O céu ainda estava em um brilho entardecido onde eles estavam dentro de um táxi, rumo ao hotel.
Durante o caminho, Harry rodava a chave entre seus dedos, enquanto Louis escrevia no caderno, ambos calados. Nada mais falaram desde que saíram da casa de Genevieve.
Para Harry, era complicado não imaginar como seria o amor à primeira vista de seu avô com Keith. Imaginou ele sentado em uma mesa, com seus cigarros e conhaque, vendo o rapaz limpar o balcão, rindo e servindo, enquanto Frederick e seu caderno, escrevia coisas sobre o par de olhos de Keith.
Olhando de relance para Louis, tentou um pequeno contato.
— Sabe, Louis...
Mas o telefone dele tocou. Louis o ignorou.
— Ah? Pierre! — Ele sorriu — Ah, sim... Eu estou indo para o hotel agora. Sim, claro. Só vou tomar um banho, é claro que eu quero! Te vejo em vinte minutos.
Ele desligou.
— Louis?
— Eu estou saindo nessa noite — Louis fechou o caderno, rapidamente.
— Com quem?
— Uns amigos da faculdade, eles estão morando aqui em Paris e eu mandei mensagem para eles. Vamos sair para um bar.
— Mas...
— O quê?
— Estamos aqui para resolver um mistério. Não para ficar bebendo com franceses. Eu estava pensando... Da gente... Sabe, jantar. Juntos e depois ir ao Le Trous...
— Olhe — Louis estava vendo a fachada do hotel — Nosso último jantar foi desastroso. E ainda mais, está tarde demais para ir naquele bairro e abrir aquele prédio. É só uma noite. Estou precisando de sexo, de beber e de fumar um pouco.
— Mas Louis...
Louis pagou o taxista e saiu do carro, antes que Harry falasse mais alguma coisa.
Ele subiu correndo para seu quarto e bateu a porta, sem olhar para trás. Ver Harry lhe doía o coração, ver qualquer coisa relacionada a Harry estava o machucando.
Sentia-se apaixonado cada vez mais por ele. Seu moleskine que escorregou dos seus dedos assim que entrou no quarto, abriu-se no desenho inacabado de Harry, na janela do táxi. Assim como os outros que ele fizera, se espalharam pelo carpete fino e macio do quarto. Em um tórrido momento, ele foi até as coisas de seu avô e encontrou os desenhos feitos de Frederick. As folhas amareladas e velhas, cheirando a poeira e passado, se mesclaram com as folhas brancas e novas de Louis.
Por minutos, ele apreciou toda aquela bagunça. A bagunça que o amor causava, a zona de sentimentos, a lamúria de uma paixão mal feita.
Por Deus, ele tinha que esquecer Harry! Ele não era teu, jamais seria. Nunca em sua vida, Harry o amaria, do jeito que ele estava amando.
Estavam ali por seus avôs, apenas isso. Depois disso, só o futuro poderia saber.
Escorregou até o chão, encostando suas costas na porta.
— Maldito sentimento — Ele murmurou — Maldito Harry!
Passava das sete e meia, quando Harry escutou a porta de Louis se fechar e ele sair em passos rápidos. Louis demorou quase duas horas para sair do quarto, depois que subiu correndo feito um fantasma com medo da luz.
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Alabama Song ➳ Larry version
FanfictionNa década de 50, na idade do ouro no cinema e Elvis reinava na terra da música, o jazz ainda tocava nas ruas de Paris, Frederick Styles tomava conhaque no Le Trous, e Keith Tomlinson era um aspirante à escritor que amava a vida. O caminho dos dois f...