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Pov's Justin
Me lembro como se fosse hoje, acordei alegre em uma sexta-feira e fui para o quarto dos meus pais mas ao chegar lá não tinha nenhum sinal deles ou de suas coisas era como se eles nunca estivessem ali, fiquei assustado pensando que era só uma brincadeira então fui pra cozinha mas não encontrei nada só algumas panquecas e um bilhete onde dizia "me desculpe".

Meu irmão Jamal de oito anos acorda perguntando cadê nossos pais, apenas invento uma mentira e entrego duas panquecas para ele comer ouço o choro de minha irmãzinha Jade e a pego do berço a olhando e pensando como vou criar eles a partir de agora se nossos pais não voltarem.

Alguns meses se passam e me viro do jeito que consigo, não quero que ninguém saiba pois iriam nos mandar para um abrigo. Iamos a escola todos os dias, ainda tinha um pouco e comida na geladeira até que a luz parou de funcionar assim como todos os eletrodomésticos, a água acabou e fomos despejados de onde moravamos apenas com algumas roupas e bolachas em uma mochila.
Pedi a Deus todos dias para que nós mandasse uma luz, até que com quatorze anos conheci um cara chamado Ricci em um beco onde eu e meus irmãos "morávamos", ele disse que me daria tudo o que precisamos se trabalhasse para ele.

No começo fiquei com medo não o conhecia mas pensei na situação precária que meus irmão estavam crescendo então aceitei.

Moramos alguns anos com ele que nos deu tudo do bom e do melhor e em troca eu vendia algumas drogas pra ele, até que em uma noite fui vender alguns saquinhos de pó para um cara quando o mesmo me empurrou na parede dizendo coisas sujas que eu simplesmente não entendia, suas mãos enormes e grosseiras passavam pelo meu corpo e tirando minhas roupas, comecei a gritar por socorro quando senti um soco na boca do estômago me deixando sem ar cai no chão com o cara em cima de mim, e depois disso são apenas borrões de dor e angústia, acordo em uma cama de hospital com Ricci do meu lado fiquei tão envergonhado naquele momento o que me surpreendeu foi Ricci dizendo que iria ficar tudo bem e me dando um abraço, como se fôssemos pai e filho.

Com dezessete anos me mudei para New York e entrei para uma gangue, The Canadians, passei a fazer carregamentos com armas e drogas, assaltos entre outras coisas isso me fez ganhar muito dinheiro.

Coloquei meus irmãos em uma escola boa, comprei uma casa, carros e dei tudo do bom e do melhor para eles.

Fui crescendo dentro daquela gangue tanto que causei inveja, o líder sempre me dizia como me admirava que meu potencial e minha enorme raiva do mundo me levariam longe.

Mesmo fazendo todas essas coisas ainda tinha um coração bom e sentimentos bons, ainda queria um mundo melhor com pessoas boas mas aprendi a duras penas que existem mais pessoas ruins do que boas.

Lembrava todos os dias dos meus pais e isso só me fez ter uma enorme raiva e mágoa deles, por que eles nos abandonaram assim? Simplesmente foram embora sem dizerem uma palavra se quer, eles poderiam ter nos levado para alguma pessoas já que nunca conhecemos nossos parentes.

Depois de anos ainda não consigo pensar neles sem querer quebrar a cara dos dois.

Com dezenove anos construí meu próprio império, The Kings, onde todos faziam o que eu queria sem sequer falar uma palavra conheci pessoas incríveis que passaram a ser minha família.

Não me orgulho de ter matado milhares de pessoas, de roubar bancos e bancos, de vender armas e drogas mas é a minha vida e tenho que aceitar e me sentir orgulhoso pois sai da merda graças a isso.

Nunca me interessei por nenhuma garota, estava tão concentrado em ter dinheiro e dar uma vida boa para os meus irmãos que nunca me importei em ter uma namorada.

Conheci uma garota chamada Kylie ela era gente boa e sabia roubar e ser sorrateira como ninguém então a chamei para gangue, começamos a nos envolver eu não queria nada sério apenas foder mas do nada a garota chega e me diz que está apaixonada, sabem o que eu fiz? Gargalhei, isso mesmo, gargalhei muito e a disse para encontrar alguém do seu nível.

Não era minha culpa já não acreditava em mais nada e muito menos na porra do amor.

E a partir daí começou minha história com a Azzy, o grande amor da minha vida.

Ela me deixou louco no momento em que bati meus olhos nela, eu sei que só fiz coisas erradas, sei que ela não merecia nada disso mas meu psicológico é muito fodido as vezes nem eu sei o que estou fazendo.

Não posso perder ela, sem ela eu não vivo, não posso perder meu filhos.

É com esse pensamento que atualmente me afundo nas drogas, é muito para meu ser fraco, acabei de receber uma notícia dizendo que o Ricci faleceu, meus pais aparecem depois de anos e meus irmãos os perdoam como se tudo que passamos não tivesse acontecido, o amor da minha vida se foi e eu sou o pior pai do mundo para os meus filhos.

Cheiro a carreira de cocaína que está em cima da mesa e bebo mais três goles da minha cerveja antes de sentir minha cabeça latejar e eu ir para um lugar muito melhor.

My GângsterOnde as histórias ganham vida. Descobre agora