... Eu... Eu disse que ele me trouxe você, porque nós temos que nos unir em prol do amor de nossos avôs. O amor me trouxe você para dar um fim na história de nossos avôs.
— Mas o que teria isso a ver com a minha história, com a sua história?
Harry se viu em um argumento sem saída.
— Nada. Mas apenas foi uma curta e exagerada... Comparação?
— Então está me dizendo que o amor me trouxe para você, para resolver o amor de nossos avôs?
— Isso.
— Não faz sentido, Harry.
— Faz. Se observar bem — Ele se levantou — Nosso trem sai às vinte e duas. Precisamos ir.
— Mas...
— Eu vou pedir um táxi — Ele saiu exasperado e atrapalhado.
Suando frio, Harry se escondeu atrás de uma árvore, enquanto pedia um táxi. Deus, o que ele tinha falado? Não, ele não estava apaixonado por Louis, não, ele era homem.
Hétero, homem... Se sentindo atraído por outro homem.
Por que isso tinha que acontecer? Por quê?
Era pecado, era sujo. Ia contra o que ele aprendeu com a sua avó, nos domingos na igreja, era contra o que ele acreditava.
Mas que se foda, não? Ele não era religioso. Desde que enterrou Grace, questionava sobre tudo e a todos. Se algo bom acontecesse, seria obra de Deus, mas se fosse ruim?
Merda, Harry. Está apaixonado por um homem.
A viagem de trem foi calada. Louis estava olhando as mensagens do celular, vendo que Niall estava procurando Josh avidamente, e Liam escolhia uma bela roupa para encontrar Zayn. Harry dormia novamente, fazendo Louis terminar o desenho que ele havia começado. Louis se perguntou, se deveria continuar a falar com Harry, depois dessa viagem.
No dia seguinte, Keith desceu do carro do neto de seu amigo e caminhou até a porta, com ajuda da sua bengala. Destrancou a porta e encontrou a casa do mesmo jeito que antes, com a diferença de uma mala e um ticket da EuroStar, encima da mesa.
Ele inspecionou todo aquele espaço. Encontrou o casaco do neto jogado na cadeira, cheirando a crossaint, e a bebida. O ticket encima da mesa foi pego entre os dedos enrugados de Keith.
Eurostar: Paris/Londres: 10 pm.
Ele suspirou profundamente. Paris e ele não se viam há mais de 60 anos. Sua última lembrança foi um avião, que o esperava gentilmente do outro lado, enquanto sentia Najila puxá-lo pelo braço, o xingando. Atrás dele, os olhos de Rita e de Genevieve, enquanto Fermín estava de cabeça baixa.
As lembranças de Paris de felizes, passaram para nebulosas. Um tom de tristeza tomou sua vida, deixando tudo em dores. Os anos se passaram, e mesmo com o nascimento de filhos e netos, a dor se fora.
Ele deixou o ticket na mesa, e viu Louis na ponta da escada. Desarrumado e bagunçado, Louis tinha acabado de acordar.
— Bom dia, avô — Ele desceu as escadas e deu um beijo na testa do velho.
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Alabama Song ➳ Larry version
FanfictionNa década de 50, na idade do ouro no cinema e Elvis reinava na terra da música, o jazz ainda tocava nas ruas de Paris, Frederick Styles tomava conhaque no Le Trous, e Keith Tomlinson era um aspirante à escritor que amava a vida. O caminho dos dois f...