Capítulo 93

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Começamos a recolher as embalagens vazias de salgadinhos e refrigerantes assim que o filme acaba, enfio as almofadas no chão do carro de Andrew e volto para pegar os lençóis de Sam, os sacudindo e dobrando antes de deixar sobre o capô do carro de Brandon. Vejo meu amigo alisar a camisa amassada enquanto seu namorado guarda as coisas que não comemos no banco traseiro de seu Audi, Sammy me vê parada o encarando e da alguns passos para chegar até mim, me abraçando forte.
- eu posso te deixar bêbada hoje ? - ele pergunta rindo, obviamente com alguma ideia idiota na cabeça.
- acho melhor não, nós dois vimos o que aconteceu na última vez que fiquei animada. - franzi a testa ao lembrar da dança na mesa de sinuca na festa de Daniel.
- morango, vamos estar somente nós quarto naquela casa. O que acontecer lá, vai ficar lá. - ele arqueia as sobrancelhas e me larga quando vê Brandon se aproximando.
- Mia, tem certeza de que podemos ficar essa noite ? - ele pergunta, os olhos castanhos focados em mim.
- claro que tenho, não se preocupe com isso, meu avô só vai chegar perto da noite amanhã. - tento deixá-lo mais a vontade com a idéia.
- tudo bem então, vamos.
Sammy entrelaça seus dedos nos de Brandon e os dois saem juntos até o carro, me viro quando Sam pega os lençóis do capô e os joga dentro do Audi, sorrio ao ver Andrew me esperando com a porta do BMW aberta e enfio o celular no bolso interno da jaqueta ao me aproximar.
- o que achou do filme ? - ele molha os lábios com a língua.
- achei interessante, bem molhado. - mordo meu lábio inferior internamente.
- vamos antes que eu arranque sua roupa aqui e te possua em cima do capô do meu carro.
- seria outra primeira vez, mas eu não quero platéia.
Entro no carro e ele fecha a porta, andando até o outro lado e se enfiando dentro do BMW. Brandon liga os faróis e sai na frente, Andrew da partida no carro e segue o amigo com uma das mãos no meu joelho, assim como fez na vinda.
- nunca me disse que dia é o seu aniversário. - Andrew diz logo quando paramos em um sinal fechado.
- doze de julho. - respondo simples. - e o seu ?
- três de maio - ele acelera, percebendo que o carro de Brandon já está andando.
- está perto.
- ainda falta mais de cinco meses, se contar direito. - ele acaricia meu joelho desnudo.
- o que pretende fazer ao completar seus dezoito anos ?
- ainda não vou ser oficialmente maior de idade.
- é, tem razão. Mas não tem nada em mente ? - ajeito os óculos.
- por enquanto, nada.
- sei que vai pensar em alguma coisa.
- que tal focarmos apenas na nossa noite de hoje, o amanhã que espere.

" "

Pego o telefone e dígito o número da pizzaria mais próxima, fazendo o pedido de três pizzas grandes, uma de queijo, outra de calabresa e uma doce, de morangos e chocolate. A atendente me dá o prazo de quarenta minutos até a entrega e eu agradeço, Charlie se esconde das visitas atrás do sofá e eu o pego no colo querendo transmitir a sensação de segurança, o bichinho começa a ronronar e Sammy o pega no colo.
- Oi Charlie, esse gato é tão fofo Brandon. - ele quase joga meu gato na cara no namorado.
Brandon faz um carinho rápido na cabeça do bichano e joga a mochila preta sobre o ombro direito.
- o quarto de hóspedes fica lá em cima, terceira porta do corredor. - digo antes de ele perguntar.
- obrigada. - Brandon ri e começa a subir as escadas.
- morango, se importa se eu mostrar o caminho a ele ? - Sammy deixa Charlie no chão e me olha malicioso.
- por mais que ele já saiba o caminho, pode ir Sam. - digo rindo, me virando para olhar Andrew entrando pela porta da cozinha com as minhas almofadas debaixo dos braços.
- coloquei meu carro na garagem de casa e deixei o de Brandon na sua vaga do quintal. - ele joga as almofadas sobre a bancada da cozinha e deixa as chaves penduradas no chaveiro ao lado da porta.
Noto que ele aproveitou para trocar de roupa, estando vestido agora com uma calça de moletom cinza e uma camisa de mangas compridas azul escuro, alem de um chinelo Benassi preto.
- tudo bem, Brandon e Sam estão lá em cima amaciando o quarto de hóspedes. - digo pegando minhas almofadas. - vou deixar isso na sala e depois subir para trocar de roupa.
- okay.
Ele me segue enquanto abandono as almofadas no sofá e subo as escadas devagar, sentindo seu toque em meus quadris. Será a primeira vez em que trago mais de uma pessoa para casa, e confesso que estou animada para saber no que isso vai dar. Abro a porta do meu quarto e acendo as luzes, Andrew se apressa para sentar se em minha cama e eu retiro os sapatos antes mesmo de entrar no closet. Apanho um conjunto de camisa de mangas compridas cinza com desenhos de frutas amarelas um short, pego umas meias de cano longo pretas e calço um par de chinelos. Deixo o pequeno cômodo e sorrio ao ver Andrew cheirando meu travesseiro, faço um barulho com a garganta na intenção dele me notar e quando seus olhos encontram os meus um sorriso sacana aparece em seus lábios. O nariz ainda perto do tecido do travesseiro, ele inspira mais uma vez, fechando os olhos lentamente e expira quando os abre.
- se quiser pode cheirar meu pescoço, garanto que o cheiro está bem mais vivo. - levanto os braços para prender meus cabelos em um rabo de cavalo mal feito, deixando alguns fios soltos.
- é um ótima idéia, mas vou deixar para mais tarde.
Andrew se levanta devagar e deixa o travesseiro de lado, vindo em minha direção como uma águia que encontrou sua comida do dia. Os braços fortes caídos ao lado do corpo, a camisa um pouco justa demais para ser uma pijama e os pés envolvidos em uma meia branca.
- vamos descer, acho que as pizzas chegaram.

GraysonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora