Comentem ;) ♡
— Não... Mas somos os netos dele.
Harry sentiu uma pontada de tristeza ao olhar aqueles olhos castanhos da senhora e ver a felicidade dela, mesmo que momentânea. Ela continuou a sorrir.
— Vocês são tão parecidos com eles... — Ela pegou na mão de Louis — Você é tão parecido com Keith...
Louis segurou a mão dela.
— Genevieve...
— Podem me chamar de Gene — Ela suspirou — É assim que minha neta me chama...
— Gene — Louis repetiu.
Ela o encarou.
— Pode chegar mais perto? — Ela pediu — Quero tocar no seu rosto.
Louis se aproximou. Nesse instante, a mão enrugada de Genevieve tocou sua barba, o fazendo grunhir, como um carinho de vó. Ele fechou os olhos e ele sentiu a doce mão dela, correr por seu rosto.
Quando ele abriu os olhos, havia uma lágrima solitária escorrendo na bochecha dela.
—Desculpe — Ela pediu — Sinto tantas saudades de Keith. Você é como ele, precisava fazer isso.
Harry secou uma lágrima que ia cair, quando ela olhou-o.
— Venha cá, quero sentir você também. Não se faça de arrogado — Ela o viu se abaixar.
Com o mesmo movimento, ela alisou o rosto de Harry, o fazendo sorrir. Ela encarava ambos os dois, com lágrimas nos olhos.
— Sinto tantas saudades deles... Oh Deus, obrigada por isso.
Ela se afastou. Os meninos ficaram de pé.
— Me chamo Louis. Ele é o Harry.
— Nomes bonitos — Ela secou uma lágrima — Gosto muito de nomes assim.
— Gene, acho que você sabe porquê viemos aqui.
Ela não tirou o sorriso do rosto. Pelo contrário, aumentou.
— Claro que sei — Ela levantou-se um pouco, encostando nos travesseiros e arrumando o cobertor sob o corpo — Vieram para saber da história de seus avôs.
— Ela lhe contou?
— Claire me disse que vocês me procuraram por um tempo — Ela sorriu — Sentem-se, devemos demorar. Eu estou cansada... Mas posso começar um pouco.
— Pode nos falar do começo? Temos tempo — Harry sorriu — Não temos pressa...
Genevieve sorriu para ele.
— Deuses, como é parecido com seu avô. Até o sorriso.
Harry ficou vermelho.
— Ele não é tão jovem agora.
— E nem eu — Ela se encostou — Eu era tão jovem... Eu tinha dezessete anos quando comecei a ser dona de Le Trous. Minha mãe, Pepe Lauvosier, era uma dama da noite. Ela se casou com meu pai, mas ele era tão violento... Ele a agredia todas as noites. Eu era criança, nada eu sabia...
— Nossa vida melhorou um pouco quando ela conseguiu voltar para Paris e montou o Le Trous. A princípio, era para ser apenas um bar de danças e entretenimento... Mas um bar precisava de muito mais. Foi quando Magna, uma velha amiga de minha mãe surgiu no bar. Uma prostituta, uma daquelas de luxo. Ela precisava de ajuda, de um abrigo. E aí, minha mãe... Ela abrigou todas elas. Como uma grande aura maternal, que protegia todas elas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Alabama Song ➳ Larry version
FanfictionNa década de 50, na idade do ouro no cinema e Elvis reinava na terra da música, o jazz ainda tocava nas ruas de Paris, Frederick Styles tomava conhaque no Le Trous, e Keith Tomlinson era um aspirante à escritor que amava a vida. O caminho dos dois f...