Lembrando que o Keith Tomlinson nasceu em Cabul, capital do Afeganistão. Comentem :3
Alita Tomlinson estava deitada na cama, onde respirava com dificuldades. O câncer havia se alastrado de maneira rude e bruta, fazendo com que ela tivesse poucos dias de vida. Os médicos, otimistas, diziam que ela deveria durar mais alguns meses.
Negou tratamento, pois achava que nada funcionaria. Sua falecida mãe, Zanira, havia morrido da mesma forma, quando ela era criança. Agora, sua vez era esperada.
Ouviu o rangido da cadeira e abriu os olhos. Seus lindos olhos azuis, e os cabelos castanhos claros, herdados de sua família que atravessou o deserto e vivera durante o Império Otomano, era sua marca registrada.
Suas filhas, Izisy e Kalissa estavam casadas com chefes poderosos de Cabul. Lhe dariam netos em poucos meses, mas ela temia não viver até vê-los. Zaad estava casado e não podia vê-la, devido aos cuidados com a esposa.
Mas ali estava seu filho, Keith.
Keith havia envelhecido. Os cabelos castanhos se tornavam brancos nas laterais, uma barba rude e forte, para um homem de trinta e sete anos agora.
Ela mexeu-se na cama, fazendo Keith desviar a atenção do livro e sorrir.
— Mãe, o que está fazendo?
— Estou acordada — Ela sorriu. Seus cabelos castanhos já grisalhos, estavam espalhados pelo travesseiro — Quero olhar para você.
Keith fechou o livro e se aproximou. Beijou o anel dos dedos dela e se ajoelhou na beirada da cama, sorrindo.
— Está ficando linda, cada dia mais.
— Estou doente e morrendo. Não se tem beleza na morte.
— Mas se tem na vida, mesmo que não enxergue isso.
— Keith...
Ele sorriu, e se sentou. Alita ficou triste.
— Mamãe?
— Você não tem mais o brilho no olhar que tinha quando jovem, Keith...
— Me tiraram ele, mãe — Keith abaixou a cabeça — Não vamos falar disso.
Alita ficou séria e de repente, lágrimas floraram de seus olhos amarelados, sem brilho.
— Não deveria eu ter deixado seu pai ir.
— Ele teria lhe batido se tentasse impedir.
— Que me matasse. Mas não teria conseguido te achar. Eu deveria ter queimado tudo. As cartas que ele escrevia para Jack Styles, os endereços que ele conseguiu... Não deveria ter deixado ele encostar em você e em Frederick...
Ela começou a chorar. Keith segurou suas mãos.
— Mãe, não chore...
— No final dessa vida, me sinto culpada de várias coisas. Mas uma delas foi de não ter te protegido melhor, Keith...
— Era um pecado, amar outro homem...
— Amor não é um erro, Keith — Alita estava firme em sua fala — O que foi um erro foi deixar seu pai ter o controle de sua vida.
— Keith seria morto e eu também. Meus amigos também. Me diga, mãe: Valeria a pena morrer por amor?
— Se ama, o amor não é perda, e sim, vitória — Alita secou suas lágrimas — Amo-te filho, e por ti, eu morreria.
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Alabama Song ➳ Larry version
FanfictionNa década de 50, na idade do ouro no cinema e Elvis reinava na terra da música, o jazz ainda tocava nas ruas de Paris, Frederick Styles tomava conhaque no Le Trous, e Keith Tomlinson era um aspirante à escritor que amava a vida. O caminho dos dois f...