Capítulo 17

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_______∆Gnocci ∆________

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_______∆Gnocci ∆________

Ao fim da música completou 7 horas de viagem, avistou a placa de Boise e não pode deixar de notar o conjunto montanhoso ao fundo. Entre um prédio ou outro desvia sua atenção para apreciar a paisagem que a tempos não via.

Ao chegar a casa branca com cercas azuis e flores penduradas na varanda o sentimento de lar invadiu seu peito, estacionou na rua vazia de carros porém bastante movimentada pelas crianças que corriam em uma brincadeira só.

" Deus, por favor, que minhas irmãs não estejam em casa " desejou ao parar seu carro. Chutou o amontoado de pacotes de salgados e algumas latas de refrigerante que comprou nas paradas para ir ao banheiro nos postos da estrada.

Caminhou até o porta malas indo pegar sua pouca bagagem, o frio fresco e aconchegante foi repelido pela jaqueta de couro que vestia. A paz do silêncio do lugar lhe trazia lembranças de como adorava sua cidade, mesmo que algumas pessoas conseguissem estragá-la.

_ Pi chegou !- ouviu o grito histérico de sua irmã na janela de madeira azul, fechou seus olhos com força sentindo o arrependimento tomar todo seu corpo.

" Má ideia Pietra, má ideia..." se condenou caminhando em direção á casa com suas duas malas em mãos. A porta se escancarou abruptamente exibindo sua irmã extasiada, a pequena correu em sua direção se atirando em seus braços.

_Pi! Que saudades!

_ É bom te ver também- a abraçou soltando as malas ao chão da varanda, o cheiro dos tradicionais xampus de morango de sua família invadiu suas narinas. Não conseguia encontrar algo que a levasse a maior nostalgia do que o aroma doce e angelical proveniente dos cabelos amendoados e sedosos de sua irmã mais nova.

Se distanciou encarando-a com doçura, Amy havia mudado muito desde que Pietra se mudou para Chicago há 6 anos. As poucas visitas que fez em Boise não lhe parecia que sua irmã havia crescido tanto, porém agora olhando-a conseguia ver a diferença de todos esses anos. Mas ainda havia coisas que continuavam iguais desde sua partida, como os olhos castanhos e meigos carregado de coragem da menina.

Logo toda a sua família apareceu pela porta recepcionando-a. Amy se juntou a sua mãe, Nina, que sorria abertamente com os olhos marejados despertando a culpa da ausência em Pietra. A senhora ainda que já detivesse seus 50 anos assegurava seus traços amáveis e jovens, com a rala e delicada cabeleira castanha como a da filha mais nova.

Ao seu lado, o senhor de baixa estatura e barriga saliente sob a camisa, se aproximou com seu andar engraçado até a moça. O abraço apertado e repleto de saudade que Guido despojou em Pietra amoleceu a versão séria e rígida que a Agente construiu durante os anos longe de casa.

O ápice de sua melancolia misturada à remorso por seu afastamento, ainda que inconsciente, veio ao ver a enorme barriga de sua irmã mais velha. Não perdeu tempo indo com carinho acariciar o bebê que a jovem gestava. Stacy sempre foi o exemplo de determinação para Pietra, passou sua vida tendo como reflexo a bravura de sua irmã e tentando compartilhar da simpatia esboçada nas feições dela.

_ Stacy- murmurou espantada- Não me falou que o bebê estava tão grande!

_ você não atende as minhas chamadas!- a irmã retrucou direcionando um olhar severo para a Agente.

_ Desculpa- sussurrou tentando esconder a mágoa que crescia em seu peito- meu trabalho tem consumido muito do meu tempo!

_ Não importa, agora estamos todos aqui!- Nina interferiu repassando sua alegria aos demais.

Guido após insistir principiou por carregar as malas da filha para dentro enquanto as mulheres se encaminharam na frente em direção a cozinha. Ao entrar Pietra se deparou com a estante de fotos da família, a sua ainda pequena montada sobre as costas do pai no jardim dos fundos da casa recebia um destaque maior enfeitada por corações de papéis.

Os bordados de tricô da mãe estavam presentes em quase todos os móveis da sala, pouca coisa havia mudado. Não tendo tempo para admirar todos os objetos continuou seu trajeto até a cozinha, o cheiro forte de Gnocci(inhoque) ao modo tradicional italiano emanava das travessas postas sobre o balcão.

As panelas ferviam sobre o fogão e pequenos legumes cortados com cuidados se encontravam também sobre a ilha da cozinha. Inalou calmamente todos os aromas familiares e deliciosos provenientes do almoço que sua mãe preparava, não podia se sentir mais em casa do que contemplar o preparo de seu prato favorito.

_ Me conta, como vai o trabalho ?- guido iniciou a conversa se sentando na baqueta sendo seguidos pelas filhas. O senhor apoiou seu braço sobre a ilha encarando a filha com uma grande ternura enquanto esperava pela resposta.

_ bem...tenho publicado uns artigos interessantes - respondeu encarando suas unhas, odiava mentir para sua família mas seguia um código de honra que a impedia de contar sobre o F. B. I.- e o bebê Stacy ?- mudou de assunto cortando o prolongamento de mentiras.

_Vai bem, eu e o Tom fomos a ultrassom. Ele está enorme, e acabando com as minhas Costas- ela reclamou com dificuldades de se sentar.

_ E a escola Amy?- Pietra continuou direcionando o assunto para qualquer pessoas menos a si mesma.

_ Ah você sabe! gente chata, professores chatos, escola chato. Tudo como sempre!- a mais nova reclamou exibindo uma careta enquanto abriu a geladeira a procura de algo para comer- Mas me conta dos luxos de Chicago, muito homem bonito?- ela perguntou empolgada, seus olhos chegavam a brilhar.

_ Amy !- Guido advertiu olhando-a com um olhar rigoroso. Mesmo que tentasse passar um ar sério e autoritário, o senhor falhava miseravelmente com as bochechas rechonchudas e o ar meigo e fofo que estava atrelado a ele.

_ Não posso nem mais perguntar ?!- ela resmungou.

_ Eu perdi a época rebelde dela ?- Pietra perguntou provocando a gargalhada da família.

_ Ah não mesmo, está começando agora !- Stacy respondeu aumentando as risadas, diferente de Amy que revirou os olhos indo se sentar ao lado da Agente.

_ Ela continua com a sua mania horrorosa de revirar os olhos !- Nina se queixou remexendo a espátula nas panelas prateadas do fogão.

_ Eu não faço isso !- Pietra exclamou indignada vendo todos a olharem - Só às vezes...

As conversas terminaram assim que Nina serviu as travessas de Gnocci e arroz, não se esquecendo dos potes de verduras que ela fez questão que as filhas comessem alegando que todas estavam fracas demais. Sem rodeios Pietra encheu o máximo de seu prato com tudo que dispunha na ilha, a primeira garfada que levou a boca o sabor delicioso derreteu fazendo-a revirar os olhos de prazer, ato que sua mãe condenou ardentemente.

Após o almoço todos rumaram para a sala com as barrigas cheias e o sono pós almoço aconchegando-os. Pietra e Amy dividiram um dos sofás, as duas se deitaram frente a Tv cochilando rapidamente. Guido com o apego mortal pela poltrona correu antes dos parentes até ela, e ao se sentar suspirou triunfante.

Nina junto a Stacy se contentaram com o outro sofá enquanto riam da corrida engraçada do senhor. Continuando as emoções nostálgicas de sua visita, seu pai fez questão de colocar um reprise de um jogo de Beisebol para rodar na Tv.

Interrompendo o momento de lazer e cochilo da família a campainha tocou duas vezes ecoando por toda a casa, uma discussão se iniciou para decidir quem iria até a porta. Firme ao argumento de que era visita, Pietra se safou continuando deitada junto a Amy. Colocando um fim na discussão boba Nina se levantou indo até a porta, segundos depois ela retornou carregando uma expressão confusa e animada.

_ Pietra !- chamou recebendo a atenção de todos- Tem um rapaz lá fora que quer falar com você!

[Continua]


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