Rehab

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O Tavern Law era o bar que eu e Teddy sempre escolhíamos para nossas bebedeiras. Era aconchegante e os drinks maravilhosos. Nós nos sentamos em uma mesa de madeira redonda com nossas bebidas, eu preferi Martini e Teddy uma budweiser.

Teddy era a cópia do nosso pai, tinha os olhos cinzentos e o cabelo castanho escuro era da minha mãe. Suas feições eram sérias, porém ele era doce e amável. Ele não se metia em briga, mas também não fugia de uma quando acontecia.

– Phoebe? – Ele estalou os dedos e eu o foquei – Você pode ficar ai sentada me admirando a noite toda ou pode me contar os seus problemas, eu não me importo. – Ele riu e tomou um gole de sua cerveja.

Fiquei encarando-o por um tempo, formulando minhas palavras. Era complicado tentar expor um milhão de pensamentos em algumas poucas palavras. Respirei fundo e virei minha bebida. Comecei explicando sobre como eu e Noah estávamos funcionando e falei que estava tudo certo. Contei sobre como nos víamos, cheguei até contar sobre o sexo. Teddy fez um gesto com a mão e falou, rindo “Poupe-me desses detalhes sórdidos”. Continuei contando até a parte em que ele ia confessar seus sentimentos por mim.

– Uau. – Ele arregalou os olhos. – E qual o motivo dessa tristeza toda? Tecnicamente era pra você estar feliz, Phoebe.

– Deixe-me terminar. – Ele fez um gesto e pediu outro Martini para mim. Enquanto eu esperava a bebida ficar pronta, lhe contei sobre como Charlie o atrapalhou e tive que conter as lágrimas e pigarrear mais de uma vez para contar minha noite em seu apartamento.

Lembrar disso me trouxe de volta a realidade, peguei meu celular no bolso e o liguei, esperando pacientemente.

– O que o Charlie está fazendo em Chicago? – Teddy tinha se recostado na cadeira e agora me encarava.

– “Mason’s Bistrô”, acredita nisso? O pai dele passou o bistrô para ele, ou sei lá que porra que aconteceu. – Apoiei o rosto nas mãos e o desespero tomou conta de mim. – O que eu faço, Teddy?

– Eu acho que você deveria deixar isso um pouco de lado, entende? – Ele apoiou os cotovelos na mesa e ficou me encarando. – Aproveita seu feriado, vamos fazer coisas bestas, vamos ao Space Needle – Eu ri. – Vamos ir jogar boliche, beber umas cervejas, ficar de bobeira em casa. Aproveita, ta?

Eu assenti uma vez a contragosto.

– Phoebe? – Eu o olhei novamente. – Faz isso que eu estou te falando... Quando você voltar a Chicago na segunda feira, você vai estar com a cabeça mais leve, vai se sentir melhor e não vai deixar essa tristeza toda abater sua luta. – Ele sorriu, tentando me confortar.

Por que o Teddy tinha que ser meu irmão? Se ele não fosse, seria tudo tão mais fácil, eu já teria me ajoelhado e pedido ele em casamento.

– Abater minha luta... – Sussurrei as palavras dele e testei como elas ficavam em minha boca, - Tem razão Teddy. Eu vou aproveitar que estou com minha família e amigos, vou aproveitar tudo que Seattle tem a oferecer e você, meu irmão, vai aproveitar comigo. Está a fim de ser um turista em Seattle? – Eu pisquei e joguei um beijo, ele se limitou a rir.

– Se isso vai ter deixar mais feliz, eu topo. – Ele riu e segurou minhas mãos. – Não se deixe abalar por isso. Noah teve o orgulho ferido. Eu sou homem, eu sei como é isso. – Ele me olhou de soslaio. – Eu não deveria te acompanhar nessa doideira toda, você sabe, não é? – Eu fiz que sim com a cabeça e ele prosseguiu. – Mas se você está tão envolvida com tudo isso, eu é que não vou te julgar, ou atrapalhar.

Rodeei a mesa e o abracei, o apertando com força e agradecendo silenciosamente por ter o melhor irmão do mundo. Era bom demais saber que eu teria alguém ao meu lado apesar de tudo. Voltei para o meu lugar e fiquei raciocinando sobre suas palavras enquanto eu bebericava meu drink.

Playing With PleasureOnde as histórias ganham vida. Descobre agora